Em 1487 iniciou o rei católico Fernando o sítio de Málaga com um exército imponente.
Uma vez estabelecido na proximidade, procurou persuadir seus habitantes a que lhe entregassem a praça, para evitar as destruições de um sítio.
O tirano que dominava a cidade, Hamet el Zegrí, mandou degolar os que participavam das tratativas, e então o Rei intimou a cidade a se render, mas ela se recusou.
Deu início então ao sítio, instalando diante dos muros de Málaga seus efetivos, e em meio a eles uma espécie de templo, onde mandou pôr uma imagem da Virgem, que sempre levava consigo.
Começou uma luta duríssima, em que a artilharia tinha muita parte. Antes de continuar a destruição da cidade, ainda foi feita uma segunda intimação a Zegrí, que a rechaçou mandando degolar uma comissão de muçulmanos que quis mostrar-lhe o perigo de prolongar um sítio sem esperanças de vitória.
Obstinou-se na luta, apesar das muitas derrotas, praticando crueldades contra os seus. Depois do fracasso de uma sortida, fechou-se numa torre-fortaleza fora da cidade, abandonando-a à sua própria sorte.
Ao se verem livres do jugo de Zegrí, os mouros pediram ao Rei que os deixasse voltar para a África ou viver em Castela, o que lhes foi recusado.
Declararam então os da cidade sitiada que, se não obtivessem isso, enforcariam nas ameias quinhentos cristãos cativos, ateariam fogo à cidade, exterminando suas famílias, e tratariam de morrer matando.
Estavam assim as coisas quando, a 18 de agosto, de improviso se rendeu a praça.
Nela entraram imediatamente as tropas castelhanas, pondo a cruz nas torres do forte. Diante dele se ajoelharam os reis católicos e foi cantado o Te Deum.
Isabel e Fernando atribuíram a um milagre da Santíssima Virgem esse triunfo.
Para perpétua memória, em ação de graças mandaram edificar um templo no local em que estava a santa imagem que levavam. Desde então recebeu o nome de Nossa Senhora da Vitória, com o qual até hoje é venerada como padroeira de Málaga.
(Extraído do blog Orações e milagres medievais)