O mistério da Encarnação do Verbo Eterno no seio de Maria Imaculada manifesta-se plenamente aos homens no nascimento de Jesus Cristo. O gênero humano foi assim elevado a uma participação, pela graça, na própria Divindade!
Era natural que esse magno acontecimento fosse comemorado pelos cristãos de modo especial, e assim o foi até um passado recente. A noite de Natal era sempre esperada com avidez, como um bálsamo celeste que nos aliviaria as mazelas da vida.
As descrições sobre o Natal — da narrativa evangélica em sua sublime simplicidade até as revelações místicas, às vezes pormenorizadas, feitas a almas santas — pintam o ambiente maravilhoso e indescritível do que ocorreu na Gruta de Belém.
Algumas dessas revelações contam que o Divino Infante teria vindo à luz — Ele que é a própria “Luz que ilumina todo homem” (Jo I, 9) — durante um êxtase de Maria Santíssima. Os Evangelhos narram como os coros angélicos celebraram o acontecimento com cânticos celestiais, e assim o anunciaram aos pastores.
Anunciaram-no igualmente aos reis sábios do Oriente, cujas caravanas a misteriosa e fascinante estrela guiou até Belém.
Quem poderá descrever o ambiente da Gruta durante a visita dos ilustres peregrinos? E as graças e consolações espirituais que terão experimentado então?
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O mundo católico extasiava-se com esse ambiente maravilhoso, antes da crise medonha que envolveu a Santa Igreja Católica nos últimos tempos.
Por ocasião da época natalina, todos como que apalpavam a divindade de Cristo pelas graças que recebiam na grande solenidade. E esse ambiente tornava as pessoas mais generosas e mais propensas ao perdão e ao bem.
A noite de Natal era a noite da sublimidade dos cânticos, do aroma de incenso que se evolava dos turíbulos nas igrejas, ou do cheiro de saborosos quitutes que subia com a fumaça das chaminés.
Para o Natal, preparavam-se com meses de antecedência as melhores músicas, os melhores pratos, os melhores trajes.
No que se refere à música, o quadro No coro,(foto) do pintor Vicente Borras Abella, exposto no Palácio Riofrio, de Segóvia, representa um ensaio coral característico da vida católica de então. Com que empenho e seriedade se preparavam para a grande festa! O regente é a alma do conjunto.
Embora a pintura seja de 1890, esse ambiente perdurou talvez até meados do século XX. Quem poderia imaginar então o pesadelo sepulcral de laicismo que cobriria o mundo um século mais tarde? Não é verdade que o laicismo militante conseguiu banir da sociedade quase toda atmosfera de sonho que envolvia essa noite bendita?
Fonte: Catolicismo
3 Comentários
concordo plenamento…o natal de antigamente tinha mais sentido, mais uni
concordo plenamento…o natal de antigamente tinha mais sentido, mais união, mais pureza e simplicidade………
É verdade o Natal de antigamente era vivido com mais alegria, amor e fé. A caridade era maior, a devoção mais profunda, mas para nós cristãos que entendemos a grandeza do mistério de um Deus que baixa até nós se fazendo pequeno e pobre mas nos remir, salvar e dar exemplo, o Natal deve ser a grande festa cristã, e o presépio deve atrair nossos corações, com o amor e a devoção dos santos