O Rosário é, sem dúvida, uma das devoções mais poderosas do Catolicismo, carregado de significado e profundamente enraizado na história da Igreja. Sua origem remonta ao século XIII, quando, segundo a tradição, São Domingos de Gusmão recebeu de Nossa Senhora a revelação desta prática como meio eficaz para converter hereges e fortalecer a fé dos cristãos.
Mas é na pequena cidade italiana de Pompéia, marcada por tragédias e renascimentos, que o Rosário ganha um novo capítulo, narrado por milagres, conversões e um legado que atravessa séculos.
A pequena cidade Pompéia passou das cinzas à esperança
Em 24 de agosto do ano 79 d.C., a cidade de Pompéia foi tragicamente soterrada pela erupção do vulcão Vesúvio. O céu escureceu sob uma chuva de cinzas e pedras incandescentes, e cerca de 25 mil habitantes foram surpreendidos pela fúria da natureza.
A cidade permaneceu esquecida por quase 1.600 anos, até que escavações arqueológicas no século XVII trouxeram à luz suas ruínas, revelando sua riqueza arquitetônica e histórica.
No entanto, o que parecia ser apenas um símbolo de destruição transformou-se, séculos depois, em um palco de fé e redenção com a chegada de Bartolo Longo, o homem que seria o grande apóstolo do Rosário em Pompéia.
Bartolo Longo: um revolucionário que passou a ser Servo de Maria
Bartolo Longo, nascido em Brindisi, Itália, recebeu uma educação cristã na juventude, mas, durante os anos universitários, foi seduzido pelo clima anticlerical da época. Envolveu-se com o movimento revolucionário de Garibaldi, que buscava a unificação da Itália e a diminuição do poder temporal do Papa.
Contudo, o destino de Bartolo foi radicalmente alterado após uma profunda crise existencial que o levou de volta à fé.
Graças à orientação de um professor e a um frade dominicano, Bartolo retornou ao Catolicismo e logo tornou-se Terceiro Dominicano e um fervoroso propagador do Rosário.
Seu encontro com a condessa Marianna di Fusco, viúva de fé profunda, consolidou sua missão. Contratado como administrador das propriedades da condessa, Bartolo chegou ao vale de Pompéia em 1872 e deparou-se com uma população espiritualmente carente. Foi então que uma voz interior lhe sussurrou: “Propague o Rosário”.
O milagre da imagem e o nascimento de um santuário
Determinados a fortalecer a fé da comunidade local, Bartolo e seu diretor espiritual buscaram uma imagem de Nossa Senhora do Rosário para a igreja local. Encontraram uma pintura em péssimo estado, descartada quase como lixo, mas que, segundo uma religiosa, seria o veículo de muitos milagres.
Embora cética a princípio, a condessa permitiu que a imagem fosse restaurada e, no dia 13 de fevereiro de 1876, ela foi exposta à veneração pública. O que aconteceu em seguida foi surpreendente:
oito grandes milagres ocorreram em apenas um mês, atraindo a atenção de toda a Itália.
Com o apoio crescente, Bartolo fundou o santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, que rapidamente se tornou um dos maiores centros de peregrinação do mundo católico.
Além do santuário, Bartolo dedicou-se à criação de escolas, orfanatos e obras de caridade, especialmente voltadas aos filhos de encarcerados, promovendo não apenas a fé, mas também a dignidade e o futuro dessas crianças.
As provações e o reconhecimento
Como todo servo fiel de Deus, Bartolo enfrentou acusações e perseguições. Foi falsamente acusado de desviar fundos e sua relação com a condessa Marianna foi maliciosamente questionada. Para calar os boatos, o Papa Leão XIII aconselhou que o casal se casasse, o que fizeram, mantendo uma vida de continência.
Mais tarde, o Papa São Pio X, mal informado, chegou a destituí-los da administração das obras de Pompéia. Contudo, ao conhecer de perto o trabalho realizado e a honestidade do casal, o Pontífice reconheceu seu erro e passou a elogiá-los publicamente.
Bartolo Longo faleceu em 1926, aos 86 anos, em odor de santidade. Em 1980, foi beatificado pelo Papa João Paulo II, que o chamou de “homem do Rosário”, destacando sua vida de conversão e serviço.
A devoção ao Rosário não ficou apenas na Pompéia. Em Fátima, Portugal, Nossa Senhora apareceu a três pastorinhos em 1917, reforçando a importância da oração do Rosário como meio de alcançar a paz e a conversão dos pecadores. A Virgem Maria foi clara em seu pedido:
“Rezem o Rosário todos os dias”.
Assim como Bartolo Longo ouviu o chamado para propagar essa devoção, os fiéis de Fátima também foram tocados pela mensagem da Virgem. A oração do Rosário tornou-se um elo entre os céus e a terra, uma prática que une os corações dos cristãos em todo o mundo.
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