Neste dia, a Igreja recorda a vida de uma camponesa pobre e doente que foi escolhida para ser porta-voz da Mãe de Deus: Santa Bernadette Soubirous.
Foi a ela que Nossa Senhora apareceu em Lourdes, trazendo uma mensagem de penitência, oração e esperança. Mas o que muitos não sabem é que Bernadette, após as aparições, viveu uma vida marcada por sofrimentos profundos — aceitos com amor e generosidade.
Ela não reclamava das provações. Pelo contrário, agradecia a Deus por tudo: pelos dons que recebera e também pelas privações. Não via o sofrimento como uma injustiça, mas como um dom que lhe permitia interceder por outras almas.
Bernadette compreendeu um grande mistério espiritual: que, para que muitas almas fossem salvas, algumas precisariam sofrer. Ela se ofereceu como vítima, aceitando carregar uma cruz que não era castigo, nem compensação pelas aparições, mas parte essencial de sua missão.
Aceitou ser pequena, escondida e doente, para que a graça de Deus brilhasse mais. Sua dor tornou-se uma oferta, como um para-raios espiritual que atrai sobre si os castigos que poderiam cair sobre outros.
Santa Bernadette entendeu que a cruz é mais preciosa do que qualquer visão mística. E foi sua fidelidade à cruz, mais do que as aparições, que a fizeram santa.
Ela viveu até o fim com amor, com entrega total, vendo no sofrimento um caminho para glorificar a Deus e colaborar com a Igreja.