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Não é admissível supor que Nossa Senhora nos abandone, sobretudo quando os tempos estão muito complicados.
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É preciso confiar de todo jeito. Quaisquer que sejam as dificuldades nesse tempo, Ela não nos abandonará. Pelo contrário, nós seremos protegidos por Ela de modo inesperado, de modo milagroso se for preciso.
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Nós devemos nos habituar a viver a vida prática com todo o espírito de Fé.
E, ao mesmo tempo, a conviver com a esperança do milagre como se fosse uma coisa que não é para de vez em quando acontecer.
Porque a atmosfera de Lourdes nos ensina que o milagre é fato frequente de todos os dias.
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É preciso conservar a calma motivada por essa crença no milagre.
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Então é preciso conservar essa calma custe o que custar, para por esta forma nós ouvirmos a voz do Espírito Santo nas nossas almas.
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Porque a voz da graça se faz ouvir na alma tranquila. Na alma agitada não se faz ouvir.
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A alma tranquila pode estar inesperadamente aflita, mas não agitada. O exemplo arquiperfeito da alma tranquila, porém não agitada, era o Coração Sacratíssimo de Jesus durante a agonia no Horto.
Nosso Senhor tinha uma noção tão viva do que ia acontecer com Ele que, com a devida adoração, chegou a suar sangue, de pânico diante da dor que vinha.
Os médicos dizem que o fenômeno é conhecido cientificamente, que certas angústias muito grandes fazem a pessoa derramar sangue pela pele.
Tem lá uma explicação científica que eu entendi mais ou menos, mas que é admitida por todos os cientistas.
Mas Nosso Senhor não perdeu a calma.
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Pelo contrário, estava tranquilo, tudo quanto Ele disse era inteiramente lúcido, nenhuma vez se nota n’Ele um vaivém;
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Mais uma coerência de atitudes verdadeiramente sobrenatural.
Segundo o Evangelho, Ele “coepit pavere et taedere contristari et moestus esse” (1. Marc. 14, 33. Mat. 26, 37.) – começou a ter tédio e pavor, e ficar triste, abatido, mas não agitado.
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Daí veio o pedido filial, tranquilo, d’Ele ao Padre Eterno, que é parecido com o pedido que um Filho faz a uma muito boa Mãe.
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Ele disse: “Pater, si fieri potest transeat a me cálix iste. – Meu Pai, se é possível afaste-se de mim este cálice” (Mat 26,11).
Primeiro com a linguagem da aflição, depois com a linguagem da força:
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“Mas faça-se a vossa vontade e não a minha.
Se quiserdes, livrai-me, mas se não quiserdes, matai-me. Vós e Eu ninguém separará.”
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Essa é ou não é a linguagem da tranquilidade?
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Fonte: Luzes de Esperança
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APÓSTOLOS DA CURA
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