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Quando a jovem jornalista brasileira Ana Carolina Cáceres leu uma reportagem da BBC Brasil sobre um grupo pró-aborto que usava o surto de Zika vírus e o alarmismo com relação à microcefalia;
para derrubar a lei que limita o aborto no país, ela também ficou indignada.
Cáceres tem microcefalia e sabe que ter um crânio menor do que o normal não significa ter um cérebro pequeno.
Na verdade, ela formou-se em jornalismo para ser porta-voz de outros com microcefalia. Então escreveu sua própria matéria para a BBC, condenando a pressão pela legalização do aborto.
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“Eu sobrevivi, assim como muitos outros com microcefalia”, escreveu. “Nossas mães não nos abortaram. É por isso que nós existimos.”
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Ela fez mais do que existir: ela se formou na universidade, escreveu um livro sobre sua vida, toca violino e mantém um blog, onde encoraja outros microcefálicos e suas famílias.
Mas no dia em que nasceu, segundo ela mesma informou, “o médico disse que eu não tinha chance de sobreviver;
‘Ela não irá andar, nem falar e, com o tempo, entrará em estado vegetativo até morrer’”, disse o médico. “Mas ele – como muitos outros – estava errado.”
Todavia, foi uma batalha, e uma batalha cara. “A família toda se uniu – tios, tias e outros. Todos deram o que podiam para cobrir os custos,” disse ela.
Nove dias depois de seu nascimento, ela havia sobrevivido a cinco operações que a permitiram respirar de maneira independente.
“Eu também tive ataques epilépticos.
Supostamente é algo que todas as pessoas que sofrem de microcefalia terão.
Mas não é nada demais – há drogas que mantêm a epilepsia sob controle,” contou à BBC.
Cáceres estava respondendo ao pronunciamento da ANIS, um instituto de bioética, que desafia a lei sobre o aborto no país;
Com o argumento de que o aumento recente nos casos de microcefalia é causado pela difusão do Zika vírus, que o governo deveria ter prevenido, afirma a ANIS.
De acordo com Débora Diniz, representante da ANIS, as gestantes com bebês microcefálicos estão sendo “penalizadas por falhas de políticas públicas” e, além disso;
“Deveriam ter o direito de optar pelo aborto legal.” “Afinal”, acrescenta, “nós sabemos que a microcefalia típica é um mal incurável e irreversível.”
Cáceres concorda que sua condição “pode de fato ter tido consequências menos sérias do que as experimentadas por outras pessoas” e acrescenta que muitas crianças com essa condição “teriam sorte de ter uma vida como a minha.”
Apesar disso, “o aborto é uma tentativa lamentável de enfrentar o problema,” contou à BBC Brasil.
“O mais importante é o acesso ao tratamento, o aconselhamento para os pais e pessoas mais velhas que sofrem do problema e fisioterapia e tratamento neurológico para aqueles que nascem com microcefalia.”
Mas assim como a ANIS, Cáceres culpa a incompetência do governo por pelo menos uma parte do problema, o mau uso dos recursos em obras públicas que não beneficiam a maioria das pessoas, enquanto negligenciam o sistema de saúde.
Ela tem medo de que o governo estenda o aborto para os casos de microcefalia como uma solução rápida para o problema ao invés de prover os cuidados e educação necessários após o nascimento.
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O porta-voz da Human Life International, Stephen Phelan, contou ao LifeSiteNews que grupos pró-aborto como a “Planned Parenthood e os Serviços Internacionais de Aconselhamento na Gestação…
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…estão se aproveitando do pânico da microcefalia como uma oportunidade para angariar fundos” enquanto pressionam, ao mesmo tempo, a abolição das atuais legislações sobre o aborto nas áreas afetadas das Américas do Sul e Central.
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Mas Phelan acrescenta que um novo estudo apontou que dois terços dos aproximadamente 4.000 casos de microcefalia notificados pelo ministério da saúde do Brasil não se tratam de fato de microcefalia.
Uma matéria publicada no Washington Post em 29 de Janeiro relatou que 64% dos mais de 700 casos analisados atentamente por especialistas provaram não ter relação alguma nem com o Zika vírus nem com microcefalia.
Marlene Gillette-Ibern, conselheira legal da HLI da América Latina e Espanha, contou ao LifeSiteNews que é falsa a primeira premissa utilizada pelos movimentos pró-aborto para tirar partido do Zika vírus.
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“A microcefalia não é uma condição fatal para o nascituro. E mesmo que fosse uma condição com risco de morte…
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Há muitas doenças com risco de morte e isso não significa que se pode sair por aí matando todos aqueles que têm uma grave condição clínica.
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Basicamente, toda essa conversa sobre aborto em casos de microcefalia é uma aplicação da ideologia eugenista.”
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Respondendo aos apelos de algumas autoridades da área de saúde pelo adiamento da gravidez por até dois anos durante a crise;
O presidente da HLI, pe. Shenan Boquet, deu uma declaração alertando os católicos a usarem meios “lícitos” para adiar a gestação via planejamento natural e a evitarem entrar em pânico com as táticas alarmistas dos grupos pró-aborto.
“Pais católicos são chamados a ser responsáveis e generosos” e a resistir;
“Às pressões de quaisquer autoridades que venham a atacar a dignidade da pessoa humana, ou os dons do casamento e da sexualidade”, disse o pe. Shenan.
Atualmente a lei brasileira permite o aborto somente quando a vida da mulher está em risco ou…
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Quando a criança foi concebida num estupro, mas numa decisão judicial anterior tomada sob pressão de grupos pró-aborto;
A lei estendeu-se também aos nascituros com anencefalia, sob o pretexto de que lhes falta uma parte do cérebro e de que raramente sobrevivem após o nascimento.
Agora os grupos pró-aborto buscam que o judiciário abra outra exceção e passe por cima da resistência da população.
De acordo com a mesma matéria da BBC que levou à resposta de Cáceres, uma pesquisa de opinião feita em Dezembro do ano passado pelo Data Folha mostrou que “67% dos Brasileiros são a favor de manter a lei” com suas atuais restrições, enquanto apenas 11% aprovam o aborto sob demanda.
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1 Comentário
O aborto por desculpa a microcefalia é um mero pretesto para legalizar o aborto, não há evidencias que comprovam que a microcefalia seja causada por infecção do mosquito, tenho que concordar com o governo do RS, que este fato possa ser gerado pela aplicação do veneno contra o mosquito, que é mais prejudicial que a própria picada do mosquito. que alias pode ser uma desculpa de certas entidades que querem aprovar o aborto, assustando as mães gravidas para abortarem, cometendo o crime contra a vida.