IOnA solenidade de Corpus Christi nos leva a refletir sobre a grandiosidade da amizade entre Deus e o Homem.

Desde a infância, muitos de nós participamos da missa dominical, mas às vezes perdemos o significado profundo da Eucaristia. É essencial recordar que a Eucaristia representa mais do que um simples momento de oração comunitária e devoção.

A União entre Deus e o Homem

Primeiramente, Deus deseja se unir permanentemente ao ser humano, sua criação. Para isso, inventa um modo de estar sempre presente aos olhos de sua criatura.

Ou seja, na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo nos lembra que o Senhor estabeleceu uma nova e eterna aliança, derramando seu sangue para o perdão e a santificação humana. O pão, seu corpo, é repartido como alimento entre os irmãos.

“Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.” (1Cor 10,17). Assim, da mesma maneira que a Igreja faz a Eucaristia, a Eucaristia faz a Igreja. Não podemos separar o corpo eucarístico do corpo eclesial.

Celebrando a Eucaristia

Celebrar a Eucaristia significa fazer memória da ação do Senhor na Ceia e de sua morte, tornando presente seu sacrifício redentor. ]

É também a celebração da partilha na Comunidade e do futuro, da sua vinda gloriosa. Participar do corpo e sangue do Senhor nos compromete a partilhar o que temos e a nossa própria vida, assim como Jesus fez e continua fazendo na Eucaristia.

Compromisso com o Próximo

Viver a Eucaristia implica comprometer-se com o outro e tornar-se responsável pelo bem-estar dos irmãos.

Sendo assim, que nossas vidas sejam marcadas pelo seguimento de Jesus Cristo, pela entrega ao bem comum, sem medo de sacrifícios e de partilhas.

Partilhar o pão eucarístico, o corpo do Senhor, deve nos incentivar a partilhar o pão de nossa mesa e todos os dons que Deus nos concede. Que essa partilha seja um reflexo de toda a nossa vida.

Corpus Christi e Nossa Senhora de Fátima

Você sabia que o dia de Corpus Christi possui um vínculo profundo com as aparições de Nossa Senhora de Fátima?

Sendo assim, em 1916, o Anjo de Portugal apareceu três vezes aos Pastorinhos para prepará-los para as aparições de Nossa Senhora. Em uma dessas aparições, o anjo ensinou-os a rezar e lhes deu a Santa Eucaristia, o Corpo de Cristo.

Memórias de Irmã Lúcia

Aliás, irmã Lúcia, uma das crianças que participou da Eucaristia dada pelo anjo, descreveu esse momento:

“Estando, pois, aí, apareceu-nos pela terceira vez, trazendo na mão um cálice e, sobre ele, uma hóstia, da qual caíam algumas gotas de sangue dentro do cálice. Deixando o cálice e a hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra e repetiu três vezes a oração: ‘Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.

E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.’ Depois, o anjo deu a hóstia a mim e o cálice a Jacinta e Francisco, dizendo: ‘Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.'”

Corpus Christi não só celebra a presença de Cristo na Eucaristia, mas também reforça a nossa responsabilidade em viver uma vida de partilha e sacrifício pelo bem do próximo, inspirados pelo exemplo de Jesus e pela devoção a Nossa Senhora de Fátima.