Plínio Correa de Oliveira – grande líder católico do Século XX
Continuação do post: Comemore a Festa de Nossa Senhora do Carmo com esta importantíssima reflexão para os dias atuais! Ela é imprescindível a todo filho de Maria Santíssima:
Papel do homem: completar, pelo seu engenho, o admirável plano de harmonia e beleza da criação
Mas ao par deles há um aspecto que corresponde a várias das preocupações da filosofia contemporânea e que ficou mais ou menos soterrado no acervo dos conhecimentos da
doutrina católica.
Parece que sobre eles é conveniente que eu me detenha mais: é a consideração de Deus como “causa exemplar do universo”.
Deus criou o universo e depois deu ao homem a faculdade de completar vários aspectos da ordem e da beleza universal por meio de sua ação.
De maneira que, no dizer de Dante, todas as coisas são filhas de Deus e as obras do engenho humano devem ser consideradas netas de Deus.
Assim, Deus, ao criar o universo, teve em vista um admirável plano de harmonia e beleza, mas deixou a realização de parte desse plano confiada às luzes, ao arbítrio e ao engenho do homem.
O cosmo: beleza finita e criada, reflexo da beleza infinita e incriada de Deus
Para que todo esse plano, todo esse universo de ordem e beleza instituído por Deus?
Insisto na ideia de universo de beleza, porque habitualmente em nossos dias se considera de preferência o universo como uma “grande máquina” de funcionamento perfeito.
Assim, quando se fala a respeito da sabedoria do Criador, mostra-se quase sempre como as coisas estão concatenadas de tal forma que elas não se destroem, nem colidem umas com as outras, mas coexistem com harmonia e mutuamente se apoiam.
É uma visão funcional do universo, por certo inteiramente verdadeira, mas que mostra apenas um aspecto que nossa época mecânica e ultra-técnica mais facilmente compreende.
Mas há um outro aspecto do universo, relacionado com Deus enquanto causa exemplar, enquanto Ser incriado e infinitamente belo, que se reflete de mil maneiras em todos os outros seres que
Ele criou.
De maneira tal que não há nenhum ser que, a um título ou outro, não seja um reflexo da beleza incriada de Deus.
Sobretudo a beleza de Deus se reflete no conjunto hierárquico e harmônico de todos esses seres, de tal maneira que não há, em certo sentido, um modo melhor de conhecermos a beleza infinita e incriada de Deus do que analisando a beleza finita e criada do universo, considerado não tanto em cada ser, mas no conjunto de todos eles.
A Santa Igreja Católica Apostólica Romana: a obra-prima mais alta e mais perfeita da criação
Deus se reflete ainda em uma obra-prima mais alta e mais perfeita do que o cosmo. É o Corpo Místico de Cristo, a sociedade sobrenatural que veneramos com o nome da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Constitui ela mesma todo um universo de aspectos harmônicos e variegados, que cantam e refletem, cada um a seu modo, a formosura santa e inefável de Deus e do Verbo Encarnado.
Na contemplação do universo, de um lado, e, de outro lado, da Santa Igreja Católica, podemos elevar-nos à consideração da beleza santa, infinita e incriada de Deus.
(Continua…)
* * *
Fonte: Trechos da conferência do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em 15.11.58 – “Mensageiro do Carmelo” – n. especial, 1959