Maria é Mãe de Deus. Conheça a profundidade dessa verdade de fé!
A solenidade de Maria, Mãe de Deus é uma festividade litúrgica que se celebra hoje.
O título de Mãe de Deus, entre todos os que são atribuídos à Virgem, é o mais glorioso. Ser a Mãe de Deus é, para Maria, a sua razão de ser, o motivo de todos os seus privilégios e das suas graças.
Para nós, esse título encerra todo o Mistério da Encarnação, e nada mais vemos que seja, mais do que este, uma fonte de louvores para Maria e de alegria para nós.
Santo Efrém pensava justamente que crer e afirmar que a Santíssima Virgem Maria é Mãe de Deus, é dar uma prova segura de nossa Fé.
A Igreja, por isso, não celebra nenhuma festa de Maria sem louvá-la por esse privilégio.
E, assim, saúda a Beata Mãe de Deus na Imaculada Concepção, na Natividade, na Assunção; e nós, na reza frequentíssima da Ave Maria, fazemos o mesmo.
Maria, Verdadeira Mãe de Deus
Reconhecer que Maria é Verdadeira Mãe de Deus é coisa fácil. “Se o Filho da Santa Virgem é Deus”, escreve Papa Pio XI na Encíclica Lux Veritatis, “Aquela que O gerou merece ser chamada Mãe de Deus;
Se a Pessoa de Jesus Cristo é Una e Divina, todos, sem dúvida, devem chamar Maria de Mãe de Deus, e não somente de Cristo Homem.
Como as outras mulheres são chamadas, e são realmente mães, porque formaram nos seus ventres a nossa substância mortal, e não porque criaram a Alma humana, assim Maria adquiriu a Maternidade Divina por ter gerado a Única Pessoa do Seu Filho”.
Maria e Jesus
A Maternidade Divina une Maria ao Filho com um ligame mais forte do que aquele que há entre as outras mães e os seus filhos. Estas não obram por si só a geração, e a Santa Virgem ao contrário,
Gerou o Filho, o Homem-Deus, com a Sua substância; e Jesus é prémio da Sua virgindade e pertence a Maria pela geração e pelo nascimento no tempo,
pela amamentação com a qual O nutriu, pela educação que Lhe deu, pela autoridade materna exercitada sobre Ele.
Maria e o Pai
A Maternidade Divina une de modo inefável Maria ao Pai. Maria tem por Filho o próprio Filho de Deus.
Imita e reproduz no tempo a geração misteriosa com a qual o Pai gerou o Filho na Eternidade, restando assim associada ao Pai na Sua paternidade.
“Se o Pai nos manifestou uma afeição tão sincera, dando-nos o Seu Filho como Mestre e Redentor”, dizia Bossuet, “o Amor que tinha por Vós, ó Maria, fez-Lhe conceber bem outros desígnios a Vosso respeito,
E estabeleceu que Jesus fosse Vosso como é d’Ele, e para realizar conVosco uma Sociedade Eterna, quis que Vós fósseis a Mãe do Seu único Filho, e quis ser o Pai do Vosso Filho” (Discurso acerca da Devoção à Santa Virgem).
Maria e o Espírito Santo
A Maternidade Divina une Maria ao Espírito Santo, porque, por obra do Espírito Santo, concebeu no Seu ventre o Verbo.
Nesse sentido, Papa Leão XIII chama a Maria de Esposa do Espírito Santo (Encícilica Divinum Munus, in fine; 9 de Maio de 1897), e Maria é do Espírito Santo o Santuário Privilegiado, pelas inauditas maravilhas que operou n’Ela:
“Se Deus está com todos os santos”, afirma São Bernardo, “está com Maria de um modo todo especial porque entre Deus e Maria o acordo é assim total que Deus não só se uniu a Sua vontade, mas a Sua Carne, e com a Sua substância e aquela da Virgem fez um só Cristo;
e Cristo, se não deriva todo inteiro de Deus e todo inteiro de Maria, todavia é todo inteiro Deus e todo inteiro de Maria, porque não há dois Filhos, mas um só Filho, que é Filho de Deus e da Virgem.
O Anjo diz: ‘Saúdo-te, o cheia de graça, o Senhor é contigo.
É contigo não apenas o Senhor Filho, que revestiste da tua carne, mas o Senhor Espírito Santo do qual concebeste, e o Senhor Pai, que gera Aquele que tu concebeste.
Está contigo o Pai que faz com que o Filho seja teu Filho; contigo está o Filho que, para realizar o Adorável Mistério, abre o teu seio miraculosamente e respeita o Sigilo da tua Virgindade; está contigo o Espírito Santo, que, com o Pai e o com o Filho, santifica o teu seio. Sim, o Senhor está contigo” (3ª Homilia Super Missus Est).
Maria Nossa Mãe
Saudando-Vos, hoje, com o belo título de Mãe de Deus, não esquecemos que “tendo dado a vida ao Redentor do Género Humano, por isso mesmo Vos tornastes Mãe Nossa Dulcíssima, e que Cristo nos quis por irmãos.
Escolhendo-Vos por Mãe do Seu Filho, Deus Vos inculcou sentimentos completamente maternos, que respiram apenas Amor e Perdão” (Pio XI, Encíclica Lux Veritatis).
Desde a Glória do Céu, onde estais, lembrai-Vos de nós que Vos rogamos com tanta alegria e confiança. “O Omnipotente está em Vós, e Vós sois omnipotente com Ele, Omnipotente por causa d’Ele, Omnipotente depois d’Ele”, como diz São Boaventura.
Vós podeis Vos apresentar diante de Deus, não tanto para rogar, quanto para comandar,
Vós sabeis que Deus atende infalivelmente a Vossos desejos. Nós somos, sem dúvida, pecadores, mas Vós Vos tornais Mãe de Deus por nossa causa,
e “nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado.
Assim, animados com igual confiança, ó Virgem entre todas singular, como a Mãe recorremos, de Vós nos valemos, gemendo sob o peso de nossos pecados nos prostramos a Vossos pés.
Não desprezeis as nossas súplicas, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de nos alcançar o que Vos rogamos” (São Bernardo, Memorare).