“Jesus escondido”
Expressão com que os Pastorinhos designavam o Santíssimo Sacramento da Eucaristia: o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo.
O Francisco gostava de passar horas esquecidas junto do Sacrário em colóquio com Jesus.
Quando, com a sua prima Lúcia, se dirigia para a escola recomendava-lhe:
“Olha, tu, vai à escola. Eu fico aqui na Igreja, junto de Jesus escondido. Não me vale a pena aprender a ler; daqui a pouco vou para o Céu. Quando voltares, vem por cá chamar-me.”
E no regresso, ali o encontrava em recolhida oração.
Doente, o pequeno Francisco dizia à Lúcia:
“Olha, vai à Igreja e dá muitas saudades minhas a Jesus escondido. Do que tenho mais pena é de não poder já ir a estar uns bocados com Jesus escondido.”
Com tamanha ansiedade o Francisco esperou o momento da sua Primeira Comunhão!
Acamado e gravemente debilitado, tentou erguer-se para se sentar na cama, mas não conseguiu.
Momentos depois, o Senhor Sacramentado descia à sua alma, e o Francisco quedou-se em contemplação a consolar o divino Hóspede.
Depois de comungar, disse para sua irmãzinha Jacinta: “Hoje sou mais feliz do que tu, porque tenho dentro do meu peito a Jesus escondido!”
Esta comunhão com Deus, já o Francisco a tinha experimentado em 1916, nas Aparições do Anjo que lhe dera a beber do Sangue do Cálice que trazia.
– A mim e à Jacinta, que foi que ele nos deu?
– Foi também a Sagrada Comunhão, respondeu Jacinta.
– Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como! – disse o Francisco.
E prostrando-se por terra, permaneceu por largo tempo, com a sua irmã, repetindo a oração do Anjo: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: adoro-Vos profundamente (…)”
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