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Em pleno século XXI, devido à cruel perseguição religiosa na China comunista, numerosos católicos, religiosos e leigos, dão testemunho da Fé, padecendo por isso sofrimentos indizíveis, às vezes a própria morte.
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Essa perseguição é o desdobramento daquela iniciada durante a “Revolução Cultural” de Mao Tsé-Tung.
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Que os corajosos exemplos desses novos mártires fortaleçam a nossa Fé. É o que deseja Catolicismo com a publicação desta matéria.
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Hoje em dia muito se fala (e de boca cheia) a respeito da China. Louva-se o seu formidável desenvolvimento econômico e técnico (ao menos aparente), bem como sua expansão pelo Ocidente.
Entretanto, fala-se pouco ou praticamente nada sobre o regime que a domina — o comunista.
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Sobretudo quase não se fala da sistemática perseguição que tal regime ateu e materialista move contra a Igreja Católica, a única e verdadeira Igreja de Cristo.
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Contendo documentos pessoais sobre a cruel e implacável perseguição aos católicos chineses fiéis a Roma.
Embora tais documentos se refiram mais à época de Mao Tsé-Tung, eles conservam sua atualidade, pois a perseguição continua em nossos dias.
É o que afirma o destemido Dom José Zen, Cardeal Arcebispo emérito de Hong Kong, no prefácio do livro.
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Afirma o purpurado: “O regime comunista, que foi o responsável pelos sofrimentos descritos neste livro, está ainda no poder […].
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As comunidades [católicas] chamadas de ‘clandestinas’ ou ‘das catacumbas’, que recusam, com boa razão, submeter-se à política religiosa do governo;
São continuamente sujeitas a abusos e mesmo a violências, de modo que não seria exagerado falar, nesses casos, de perseguição”.
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E acrescenta: “Devo declarar que, infelizmente, há ainda várias dezenas de bispos, sacerdotes e leigos detidos em prisão domiciliar ou em prisões comuns.
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Inclusive há alguns de nossos irmãos bispos dos quais há anos que não se tem notícia”.
“Livro Vermelho dos Mártires Chineses”
Por isso pareceu-nos útil apresentar alguns aspectos desse livro, muito atuais em relação ao Brasil;
Onde está em andamento uma verdadeira revolução que, embora guardando aparências democráticas, é de cunho marxista.
Basta lembrar, por exemplo, o decreto 8.243, visando introduzir as famigeradas comunas populares;
Verdadeiros sovietes semelhantes ao Parlamento Comunal de Chaves e Maduro;
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Nosso objetivo é também informar os leitores deCatolicismo sobre o que ocorre com os nossos irmãos da fé na tão badalada China, e propor-lhes que rezem pela sua perseverança.
Como alerta o editor do referido livro, a não ser o relato dos sofrimentos e da morte de trinta e três monges trapistas, vítimas do terror comunista, que mencionaremos adiante;
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“No estrito senso do termo, nenhum dos eventos aqui registrados foi reconhecido solenemente pela Igreja como um ‘martírio’”.
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Entretanto, o leitor reconhecerá isso imediatamente:
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Os horríveis sofrimentos padecidos pelos protagonistas dessas histórias, a paciência evangélica com a qual os aceitaram e enfrentaram;
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E o fiel testemunho de Cristo de que deram mostra, garantem que todos eles têm boa razão para serem incluídos no Livro Vermelho dos Mártires Chineses(p. 22).
O martírio dos religiosos da Ordem Trapista
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Com efeito, dois dos biografados — os padres Tan Tiande e Huang Yongmu — passaram respectivamente 30 e 25 anos de terríveis sofrimentos em prisões e campos de trabalhos forçados;
Constantemente sujeitos a “julgamentos populares”, sessões de “reeducação” e maus tratos.
Também tiveram que sofrer muito por sua fidelidade à verdadeira Igreja a jovem Gertrude Li Minwen e o Pe. Li Chang, razão pela qual são mencionados no livro.
Entretanto, mais impressionante é o relato dos sofrimentos e do martírio dos monges trapistas de Yangjiaping, cujo mosteiro havia sido fundado em 1883 por um abade trapista francês.
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Seu florescimento em terras chinesas foi tal, que chegou a ter 120 membros, abrindo uma trapa (convento) perto de Pequim.
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A perseguição começou no ano de 1947, com a chegada das tropas comunistas.
A comunidade de Yangjiaping tinha então 75 membros, 18 dos quais eram sacerdotes — cinco estrangeiros e os demais chineses.
Incitados pelos comunistas, os aldeões, que mantinham até então muito boas relações com os monges, começaram a hostilizá-los. O mosteiro foi pilhado repetidas vezes e finalmente incendiado.
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Os monges foram todos aprisionados e sujeitos a inúmeros “julgamentos populares tumultuosos, exaustivos interrogatórios e tortura desumana”.
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Obrigaram-nos depois a participar de uma marcha sem fim, acompanhando como mulas de carga o exército comunista, cujas provisões e armas carregavam.
Como a maioria dos monges era constituída de idosos ou doentes, muitos expiraram no caminho. Seis deles foram sumariamente executados. No final, 33 morreram, vítimas do ódio dos sem-Deus.
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Parte do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja
Qual é o interesse desse relato para nós? É ainda o Cardeal Zen quem afirma no prefácio:
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“Os confessores e mártires da Igreja da China pertencem à Cristandade como um todo, e é nosso dever, bem como nosso direito;
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Apresentar seus testemunhos, para que possam alimentar a fé dos cristãos através do mundo”.
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Afirmação absolutamente cheia de sentido, pois eles fazem parte do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja.
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Alguns dados sobre a perseguição anticatólica
Em meados dos anos 40 do século passado, as forças nacionalistas de Chiang Kai-Shek lutavam contra as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung.
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À medida que as tropas vermelhas conquistavam terreno, sistematicamente perseguiam os católicos da região.
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No dia 1º. de outubro de 1949, tendo os comunistas dominado a situação, eles proclamaram a República Popular da China. Nessa época já havia cerca de três milhões e meio de católicos chineses.
Imediatamente os comunistas iniciaram uma violenta campanha de ateização e uma implacável repressão às forças “contra-revolucionárias”, em especial à Igreja Católica, qualificada pelos “vermelhos” de “títere do Vaticano”.
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A malfadada e radical Reforma Agrária.
Como os comunistas são ateus e igualitários, procuraram subverter toda a ordem social então vigente, a fim de adaptá-la à sua ideologia.
Iniciaram então uma Reforma Agrária radical, pois para eles — como para os petistas e o MST hoje no Brasil — os proprietários rurais não passam de sanguessugas e inimigos do povo, “a escória da sociedade antiga”.
O regime instigava por todos os meios, principalmente pela luta de classes, a eliminação dessa categoria “perniciosa”.
Segundo cálculos dignos de fé, durante a implantação da Reforma Agrária foram mortas mais de dez milhões de pessoas.
Veremos adiante outros efeitos dessa perversa política comunista para assegurar o seu poder totalitário.
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Luta de classes como meio para implantar o comunismo
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Conta o Pe. João Huang Yongmu, um dos biografados no livro em foco, testemunha e vítima desse violento processo, que passou mais de 25 anos em prisões e campos de trabalho forçado:
“Nossas igrejas foram transformadas em salas de palestras, ‘centros de reeducação’ e fóruns para acaloradas discussões sobre os programas da reforma agrária. […]
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Podia-se dizer que já tínhamos adivinhado o diabólico plano dos comunistas contra a Igreja Católica. O primeiro passo foi o de controlá-la;
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O segundo foi de restringir suas atividades, de modo a destruí-la completamente. Algumas pessoas não viam claramente o que estava começando a acontecer.
Eram otimistas e inclinadas a dizer que o comunismo chinês era diferente do russo. Mas isso era uma fábula contada por estrangeiros” (pp. 94-95).
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E acrescenta com muita propriedade: “A Reforma Agrária provocou uma luta de classes extremamente violenta, colocando os chineses uns contra os outros.
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Os comunistas queriam uma sociedade igualitária, e desse modo começaram a reduzir tudo ao nível de uma única classe. Rendas e interesses foram abolidos.
Os proprietários de terra eram sujeitos a ‘julgamentos populares’ e a rudes críticas. As terras foram divididas, e os lavradores podiam pilhar as casas e os bens dos proprietários.
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As ‘ovelhas negras’ — aqueles que, em outras palavras, se opunham a esse terrível programa — eram expostas ao público e criticadas. […]
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De acordo com a doutrina de luta de classes comunista, quem é rico está errado e, portanto, deve ser punido”
Essa é, aliás, a mentalidade dominante em amplas áreas do atual governo brasileiro, que atiça uma luta de classes e de raças segundo o estilo “nós contra eles”.
Destruição da família, obstáculo à revolução comunista.
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Girolamo Fazzini, organizador da edição que analisamos, escreve que entre 1958-1962 — “os trágicos anos do ‘Grande Salto para Frente’,”;
Segundo o jargão comunista —, “Mao Tsé-Tung visava alcançar a radical transformação da economia e incrementar a produção industrial maciça, em particular a produção de aço.
O tradicional tecido social chinês, baseado na família e na vida da aldeia, é revolucionado com o estabelecimento das ‘comunas populares’;
Com as quais o regime comunista tenta coletivizar cada aspecto da vida dos agricultores”.
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Instituídas oficialmente em agosto de 1958, “essas comunas não seriam supressas senão no começo dos anos 80.
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As consequências dessa desastrosa campanha foram sentidas principalmente na agricultura.
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A derrubada dos métodos tradicionais causou um drástico declínio na produção agrícola e no controle da terra arável;
Resultando na morte de pelo menos 40 milhões de chineses (existiria um documento interno do Partido Comunista que fala sobre cerca de 80 milhões de mortes por ‘causas não naturais’)”.
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(Continua…)
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