A primeira impressão que me causa essa imagem é a de um extraordinário relacionamento de alma entre Nossa Senhora e o Menino Jesus: um destes momentos de familiaridade entre mãe e filho em que Ela brinca com o Filho.
Se esse relacionamento nunca admitisse um sorriso, não haveria verdadeiro convívio entre mãe e filho.
Por que razão? — Porque o menino tem qualquer coisa de débil que pede um sorriso. Do contrário, estabelecer-se-ia uma barreira entre os dois, tornando impossível um dos modos mais elevados de comunicação espiritual.
Uma certa brincadeira entre Mãe e Filho converge neste ponto: a alma d’Ele sente-se misericordiosa e benignamente atendida naquilo que possui de mais débil; e a alma d’Ela manifesta-se mais delicada, afável e flexível em relação a Ele. É um dos mais belos aspectos do estado de alma materno.
Quando se considera Nossa Senhora brincando com o Deus do Credo, Aquele que Ela sabe ser a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que assumiu a natureza humana, podemos compreender o auge de veneração presente nesse convívio e o quanto esse sorriso é autêntico e não disfarçado.
Isso revela, a par da grandeza infinita, uma sublimidade, afabilidade e bondade que nos deixam desconcertados.
O sorriso nas relações entre mãe-filho apresenta-se muitas vezes de modo prosaico. Mas nesta imagem, pelo contrário, é nobilíssimo. Mãe e Filho não perdem nada de sua dignidade.
Outro aspecto a ser ressaltado nessa escultura — que, a meu ver, é muito superior às estátuas gregas clássicas: Ela enquanto rainha, envergando uma coroa e tendo um príncipe nas mãos.
Uma obra-prima de castidade, porque desse relacionamento só almas castas são capazes. Uma alma não muito casta não é capaz desse sorriso e o relacionamento transforma-se em vulgaridade.
Observem como Nossa Senhora, ao mesmo tempo em que olha para o Menino-Deus, medita a respeito d’Ele. Porque compete mais a Ela admirá-Lo do que Ele em relação à sua Mãe. Qualquer pessoa se ajoelharia diante desta cena!
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Excertos de conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 26 de novembro de 1967. Sem revisão do autor.
Fonte: Revista Catolicismo
2 Comentários
mães são mães em todo lugar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
se pra nós ,mulheres simples ,é muito especial carregar um bebe nos braços e todo dia agradecer a Deus pela dádiva…imaginemos o quanto era feliz aquela que era cheia de graças e dignificada com uma maternidade tão especial….Bendita és entre as mulheres ,minha mãe.
Uma expressão tão forte e um olhar singelo que toca o meu coração e minha alma.
Rogai por nós,Santa Mãe de Deus para que ejamos dignos das promessas de Cristo.Amém!