,Não quero ocultar a hediondez. Aliás, ela vem sendo divulgada intensamente pelos meios de informação.
Na mesma direção, vou até mesmo estadeá-la, para que contra ela cresça o horror. Serão benditas e saudáveis barreiras do horror, feitas de pedra para durar muito, nunca devem ser abatidas. Mas, por contraste, ao lado, chamarei a atenção para situação oposta, arejada, saneadora, restauradora. Relacionada com Fátima, jardim de flores medicinais, tônico para o espírito. Sempre devem ser procuradas.
Em resumo, a hediondez aconteceu dias atrás na maior cidade da América do Sul, São Paulo.
Um adolescente de 16 anos matou friamente pai, mãe e irmã, por motivo fútil: segundo ele, chamado de vagabundo pelos pais, foi proibido como castigo de usar o celular e o computador. Planejou meticulosamente a matança, e depois a relatou friamente. Mas nenhum remorso. Completou o relato, faria de novo, sem problemas.
Relato em traços rápidos o que aconteceu. Em 17 de maio de 2024, na Zona Oeste da capital paulista (Vila Jaguara), um adolescente de 16 anos (filho adotivo), surrupiou a pistola 9 mm, utilizada pelo pai, guarda municipal de destacamento florestal de Jundiaí. Testou-a no colchão da cama do casal. Funcionava perfeitamente. Quando o pai entrou em casa, trazia a filha da escola, lá por 13h30, e foi para a cozinha, o adolescente acompanhou-o. Por trás, sorrateiramente, fuzilou-o com um tiro na nuca. Morte instantânea.
A filha, com o estampido, gritou do quarto. O adolescente parricida foi até o quarto da irmã e deu-lhe um tiro no rosto. Morte também instantânea. Almoçou ao lado do cadáver do pai, foi malhar na academia, mas voltou a tempo de estar em casa quando a mãe chegasse. A senhora chegou lá por sete da noite. O filho, solícito, abriu-lhe as portas da garagem.
Na cozinha, matou-a com um tiro. No dia seguinte, sábado, foi à padaria, fez refeições, malhou. Aliás, e, “por ódio” ainda esfaqueou pelo menos por duas vezes o cadáver em decomposição da mãe.
No domingo,19 de maio, discou o 190 e chamou a polícia, dizendo que tinha matado a família. Confessou tudo de forma fria e sem remorsos. Reconheceu, gostava da irmã, mas temia que ela tentasse proteger a mãe.
Tirou-a do caminho com um tiro no rosto. Choca em particular o ódio pela mãe.
Então, em tragédias de enorme horror, é comum os piores facínoras tentarem proteger a mãe, evitar que se envolva, poupar-lhe detalhes chocantes. Aqui se deu rombudamente o contrário. A mãe foi a grande visada, a vilã a ser abatida a qualquer custo, mesmo com o sacrifício de sentimentos ternos pela irmã.
O matricida surpreendeu-se com a voz de prisão. Parece, “era de menor”, achava, iria continuar solto. Então, na delegacia, o caso foi registrado como ato infracional de homicídio, feminicídio, posse e porte ilegal de arma de fogo, vilipêndio de cadáver. O assassino está internado na Fundação Casa.
Aliás, a polícia e o Ministério Público vão requerer os laudos médicos de praxe no caso, indispensáveis para as medidas administrativas e judiciais subsequentes. Mas, o fato se deu no ambiente menos esperado, o de uma família de vida morigerada, rotina conhecida, trabalho e estudos normais.
Causaria horror, mas certamente sem surpresa, se acontecesse numa delegacia, num pancadão funk, numa orgia, numa penitenciária barra pesada. O horror a bem dizer incogitável aconteceu no mais asséptico e comum dos ambientes, daí o choque geral. Não vi relatos da religiosidade da família exterminada. Ainda são prematuras e deslocadas as suposições.
Portanto, aqui entra o jardim luminoso de flores medicinais que gostaria de contrapor ao horror acima descrito. Tem força pedagógica. Queria contrastar a hediondez acima com os raios dourados de santa Jacinta Marto, falecida antes dos 10 anos, vítima da gripe espanhola, que no pobre hospital em que estava sofria com paciência heroica os sofrimentos da doença e as saudades da família.
A irmã Lúcia asseverou:
“recorda que a prima sofria com o afastamento da família, com saudades da mãe, chorando com fome nos períodos em que fazia jejum por compaixão pelos pecadores”
A pequena e heroica camponesa, gigante diante de Deus, oferecia seus sofrimentos em reparação pelos pecados, pelas almas, enfim, se quisermos, pela vida virtuoso das famílias, base de qualquer restauração social e sem a qual todos os supostos programas salvacionistas são ocos e carunchados.
Sendo assim, que santa Jacinta nos inspire a bem aproveitar o terrível choque de 17 de março. Pois ali está o remédio, a planta medicinal.
Aliás, para muitos, o hediondo episódio de 17 de maio soou como gongo prenunciativo do que pode estar por vir. Essa decomposição e desagregação familiar, se não mudarmos e seguirmos caminho de oração, reparação, seriedade de vida. Santa Jacinta, falecida antes dos 10 anos, é exemplo fulgurante de maturidade, seriedade, senso do dever e triunfo real.
por fim, esse esplendor escondido, e que merece ser propalado, sua vida marcou muito mais o século 20 e 21, e na direção do bem, avanço real, que bilhões de outras, aparentemente nos galarins.
1 Comentário
MEU DEUS, MEUS DEUS, EM QUE MUNDO ESTAMOS, ONDE CRIANÇAS MATAM SEU PAIS?