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Um dos pontos mais delicados nas relações entre as ciências naturais e o mundo sobrenatural diz respeito ao milagre.
Um número infindo garante ter sido curado. Porém a maioria não abre o processo médico que poderá constatar a cura.
Dos que abriram processo, em 7.200 casos catalogados a medicina reconheceu que a cura era inexplicável à luz dos conhecimentos da época.
Vejamos apenas um dos casos oficialmente proclamados pela Igreja: o de Jeanne Fretel.
A matéria foi reproduzida do blog “Lourdes e suas aparições” que traz informação seleta a abundante sobre esse santuário e os milagres ali operados.
Jeanne Fretel, nascida a 27 de maio de 1914 na Bretanha, teve uma infância sofrida: rubéola, escarlatina, difteria etc.
Em janeiro de 1938, quando conta vinte e quatro anos, é operada de apendicite no Hôtel-Dieu em Rennes.
Depois disto, passará dez anos no hospital, praticamente sem interrupções.
Primeiro tem que operar um quisto tuberculoso nos ovários, depois, uma peritonite tuberculosa que a acometeu, logo seguida por uma fístula estercoral.
É somente no fim da guerra que sai, finalmente, do hospital;
Porém aparece uma erisipela, em seguida um hallux valgus bilateral, finalmente uma osteíte do maxilar superior;
Que não lhe deixou mais do que três dentes na arcada superior e seis na inferior.
A 3 de dezembro de 1946, dá entrada no hospital de Pontchaillou, em Rennes, onde já estivera internada durante algum tempo após a guerra.
Desta feita, diz ela, é “para morrer lá”.
Está sempre acamada e todas as noites a febre atinge os 39° 5.
Tem o abdômen inchado, distendido, terrivelmente dolorido: faz-se necessário uma aplicação diária de seis centigramas de morfina.
Apesar de se ter submetido a um prolongado tratamento de estreptomicina, cuja descoberta era recente;
O estado de Jeanne Fretel não apresenta melhoras, segundo o demonstra este atestado médico redigido pelo Dr. Pellé:
“De agosto de 1948 a outubro de 1948, a enferma mostra-se cada vez mais cansada: só consegue ingerir pequenas quantidades de líquido.
Surgem sinais meningíticos. Um deles é o ventre, volumoso e dolorido.
Há um escoamento abundante de pus com as fezes, bem como nos vômitos, acompanhado de sangue negro.
Os desfalecimentos cardíacos são frequentes e colocam em perigo a vida da paciente.
Toda esperança parece estar perdida.”
Pela terceira vez em cinco anos, a 20 de setembro de 1948, a doente recebe a extrema-unção.A temperatura oscila todos os dias entre 40° à noite e 36° pela manhã.
As aplicações de morfina são feitas de três a quatro injeções diárias de dois centigramas cada uma:
“O simples esforço para sentar-se na cama já lhe é quase impossível”.
Deixa-a extenuada.
E, no entanto, é neste estado que empreende a peregrinação a Lourdes, no dia 4 de outubro de 1948, levando consigo o seguinte atestado do Dr. Pellé:
“Peritonite tuberculosa.
A enferma foi submetida a sete intervenções cirúrgicas abdominais a partir de 1938.
Há três anos encontra-se em completo repouso, alimenta-se muito pouco e as dores no ventre obrigam-na a permanecer quase que totalmente imóvel”
Ao ser levada a Lourdes, está semiconsciente, sempre acometida por vômitos que a impedem de alimentar-se e dormir.
Na sexta-feira, 8 de outubro, levam-na muito cedo, às 7h30, para assistir a missa dos doentes no altar de Santa Bernadette.
O padre que oficia a cerimônia, assustado e constrangido com a presença dessa doente dominada pelas náuseas, hesita em lhe administrar a comunhão.
O maqueiro que carrega Jeanne FreteI insiste. E assim a enferma recebe a hóstia…
“Foi então ‒ contará ela mesma mais tarde ‒ que comecei a perceber que estava melhor e que me achava em Lourdes.
Perguntaram pela minha saúde. Respondi que me sentia outra! Meu ventre continuava duro e inchado, mas já não padecia nenhuma dor.
Deram-me uma xícara de café com leite que tomei com apetite e prazer.
“Após a missa, levaram-me até a gruta, sempre carregada na maca.
Chegando ali, ao cabo de alguns minutos, tive a impressão que uma pessoa me amparava sob as axilas para me ajudar a sentar.
E vi-me sentada.
Virei-me a fim de ver quem me havia auxiliado, porém não vi ninguém.
Tão logo me sentei, tive a sensação de que as mesmas mãos que me tinham ajudado a sentar seguravam as minhas para colocá-las sobre minha barriga.
“Perguntei a mim mesma o que estava me acontecendo: se estava curada ou saindo de um sonho.
Notei que meu ventre tinha voltado ao normal.
E então senti uma fome fora do comum.”
Volta para o hospital ainda na maca. Pede algo para comer.
O Dr. Guégan examina-a e dá-lhe autorização para alimentar-se.
Faz uma refeição frugal: um pedaço de vitela e purê de batatas com três pedaços de pão.
Mas para ela é um banquete extraordinário: já faz dez anos que não tem uma refeição igual.
“Ao terminar ainda continuava com fome. Pedi mais uma porção.
Fui atendida e pedi mais.
Então me trouxeram como sobremesa um prato de sêmola de arroz, com receio que me sentisse mal.”
À tarde, a recuperada, satisfeita sem estar saciada, levanta-se, veste-se sozinha e sai para dar um passeio:
“Já fazia três anos que eu não andava e naquele instante caminhei com a mesma desenvoltura de hoje ‒ esclarece Jeanne Fretel.
Assim que cheguei às piscinas, tomei um banho de pé, sem me cansar.”
À noite, torna a ingerir uma refeição (sopa, pão e patê, sobremesa) e adormece, mas desperta por volta da meia-noite, ainda atormentada pela fome;
Serve-se de pão, manteiga, doces, bolo e readormece.
No dia seguinte, levam-na até a Junta das Constatações onde cinco médicos assinam em conjunto um boletim em que declaram:
Jeanne Fretel sente-se tão aliviada no trem de volta que pede e suporta muito bem a parada brusca das injeções de morfina;
Sem experimentar as perturbações graves e costumeiras de uma desintoxicação tão violenta.
E podemos imaginar o assombro do médico assistente da doente, o Dr. Pellé, que escreve a 13 de outubro de 1949:
“Voltamos a ver a senhorita Fretel no mesmo dia de seu retorno de Lourdes para Rennes;
Onde a examinamos e observamos o desaparecimento completo de todos os sinais patológicos.
Temos acompanhado a paciente com regularidade e constatamos que a melhora do seu estado geral prossegue.
Seu peso que era de 44 quilos no dia 5 de outubro de 1948 passou para 58,200 quilos.
Durante os oito primeiros dias, esta jovem ganha 1,350 por dia.
A temperatura é normal: 36°8 pela manhã, 37°2 à noite.
O apetite e o sono são muito bons.”
Jeanne Fretel, após o seu regresso, teve condições de reencetar uma vida ativa que prossegue sempre sem qualquer acidente patológico.
Nunca mais sentiu qualquer tipo de dor.
A vida normal retomou seu curso na plenitude de uma saúde perfeita.
Todos os dias levanta-se às 5h30 e recolhe-se às 11 da noite.
E, no entanto, tem que fazer as tarefas mais cansativas da casa.
Um ano depois, a jovem comparecerá diante dos vinte e oito médicos da Junta médica de Lourdes.
Em 1950, após terem concluído tratar-se de uma “cura inexplicável”;
O processo de Jeanne Fretel é enviado à Comissão canônica criada expressamente para examinar este caso pelo cardeal Roques, arcebispo de Rennes.
E a 8 de novembro de 1950, a Comissão canônica declara:
“O caso da senhorita Fretel situa-se na série das curas extraordinárias;Cientificamente inexplicáveis, na presença das quais só podemos repetir:‘O dedo de Deus se faz sentir’.”
Em seguida, o cardeal Roques, na data de 20 de novembro, apresenta um “reconhecimento de milagre” assim redigido:
“Reconhecemos que a senhorita Jeanne Fretel, acometida de peritonite tuberculosa com sinais meningíticos e em estado muito grave de caquexia;
Foi curada súbita e radicalmente a 8 de outubro de 1948, no momento em que comungava no altar de Santa Bernadette em Lourdes;
E nós julgamos e declaramos que a cura é milagrosa e deve ser atribuída à Nossa Senhora de Lourdes.”
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Fonte: cienciaconfirmaigreja.blogspot.com.br
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1 Comentário
Para quem tem fé nenhuma explicação é necessária, mas para quem não tem nenhuma explicação é o suficiente….