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A China é apresentada por muitos como um país onde o socialismo de mercado de tal maneira deu certo;
Que a converteu na economia de mais rápido crescimento no mundo, na maior exportadora e importadora de bens, e na primeira potência industrial.
Isso evidentemente não teria sido possível sem a cumplicidade do Ocidente.
Assim, de repente, um país que ainda em vias de desenvolvimento se torna o primeiro mercado para bens de consumo de luxo;
Com o número assombroso de 1.363 milionários, que gastam e esbanjam no Ocidente empobrecido.
Entretanto, observadores imparciais alertam que esse gigante asiático tem pés de barro;
E que, mais cedo ou mais tarde, mostrará sua verdadeira face.
Pois, apesar de tudo isso, sua população vive em estado de semi-escravidão, dependendo em quase tudo de seu inexorável Estado-Patrão.
Vejamos alguns exemplos.
No Tigre Asiático vigora há mais de 50 anos o controle implacável do Partido Comunista, como na era do facínora Mao Tsé-Tung [foto à esquerda].
Por exemplo, é o Estado que decide isto de exclusivo do foro familiar:
O número de filhos que cada família pode ter, e praticava inexoravelmente a política de filho único até há pouco.
Mas essa medida trouxe tantos problemas ao país;
Como os vem causando para praticamente o mundo inteiro, que o governo teve que revisá-la.
Assim, em outubro de 2015, o Partido Comunista e as autoridades governamentais chinesas fizeram uma nova emenda na Lei de Planejamento Familiar;
Permitindo a todos os casais devidamente registrados que tivessem dois filhos.
Essa mudança, que pode parecer auspiciosa a muitos desavisados, não demonstra senão até que ponto o Partido Comunista controla a vida dos cidadãos chineses.
Ele o faz exercendo um controle coercitivo sobre as mulheres e suas famílias.
De modo que as recalcitrantes que tiverem três ou mais filhos serão pesadamente multadas;
Poderão perder o emprego, ser sujeitas a detenção arbitrária e forçadas a abortar.
Pior ainda:
Serão ameaçadas com esterilização, além de sofrerem outras políticas discriminatórias contra seus filhos.
Mas essa tardia mudança não tem produzido efeito.
Porque, apesar da permissão para o segundo filho ter sido sancionada em outubro de 2015;
Menos de 1.85 milhão em 11 milhões de casais aptos em todo o país (16.8%) se candidataram para tê-los.
Pelo contrário, dados do Escritório Nacional de Estatística da China mostram que o número total de nascimentos em 2015 caiu 16.55 milhões, ou seja, 320 mil a menos que em 2014.
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Ainda não temos dados para 2016, quando as autoridades chinesas esperam um boom;
Por ser o Ano do Macaco, considerado pela mitologia chinesa como o mais auspicioso para gerar filhos.
Acontece também que muitos casais, especialmente os das áreas urbanas, estão relutantes em ter um segundo filho, devido a diversos fatores.
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Entre eles, o do elevado custo, pela falta de opções em assistência e educação infantil;
De disponibilidade para o cuidado deles, devendo, ademais, interromper a carreira profissional.
Mas principalmente pela mentalidade forjada durante décadas pelo governo comunista, de permitir apenas um filho por casal.
Além disso, essa nova e tardia medida do governo é inepta para reparar o profundo desequilíbrio demográfico causado por décadas de controle da população pelo Estado.
É o que crê a Comissão do Congresso dos Estados Unidos sobre a China, em um informe publicado em abril.
O que pesa ainda nesse quadro é que, por uma preferência cultural;
Tradicionalmente os chineses preferem ter filhos homens;
Uma vez que ao chegarem à idade de trabalhar poderão mais facilmente garantir o futuro da família, ajudando no orçamento familiar.
Por isso, de acordo com dados do governo, em 2015 nasceram 34 milhões de homens a mais que de mulheres.
O órgão do governo americano estima que, devido também a essa mentalidade;
No ano passado foram abortadas cerca de 64 milhões de meninas;
O que provoca a existência de um mercado negro para adoção de meninos, dirigido por verdadeiras quadrilhas.
Esse desequilíbrio entre os sexos está contribuindo também para o aumento do tráfico de mulheres (principalmente de países da região como Laos, Coréia do Norte, Cambodge e Vietnã);
Para os matrimônios forçados e exploração sexual.
Por outro lado, o governo tem que enfrentar um problema colateral:
De acordo com um relatório de janeiro de 2016 do Escritório de Estatística chinês;
A população hábil (pessoas entre 16 e 59 anos) teve uma queda de 4.87 milhões com relação ao ano anterior, continuando em declínio.
Ao mesmo tempo, a população senil (60 anos para cima) aumentou em aproximadamente 9.58 milhões em 2015;
Levando os idosos a constituírem agora quase um quarto da população total.
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O relatório do órgão do governo americano trata também da questão religiosa no país;
Dizendo que o regime chinês está revendo suas leis sobre assuntos religiosos para introduzir novos controles;
À educação, aumentar a fiscalização dos sites web de conteúdo religioso;
E reafirmar o princípio de que a religião é uma ameaça à segurança nacional.
Nas restrições à liberdade religiosa, segundo o Comitê do Congresso americano;
Inclui-se a determinação de minar a influência do Vaticano sobre os católicos chineses.
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Ora, essa perseguição religiosa é bastante antiga.
Basta lembrar que durante a chamada Revolução Cultural;
“Numa circular de 15 de maio de 1966, Mao Tsé-Tung lançou a luta política contra seus inimigos, aos quais chamou de ‘monstros e demônios’;
Quer dizer, contra todos aqueles que se opuseram ao controle do partido e à ideologia comunista:
Os intelectuais, os ricos, os proprietários de terra, ‘contra-revolucionários’ e os seguidores das diversas religiões.
Depois do editorial do Diário do Povo, de 1º. de julho, ‘Varrer todos os monstros e demônios’;
Os Guardas Vermelhos lançaram uma violenta campanha para deter e perseguir a todos os membros destas categorias”.
Essa perseguição foi terrível para os seguidores de religiões, sobretudo as cristãs, tachadas de “inimigas do povo”;
Tendo os católicos sido declarados suspeitos de atividade contra-revolucionária.
Esse estado de coisas não mudou muito em sua essência, embora nos acidentes tenha havido certa liberalização.
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O que faz com que a parte mais sadia dos católicos chineses fiéis a Roma, para falar só deles;
Ainda tenha que pertencer a uma “Igreja Clandestina”, ou seja;
Viver como que nas catacumbas [foto ao lado].
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Para enfraquecer o reduto católico, que segundo algumas estatísticas aumenta anualmente em 100 mil convertidos;
O governo comunista resolveu criar uma “Associação Patriótica dos Católicos Chineses”;
Inteiramente controlada por ele;
Com bispos nomeados pelo Partido e ordenados sem aprovação de Roma.
Essa associação foi definida por Bento XVI como “inconciliável” com a doutrina católica.
Existe atualmente uma centena de bispos ativos na China;
30 dos quais são da Igreja Clandestina, fiéis a Roma;
E 70 “oficiais”, ordenados ilegitimamente;
Mas que depois se reconciliaram mais ou menos com Roma ou foram ordenados com o reconhecimento de Roma e de Pequim.
Enquanto a “igreja oficial” goza da tolerância do governo comunista;
A “Igreja clandestina” paga um preço alto pela sua clandestinidade, com perseguições, depoimentos, detenções, sequestros, multas etc.
Segundo dissidentes que conseguiram escapar desse novo Gulag;
“A realidade dos campos de trabalho chineses é aterradora.
As minorias religiosas e os dissidentes políticos são encarcerados sem razão durante anos.
Nesse tempo, eles são torturados e alguns são levados a instalações cirúrgicas, onde se lhes extirpam seus órgãos enquanto ainda estão vivos”.
“Segundo se crê, há mais de 10 mil órgãos em circulação na China, a metade deles extirpados à força.
Para o Partido Comunista, o corpo de uma pessoa é propriedade do governo e seus órgãos um ‘bem comum’, assim como os bebês.
É a cara negra de uma China que continua sendo maoísta”.
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Fonte: ipco.org.br
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