São Luis Grignion, o apóstolo de Nossa Senhora.
Neste dia 28 comemora-se a memória da morte de São Luís Maria Grignion de Montfort — transcorrida em 28 de abril de 1716.
Esse extraordinário missionário francês foi sem dúvida um dos maiores apóstolos da devoção a Nossa Senhora.
Toda a sua vida foi uma tal manifestação da santa loucura da cruz, que os seus biógrafos são concordes em classificá-lo com São Simão Salus [monge sírio do século VI, chamado o “Santo Louco de Cristo” porque, para não ser tido por santo, simulava loucura, fugindo de todas as regras humanas, para levar os homens ao arrependimento e livrá-los do pecado];
e São Felipe Neri [1515-1595, que também era notado por suas aparentes singularidades]. (…)
Luís nasceu no dia 31 de janeiro de 1673, em Montfort-la-Cane na Bretanha. Foram seus pais João Batista Grignion, senhor de Bachelleraie e advogado do município de Montfort, e Joana Roberto, senhora de Chesnais.
O santo dirá que seu pai era um cristão convicto, que educou sua família como patriarca, “no temor de Deus”.
Entretanto, tinha um gênio muito difícil, com explosões de ira incontroláveis, pelo que sua esposa, amável e bondosa, e os filhos, tinham que suportar com paciência o mau gênio do marido e pai.
O filho herdou o temperamento paterno. Por isso afirmará que
“custava-lhe mais vencer sua veemência e a paixão da cólera, que todas as demais juntas”. Mas conseguiu, e se tornou um santo doce e amável como São Francisco de Sales.
Um dos seus biógrafos afirma que ele “é um santo de legenda, que ultrapassa a mediana humanidade”.
Bebeu, com o leite materno, a devoção a Nossa Senhora, e desde muito cedo “retirava-se para um canto da casa para dedicar-se à oração e rezar o rosário diante de uma pequena imagem da Virgem”.
Quando Luís Maria completou doze anos em 1685, seus pais o enviaram para o colégio São Tomás Becket; Nele o Santo permanecerá oito anos completos, mostrando-se um aluno brilhante, e colocando-se à frente de seus condiscípulos.
Decidido a ser sacerdote, Luís Maria ingressou no seminário de São Sulpício, em Paris, em 1692.
Desde o início do seu sacerdócio, o Pe. Montfort, como era conhecido, traçou seu programa de vida:
ir de paróquia em paróquia catequizar os pequeninos, converter os pecadores, pregar o amor de Jesus, a devoção à Santíssima Virgem, e reclamar, em alta voz, uma Companhia de missionários a fim de abalar o mundo através de seu apostolado.
Em Poitiers, ficou no Hospital Geral. Essa instituição não estava destinada ao serviço dos enfermos, mas a manter encerrados os mendigos que molestavam à boa sociedade da cidade.
Os pobres, vendo aquele sacerdote mais pobre que eles, se cotizavam para dar-lhe uma esmola. E escreveram ao Bispo a fim de pedi-lo como capelão.
O Santo fundou no hospital uma associação de internas, que “dedicou à Sabedoria do Verbo encarnado, para confundir a falsa sabedoria das pessoas do mundo ao estabelecer nela a loucura do Evangelho”.
Era formada por 12 internas, doentes, coxas, aleijadas, e à sua frente colocou uma das mais inteligentes e virtuosas, mas cega. Deu à associação o nome de Sabedoria.
No seu trabalho apostólico, o santo evangelizou várias cidades, sendo sempre perseguido pelos jansenistas, essa espécie de protestantismo no seio da Igreja, que o tachavam de exagerado e inovador.
São Luís Maria foi grande pregador da devoção ao rosário, que ocupa um posto importante em sua atividade apostólica.
De modo que o povinho o chamava o Padre do rosário grande. O Santo o considerava como um dos meios mais eficazes para “renovar o espírito do cristianismo entre os crentes”.
Por toda parte onde evangelizava, “o bom Pe. Montfort”, como era carinhosamente chamado, fundava associações de Amigos da Cruz, com o fim de venerar especialmente esse instrumento de nossa redenção.
Em sua missão em La Rochelle, o santo foi vítima de envenenamento da parte dos protestantes calvinistas. Ele tomou antídotos, o que lhe salvou a vida, mas o mal estava feito: sua saúde ficou abalada, encurtando seus dias.
Assim, no dia 28 de abril de 1716, esse batalhador incansável entregou sua bela alma a Deus aos quarenta e três anos de idade.
Escravo de Jesus em Maria, expirava com os braços, o pescoço e os pés, rodeados de cadeias de ferro;
na mão direita segurava o crucifixo indulgenciado por Clemente XI e, na esquerda estreitava uma pequena imagem da Santíssima Virgem que trazia sempre consigo; com ternura contemplava estas imagens queridas, e beijava-as, invocando os nomes de Jesus e de Maria.
O Martirológio Romano diz dele neste dia: “Na aldeia de Saint-Laurent-sur-Sèvre, São Luís Maria Grignion de Montfort, confessor, fundador dos Missionários da Sociedade de Maria e das Filhas da Sabedoria. Era insigne pelo caráter de sua vida apostólica, a pregação e a devoção mariana”.
Fonte: IPCO.
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