Santo Afonso Maria de Ligório
Em primeiro lugar, falam em favor da verdade de nossa fé as profecias que foram escritas nos santos livros muitos séculos antes e que se realizaram à risca depois.
Por exemplo, a morte de Nosso Divino Salvador fora predita por diversos profetas e descrita exatamente não só quanto ao tempo como também quanto às circunstâncias que a acompanharam.
Fora também profetizado que os judeus, em castigo de seu deicídio, seriam expulsos de seu templo e pátria e, obstinados em seu pecado, seriam espalhados no mundo universo; essa profecia vemos realizada ao pé da letra.
Fora profetizado que, depois da morte do Redentor, o culto dos deuses cederia lugar ao culto do Deus verdadeiro, o que de fato se deu por meio dos apóstolos, que, não obstante sua falta de instrução e meios humanos e todos os impedimentos imagináveis, conseguiram conquistar o mundo para a fé do verdadeiro Deus.
Os Milagres
Em segundo lugar, prova-se a verdade de nossa fé pelos milagres que, para confirmá-la, operaram a virtude da natureza;
Só o poder de Deus, ao qual toda a criação está sujeita, os pode operar.
Donde se vê claramente que uma religião que puder apresentar verdadeiros milagres em confirmação da sua doutrina, deverá ser divina, pois Deus de forma alguma poderá favorecer uma falsa religião com a operação de milagres.
Nem os judeus, nem os pagãos, nem os maometanos, nem os hereges poderão nomear um único milagre que tenha sido operado em favor de sua doutrina.
Para enganar o povo, recorreram a certas ilusões, que apresentaram como milagre; porém dentro em pouco tempo se descobriu o engano.
Inumeráveis, pelo contrário, são os milagres que Nosso Senhor operou no decurso dos séculos, por meio de seus servos, na Igreja Católica.
Nela realizou-se a palavra do divino Salvador:
“Aquele que crer em mim, também fará as obras que faço, e outras ainda maiores.” (Jo 14,12).
Não negamos que nos primeiros séculos do cristianismo houve mais milagres que em nossos dias;
Contudo, em tempo algum faltaram milagres na Igreja, porque foram sempre necessários para a conversão dos pagãos.
Assim, S. Francisco Xavier, S. Luís Bertrand e outros grandes missionários operaram numerosos milagres nas Índias.
Se alguém ousasse rejeitar os fatos notáveis que os anais da história eclesiástica e a biografia dos santos nos relatam, perguntar-lhes-ia por que razão recusa crer em um S. Basílio, S. Jerônimo, S. Gregório e tantos outros escritores eclesiásticos, quando dá inteiro crédito a um Suetônio ou Plínio?
De resto aprouve ao Senhor conservar na Igreja constantemente alguns milagres para mostrar quão fútil é a incredulidade dos ímpios.
Faço aqui menção só do insigne milagre com o sangue de S. Januário, em Nápoles.
Esse sangue, que geralmente se encontra em estado sólido, liquefaz-se várias vezes no ano ao se aproximar da cabeça do mesmo santo, fato de que cada um pode certificar-se com os próprios olhos.
Os incrédulos em vão procuraram uma solução científica ou natural para explicar este milagre: até hoje não conseguiram dá-la.
(Continua…)
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Fonte: osegredodorosario.blogspot.com
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Eu amo Nossa Senhora!