O cabelo da Sra. Zhu Guiqin, 50, não cresce mais pelas pancadas com cassetetes elétricos que recebeu durante anos num ‘campo de reeducação’, as prisões extrajudiciais que o governo chinês anunciou que abolirá, mas que na realidade só mudarão de nome, noticiou a“Folha de S.Paulo”.
Zhu falou à imprensa com o olhar perdido. Ela não consegue explicar sua história sem dar saltos no tempo, após tantos traumatismos.
Ela relembra os 13 dias que permaneceu com os braços atados em um ângulo de 90 graus, ou os seis meses em que viveu enclausurada em um cubículo, na mais absoluta escuridão, que também era sua latrina.
Seu crime foi tentar ajudar seu irmão. Desesperado, ele pedira um adiantamento a seu chefe, que considerou uma ofensa e o denunciou à polícia, que o enviou a um campo de reeducação.
Zhu quis saber o acontecido e também foi mandada a uma dessas prisões.
Por falar com um jornalista japonês, Zhu ficou três anos em Masanjia, o campo de reeducação feminino da província de Liaoning, conhecido pelas graves torturas.
“Estou aqui para que o mundo conheça os maus-tratos neste campo”, conta Zhu à Agência Efe. Ela estava junto com cinco companheiras que decidiram falar com a imprensa estrangeira.
Wang, 56, teve que sobreviver a uma operação sem anestesia e em condições “insalubres”, na qual o médico, para torturá-la, fez um enxerto em seu pescoço com algodão, o qual carrega até hoje.
“Quero retirá-lo diante de uma organização de direitos humanos para mostrar o lado obscuro da China”, explica.
O governo de Xi Jinping anunciou o fechamento dos campos de reeducação e suas vítimas tomaram coragem para falar.
Essas vítimas não acreditam muito na promessa do ditador socialista. “Há muita corrupção”, defende Xue Ling, uma mulher de 54 anos que saiu de Masanjia com as feridas ainda sem cicatrizar. Xue teve parte do ovário extirpado “por engano”.
Organizações de direitos humanos e advogados do país já alertam contra a enganação oficial.
Eles denunciam o “novo sistema de correção por bairros”, um antigo método do governo para “reinserir na sociedade” cidadãos que cometeram delitos menores.
“Pode derivar em mais ilegalidades, em forçar as pessoas a ficarem ‘semidetidas’ sem direito a julgamento”, comenta o letrado Ding Xikui, próximo à família do Nobel da Paz Liu Xiaobo, preso desde 2009.
O vice-ministro de Justiça, Zhao Dacheng não soube responder o que farão com as pessoas que, até agora, eram enviadas aos campos de reeducação.
Esta falta de concretização é o que suscita dúvidas, enquanto vão aparecendo informações que abrem a porta para novas atrocidades.
O problema é que poderão internar qualquer pessoa nesses centros por uma suposta toxicomania, comentou Maya Wang, da Human Rights Watch.
“Qualquer desculpa serve”, explicam as mulheres de Masanjia, que são mantidas temporariamente nas chamadas “prisões negras” cada vez que o Partido realiza uma importante reunião na capital.
Fonte: Blog Pesadelo chinês
2 Comentários
È verdade,com a nossa oração podemos pedir a Deus a Nossa Senhora para aliviar as torturas de povo chinês e que toda a nação se converta.
Tenho orado pela conversão da China , como orávamos pela conversão da Rússia soviética! Peço a Nossa Senhora pelo Povo chinês que sofre torturas e maus tratos mas e como sempre o mundo ocidental parece indiferente …….Vamos pedir a Nossa Senhora pelo povo chinês e pelos governantes do País
3 “Avé-Marias” pela China ou durante o Terço do Rosario…
Senhora, nossa Mãe e Mãe de Jesus , intercede pelo povo chinês junto do Teu Filho Jesus!