A ofensiva de críticas e calúnias forçou a criação de um setor médico para apurar a autenticidade das curas sobre bases estritamente científicas.
Para cortar o passo às más interpretações iniciais, em 28 de julho de 1858 — ou seja, doze dias após a última aparição — o bispo diocesano, D. Laurence, nomeou uma “comissão encarregada de constatar a autenticidade e a natureza dos fatos que têm acontecido… numa gruta no oeste da cidade de Lourdes”.
Dr Patrick Theillier responsável do Bureau Médico de Lourdes durante muitos anos
Foi o ponto de partida do atual Bureau Médico de Lourdes. Com ele, o espírito naturalista e de orgulho revolucionário haveria de sofrer outro revés. Pois o Bureau passou a constatar, com base em critérios muito rígidos, que o inexplicável naturalmente — o milagre — acontece para aqueles que apelam à graça da Virgem Santíssima, que esmaga sob seus pés o pai de todas as revoltas, Satanás.
O atual Bureau Médico de Lourdes apura, apenas do ponto de vista médico, se as curas alegadas pelos fiéis são explicáveis ou não pela ciência. Se não o são, o Bureau encaminha a conclusão do inquérito ao Bispo da diocese do miraculado. O Prelado então decide se reconhece oficialmente ou não o milagre.
As atribuições estão muito claramente definidas. O Bureau se pronuncia apenas do ponto de vista médico, jamais do ponto de vista religioso-sobrenatural. Por isso, não fala em milagre, mas em cura inexplicável pela ciência. Por sua vez, os Bispos não se pronunciam do ponto vista médico. Eles apenas proclamam que houve milagre, quando julgam isso oportuno.
Portanto, a constatação pelo Bureau, de cura que vai além de quanto a medicina conhece, é o primeiro e indispensável passo para o reconhecimento oficial do milagre.
Fonte: Blog Lourdes 150º aniversário das aparições