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Na pequena vila de Nazaré, onde viviam São Joaquim e Sant’Ana, não se dá atenção à recém-chegada.
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Ela traz nas veias o sangue de David, mas sua família está destituída do antigo esplendor. Quem se ocupa dessa pobre gente?
Há mais. Ana e Joaquim haviam ficado muito tempo sem filhos. Deus Se deixara afinal tocar por suas orações. Eles viam em Maria um sinal de bondade celeste.
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Mas em nada suspeitavam dos tesouros com que o altíssimo cumulara a alma de sua filha: não conheciam as maravilhas da Imaculada conceição;
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Não sabiam que embalavam nos braços a futura Mãe do Salvador.
Quanto aos judeus que viviam nessa época, estavam imersos no mais negro desalento. Tinham perdido a liberdade política, havia muito que se calara a voz dos profetas:
Julgavam-se abandonados pela Providência no exato momento em que começava a cumprir-se no meio deles a obra da infinita Misericórdia.
Que a obscuridade na qual nasce Nossa Senhora nos ensine a dar pouca importância às grandezas humanas.
Saibamos considerar com olhar cristamente indiferente essas vaidades perecíveis, que Cristo desprezou para sua Mãe: se tivessem algum valor, Ele não Lhas teria recusado.
Aprendamos também, nesse grande acontecimento, a não desanimar nunca. A Imaculada vem ao mundo quando os judeus se desesperam e crêem tudo perdido.
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Aproveitemo-nos da lição. Invocamos o Céu em nosso socorro; se não somos atendidos de imediato, caímos na tristeza.
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Deus espera às vezes que nos sintamos à beira do abismo para nos estender a mão.
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Portanto, não abandonemos tão facilmente a oração; o Altíssimo intervirá no momento em que nos julgarmos definitivamente abandonados.
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Tenhamos confiança, uma confiança sem limites! Seremos então largamente recompensados.
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Fonte: Retirado do livro: A virgem Maria – Pe. Thomas de Saint-Laurent .
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