Cardeal Raymond Burke, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica
São João foi chamado para anunciar a palavra de Deus sobre a santidade do matrimônio, uma vez que Deus criou homem e mulher desde o início, em vista da oposição da detestável Herodíades, que estava vivendo uma relação adúltera com o Rei Herodes.
São João Batista foi indubitavelmente “um bastião de ferro” no anúncio da verdade, confiando que o Senhor nunca o abandonaria, mas faria a verdade prevalecer, mesmo ao custo do martírio.
O próprio Cristo, quando estava prestes a concluir Seu ministério, anunciou a mesma verdade, quando os fariseus Lhe indagaram sobre a prática do divórcio.
Ele esclareceu que Sua resposta à pergunta deles não era nada menos que a exposição da verdade sobre o matrimônio, de acordo com o plano do Pai desde a Criação. Ele declarou:
Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse:
Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.
Quando os fariseus continuaram a questioná-lo, lembrando que até mesmo Moisés havia permitido o divórcio, ele respondeu com firmeza:
É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim.
Eu, porém, vos digo: Quem se divorciar de sua mulher, salvo em caso de fornicação, e se casar com outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério.
Quando seus próprios discípulos comentaram sobre a dificuldade de viver a verdade sobre o matrimônio, Nosso Senhor assegurou-lhes que a graça divina é dada para viver, mesmo heroicamente, esta verdade que está na base da vida da Igreja e da sociedade, em geral:
“Nem todos são capazes de entender isso, mas somente aqueles a quem foi dado.”
Mesmo acorrentado na prisão, São João Batista não perdeu a liberdade de dizer a verdade. Assim, também, não há um de nós que perca a mesma liberdade, mesmo se precisarmos entregar a nossa vida por amor à verdade.
A verdade, que nos foi revelada por Deus na Criação e na Redenção, deve sempre encontrar uma testemunha fiel em nós, pelo bem da nossa própria salvação e pela salvação do mundo.
A festa de hoje deixa claro que a nossa missão de cristãos é a de sermos arautos da Palavra de Deus, mesmo em meio a uma cultura hostil, confiantes na Palavra do Senhor:
“Eles lutarão contra vós; mas eles não prevalecerão, pois estou com vós, …, para livrar-vos.”
Rezemos, especialmente hoje, pela intercessão de São João Batista, para que, pela sua imitação, possamos ser arautos intransigentes da verdade acerca do matrimônio: a união duradoura, fiel e procriativa de um homem e uma mulher.
O amor de Deus e de nosso próximo exige um testemunho fiel de nossa parte.
Se o nosso testemunho precisar ser dado contra uma oposição hostil, como frequentemente ocorre em nossos dias, tenhamos confiança que a graça de Deus nunca nos faltará. Ela garante a vitória da verdade.
Fonte: fratresinunum.com
1 Comentário
Excelente texto, elevo graças a Deus pelo Cardeal Burke, um homem realmente admirável pesa sua fidelidade e amor à Santa Igreja de Cristo.