A sanção para o mal praticado não existe sempre nesta terra; muito freqüentemente até, os pecadores encontram aqui as honras e as riquezas, enquanto os justos, por permissão divina padecem provações e aflições, Deus não pode, porém, ficar indiferente ao crime e à virtude.
Logo, se não houvesse uma punição post-mortem, a justiça não seria restabelecida.
Mas essa sanção teria que ser eterna?
Toda sanção deve ser eficaz, senão torna-se inútil, ora, segundo a psicologia humana, a única sanção pelo pecado que o homem teme realmente é o castigo eterno: qualquer pena temporária causar-lhe-ia pouca impressão.
É tal a atração do pecado para a natureza decaída, que, diante daquele prazer intenso e imediato que o homem tem diante de si e a possibilidade de um sofrimento futuro e temporário, ele se deixa arrastar por sua paixão. Ele prefere sofrer depois, por algum tempo, a deixar de sentir aquele gozo que o atrai de momento.
Extraído do livro: “A vida após a morte à luz da Doutrina Católica” de Luiz Sérgio Solimeo