A Santíssima Virgem manifestou muitas vezes sua predileção pela humildade, nas pessoas que favoreceu com suas aparições. Santa Bernadete foi um exemplo notável. Pertencia a uma família pobre; durante vários anos lhe foi confiada a guarda de rebanhos; aprendia com dificuldade o catecismo:
– Vai, nunca serás mais do que uma louca e uma ignorante, dizia seu catequista desesperado. E Bernadete, confusa e meiga, lhe testemunhava ainda mais ternura.
Um pouco depois, a Santíssima Virgem lhe apareceu várias vezes, nas margens do Gave. Este privilégio não excita seu amor próprio.
– Eu não sei, dizia ela, se a Santíssima Virgem me escolheu por ser a mais ignorante!
E numa outra ocasião, acrescentava:
– Que mérito posso ter? A Santíssima Virgem se serviu de mim como duma pedra… fez como os bois de Betarram, que descobriram uma estátua.
Durante toda a sua vida religiosa, em Nevers, ela tornou-se ainda mais humilde. Ter-se-ia dito que procurava esquecer o passado. Sua humildade na honra é digna de louvores. Nunca se desmentiu, quer no noviciado, quer depois de sua profissão ou no exercício de suas funções. Numa palavra, como a Santíssima Virgem, esforça-se por agradar ao Senhor pelo sentimento de sua pequenez.
Senhor Jesus Cristo, modelo e recompensa da verdadeira humildade, concedei-nos a graça de imitar santa Bernadete na sua humildade e participar de sua glória.
(MÊS DE MARIA – J.B. Bord – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, RJ. – 1′ edição, 1940, pp 103 – 104).