A ideia sobre o que acontece no inferno sempre despertou mistério, temor e reflexão. Para muitos é um lugar, para outros é um estado de espírito.
No entanto, a doutrina da Igreja nos ensina que o inferno não é apenas uma possibilidade teórica, mas uma consequência real das escolhas humanas. A pergunta que muitos se fazem é: o que leva uma alma a esse destino e como ele é descrito nas revelações? Vamos explicar, neste conteúdo.
Quais pecados levam ao inferno?
A Tradição da Igreja aponta especialmente para os pecados mortais, que são aqueles que rompem completamente a comunhão com Deus.
Santo Tomás de Aquino ensina que um pecado mortal requer três condições:
- matéria grave (estabelecida pelos Dez Mandamentos)
- plena consciência (conhecimento suficiente do caráter pecaminoso da ação)
- consentimento deliberado (cometer o pecado de livre vontade, sem ser forçada ou agir por ignorância).
Entre esses pecados, estão:
- orgulho e soberba: a recusa em reconhecer a soberania de Deus e a própria necessidade de conversão;
- ódio e falta de perdão: a incapacidade de amar o próximo e a escolha consciente de viver no rancor;
- pecados contra a castidade e a dignidade humana: como a luxúria desenfreada e a exploração do outro;
- negação da fé e rebelião contra Deus: o abandono voluntário da verdade divina e a apostasia.
- injustiça e opressão: oprimir os pobres, cometer fraudes e não se arrepender de atos que ferem o próximo.
Quando não confessados e reparados, os pecados podem levar a alma ao afastamento definitivo de Deus.
Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu repetidamente sobre os perigos do pecado e suas consequências eternas. No Evangelho de São Mateus (25, 41-46), Ele descreve o julgamento final, onde os injustos são enviados ao “fogo eterno”.
O que acontece com as almas no inferno?
O inferno não é um castigo imposto arbitrariamente por Deus, mas sim a consequência lógica da escolha de viver longe Dele. Santo Agostinho dizia que “Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. Isso significa que a condenação eterna é o resultado da recusa voluntária da graça divina.
A Igreja ensina que as almas no inferno sofrem dois grandes tormentos:
- A pena de dano: a privação definitiva da presença de Deus. Como o homem foi criado para estar em comunhão com seu Criador, perder essa presença é um sofrimento indescritível.
- A pena de sentido: as Escrituras falam do “fogo eterno” (Mt 25, 41) como um símbolo do sofrimento das almas condenadas. Santo Tomás de Aquino explica que esse “fogo” não é apenas material, mas uma realidade espiritual de dor e angústia.
E também nos ensina que é essencial viver em estado de graça, buscando a conversão diária e a comunhão com Deus para evitar o sofrimento eterno.
A oração, a participação nos sacramentos e a prática do amor ao próximo são caminhos essenciais para permanecer na graça divina, rejeitando tudo o que nos afasta de Deus.
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