Palco de grandes milagres ainda em nossos dias, a pequena cidade francesa de Lourdes, nos contrafortes dos Pireneus, foi o lugar escolhido por Nossa Senhora para aparecer, em 1858, à camponesa Santa Bernadete Soubirous. O que entende a Igreja Católica por cura milagrosa? Quais os critérios empregados para que se reconheça oficialmente uma cura?
A essas e outras questões responde um profundo conhecedor do assunto: o médico responsável do Bureau Médical de Lourdes, Dr. Patrick Theillier.
Currículo
Formado pela Faculdade de Lille, no norte da França, especialista do aparelho digestivo, trabalhou na Cooperação Militar no Marrocos como Médico Responsável do Hospital de Targuist. Foi professor de cursos de Homeopatia na Universidade de Lille e é detentor de diplomas de Medicina do Trabalho Agrícola, Acupuntura e Homeopatia. Desde abril de 1998 é o médico permanente do Santuário de Lourdes, Presidente da Association Médical International de Lourdes (AMIL) e redator-chefe do Boletim da AMIL (trimestral de 10.000 assinantes, divulgado em cinco línguas). Autor de dois livros: Une nouvelle approche biomédicale des maladies chroniques: l’endothérapie multivalente (juntamente com o Doutor Michel Geffard), publicado em 2000 por F-X de Guilbert; e Et si on parlait des miracles…, editado em 2001 por Presses de la Renaissance, Paris, traduzido em Portugal com o título E se falássemos sobre… Milagres? pela editora Sopa de Letras.
O Dr. Theillier recebeu nosso enviado especial, Sr. Miguel da Costa Carvalho Vidigal, no próprio Consultório Médico de Lourdes, para esta entrevista, mediante a qual podemos constatar, uma vez mais, a ocorrência do sobrenatural através da água de Lourdes.
Catolicismo: Qual foi o primeiro milagre reconhecido oficialmente?
Dr. Patrick Theillier: O primeiro milagre foi o de Catherine Latapie, que era uma mulher de 38 anos. Ela tinha dado à luz quatro filhos, dois já haviam morrido. Na noite de 28 de fevereiro para o dia 1º de março 1858, sentiu a necessidade de vir à Gruta de Massabielle (que é o nome da gruta onde Nossa Senhora apareceu).
Dois anos antes, ela caíra de uma árvore e tinha uma paralisia cubital no braço direito, que atrapalhava enormemente em suas atividades. Além disso, ela estava grávida. Apesar disso tudo, não hesitou em vir durante a noite para assistir à aparição que aconteceu naquele dia — a décima segunda.
Quando tudo tinha terminado, ela subiu na gruta, pois naquela época era preciso escalar um pouco. E encontrou a fonte em que, três dias antes, Nossa Senhora tinha pedido a Santa Bernadette para lavar-se. A Sra. Latapie colocou a mão, e logo em seguida ficou com o uso completo do braço direito. Partindo de volta a pé para casa, a seis quilômetros da gruta, ela sentiu as dores do parto e deu à luz um filho que se chamou Jean-Baptiste. Mais tarde ele tornar-se-ia padre.
Catolicismo: Quantos milagres foram reconhecidos até hoje?
Dr. Patrick Theillier: Sessenta e seis milagres (N.R.: posterior a esta entrevista foi reconhecido o de Anna Santaniello) foram reconhecidos oficialmente pela Igreja. Seria bom explicar que é sempre o bispo da diocese, da qual vem a pessoa que foi curada, que reconhece o milagre. Portanto, não é o Papa nem o Vaticano, e tampouco o bispo da diocese de Tarbes-Lourdes. Pelo mundo inteiro, o bispo local é quem recebe o dossiê reconhecido pela medicina.
Catolicismo: Como o Consultório toma contato com as pessoas curadas?
Dr. Patrick Theillier: Nós aguardamos as solicitações. São as pessoas que tomam contato voluntariamente, seja por telefone, pessoalmente, ou então por correio postal ou eletrônico, tudo é possível. Há casos também de pessoas que foram curadas somente rezando a Nossa Senhora de Lourdes, sem nunca terem vindo orar diante da Gruta.
Catolicismo: Há um tipo de cura mais freqüente que outros?
Dr. Patrick Theillier: Não. Existem todos os cenários possíveis, todos os tipos de doenças.
Catolicismo: Quando se vem a Lourdes, pode-se ler e escutar em vários lugares que “o milagre maior que se produz diante da Gruta, ou durante a peregrinação, é o milagre na alma, mais do que o do corpo”. Como o Sr., enquanto médico católico, sente isso?
Dr. Patrick Theillier: Enquanto médico católico, creio que em cada ser humano existe uma dimensão espiritual que é inerente à sua natureza. Somos criados à imagem e semelhança de Deus, existe em nós uma fonte de vida eterna. Considero que a cura física é um sinal da benevolência e da misericórdia de Deus em relação ao doente, ao pecador, mas que não acontece sem uma cura interior.
No Evangelho, todas as curas são sempre acompanhadas de uma cura interior: “Vai, tua Fé te curou”; “A partir de agora não peques mais”, e assim por diante. É, portanto, cura que é sinal de um restabelecimento total da pessoa. Acredito que em Lourdes é assim.
A cura física é a única visível, a única sobre a qual podemos nos debruçar, trabalhar, estudar e precisar, mas todas as curas físicas tocam a pessoa em toda a sua dimensão, seja ela física, psíquica ou espiritual. Posso dizer-lhe que uma pessoa que vive uma cura divina – pois a cura milagrosa é uma cura divina – não esquece nunca, representa algo muito forte na sua existência, há um antes e um depois, isso a toca profundamente.
Essas curas físicas são as únicas visíveis, mas elas devem ser vistas como um sinal das curas invisíveis que têm lugar aqui, e que são talvez mais numerosas e importantes: as curas do coração, da alma, a cura do pecado, a reconciliação com Deus, com os outros e consigo mesmo.
É preciso entender como uma cura interior, uma cura de todas as feridas que nós acumulamos durante nossa existência, e que naquele momento particular precisam ser tratadas e curadas. Assim, acredito que não se pode apenas fixar o lado “prodigioso” do milagre físico — freqüentemente maravilhoso, claro — mas procurar o sentido que está escondido atrás dele, que é a cura interior.
Catolicismo: Em seu ponto de vista, qual é o sentido dessas curas?
Dr. Patrick Theillier : Acredito que a cura é para todos, não somente reservada a alguns. Caso contrário, seria injusto; poder-se-ia perguntar: por que alguns se curam e outros não?
Somos todos chamados a ser curados, cedo ou tarde, das nossas feridas, dos nossos pecados. É preciso viver na esperança e entender que Deus nos ama, que Ele não está na origem do mal, da doença ou da invalidez. Caso contrário, viveremos como revoltados. É preciso entender que Ele sofreu e deu a sua vida por nós e nos salvou. O mais importante é a saúde espiritual, é preciso ver essas curas físicas dentro de uma perspectiva de eternidade, como uma antecipação da ressurreição do nosso corpo.
Fonte: Revista Catolicismo e Blog Lourdes e suas aparições
E você? Já foi curado através da fé? Conte para a Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus o seu milagre. Use nossa página de comentários.
10 Comentários
Ola Silvania, sua mãe se curou espero que sim. Muita força e saude.
@silvania leonardo
ola, sua mae se curou? espero que sim, muita força e saude
pelas minhas doenças pelas minhas questões trabalhistas
peço pela cura de minha mãe e que DEUS e NOSSA SENHORA esteje com ela dia 11/03/11 pois ela ira fazer uma cirurgia e o meu maior medo é que ela se encontra um pouco debilitada peço orações por ela e que DEUS devolva o sorriso lindo e a vontade de viver da minha maior e melhor amiga que é minha mãe . obrigado
boa noite gostaria muito de reseber a medalha de nossa senhora de Lourdes,vc pode realizar meu sonho? bjs obrigada.
Minha querida m
Quero q saibam que eu tb j
E uma grande ben