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Dada a abrangência das revelações feitas por Nossa Senhora em Fátima, apontando para uma crise sem precedentes na História;
Seus devotos — de modo particular aqueles que se dedicam a propagar a mensagem revelada — costumam deparar-se com problemas de difícil solução.
Por exemplo, no último dia 13 de julho de 2017, fez 100 anos, em números redondos;
Que a Mãe de Deus se manifestou sobre os erros da Rússia, a expansão do comunismo e a perda da fé com a consequente perda das almas.
O que podemos notar no nosso cotidiano é que a crise que nos atinge não é decorrência apenas das fraquezas e debilidades próprias à natureza humana em face à virtude e ao cumprimento dos Mandamentos.
Ela vai muito além dessas contingências, envolvendo fatores psicológicos e de almas que tocam diretamente na fé.
Nesse campo, o demônio passou a exercer um poder descomunal sobre as almas;
Ao erguer barreiras à ação apostólica no sentido de cumprir os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, consubstanciados nos Santos Evangelhos.
Como ensina o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira no livro Revolução e Contra-Revolução;
Há um endurecimento paulatino e metódico que entra como que por osmose no espírito humano e se propaga imperceptível e sutilmente com a força da expansão dos gases.
Trata-se de um estado de espírito que se revela nos modos de ser, nos ambientes e costumes que modelam as mentalidades.
Até as crianças são afetadas por este processo dominante que as faz perder muito cedo a inocência;
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Pois tudo que as rodeia vem carregado de uma febricitação e uma eletricidade próprias às cidades modernas e as atinge ainda sem o uso completo da razão.
Com efeito, por causa desse estresse social, somado às velocidades siderais dos meios de comunicação;
Os ambientes frequentados pelas crianças — até mesmo o familiar;
Onde elas são educadas e formadas para mais tarde se integrarem à sociedade — são atingidos por esse processo.
Influenciadas assim por tendências desordenadas, elas crescem rumo a uma causa comum revolucionária, avessas à boa ordem das coisas criadas e desejadas por Deus;
Em oposição, portanto, ao que sempre foi ensinado pela Santa Igreja.
Parece entrar nisso um visgo do demônio, que conduz à desordem e ao caos.
A essa situação se pode aplicar esta sábia e perspicaz observação do grande educador São João Bosco:
Como era possível que dois jovens até então desconhecidos um do outro se encontrassem durante o primeiro recreio e logo se unissem para formar um bloco de crianças ruins?
Enquanto as crianças boas admiravam Dom Bosco e queriam ouvi-lo, observar os Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, fazer apostolado da boa causa;
As más, sempre em pequenas rodas, pareciam conspirar e fazer o contrário do que se ensinava.
Não se misturavam com as demais;
Eram afoitas, desobedientes, impuras, não aplicadas, indisciplinadas e pouco afeitas à oração; numa palavra, revolucionárias, conaturais com as coisas do mundo.
Tais crianças, quando um superior começa a explicar algo que não lhes causa interesse imediato, tentam distrair todas as demais.
Com celulares, internet, whatsApp, vivem num frenesi de individualismo;
De egoísmo, portadores talvez de uma carga negativa ainda maior de eletricidade que o mal carrega consigo.
Deus e a Religião não lhes dizem nada, não exercem influência alguma em seus espíritos, hábitos e costumes.
A vida delas consiste numa correria sem fim para seguir seus instintos desordenados, diria anarquistas.
O desenlace do passado com o presente se dá num clima de verdadeira guerra ideológica revolucionária;
Na qual ocorre uma ruptura temperamental ou psicológica com vistas a criar um homem novo diametralmente oposto às tradições e à civilização.
Para completar o quadro, surgem as leis feitas, ora pelos legisladores, ora pelo Judiciário, ora por decretos.
Afinal, como afirmou Sêneca, há crimes autorizados por leis e consultas plebiscitárias.
Elas vão eliminando certos padrões da cultura, cuja base era o Decálogo;
Para dar maior vazão às paixões humanas desordenadas;
Através de uma sexualidade desbragada, do homossexualismo, do aborto, a eutanásia e da ideologia de gênero.
As crianças de hoje não gostam de pensar, como era hábito dos pequenos pastores que receberam a mensagem de Nossa Senhora em Fátima.
Jacinta e Francisco viviam na reflexão e na oração, e por isso se tornaram santos.
O dia, 13 de julho de 2017, se reveste de um significado muito profundo e alentador.
Enquanto de um lado a celeste Mensageira descreve a crise de nossos dias, a perda das almas e a expansão dos erros da Rússia;
De outro lado aponta o triunfo do seu Imaculado Coração;
Sobre esse multissecular processo revolucionário endurecedor das consciências e dos corações, aniquilador da fé e da avidez pelo sublime.
Devido à expansão militar do regime bolchevista em numerosos países;
Os católicos ficaram dispersos, ignorados, perseguidos, martirizados, obrigados a trabalhar em campos de concentração.
Enquanto isso, os templos católicos estavam entregues aos mancomunados com o regime e as ideias da “Teologia da Libertação”;
Em voga em nossos dias no vasto setor da Igreja que abraçou o mundo moderno, os padres ditos progressistas.
Entretanto, o que vale mais, a Fé ou templo material?
Se Nossa Senhora fala da perda da Fé e da expansão dos erros da Rússia;
Ela manifesta que a Fé é superior a qualquer coisa material, pois nos liga à Igreja verdadeira que vem dos tempos apostólicos, como diz Santo Atanásio:
“Portanto, quem perdeu mais, ou quem possui mais, o que retém um lugar, ou o que retém a Fé?O lugar certamente é bom, suposto que ali se pregue a Fé dos apóstolos, é santo, se ali habita o Santo.
Vós sois os ditosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, descansais nos fundamentos da fé, e gozais da totalidade da Fé, que permanece inabalável.
Por tradição apostólica chegou até vós, e muito frequentemente um ódio nefasto quis destruí-la, mas sem resultado;
Ao contrário, esses mesmos conteúdos da Fé que eles quiseram destruir, os destruíram. […]
Portanto, ninguém prevalecerá contra vossa Fé, meus queridos irmãos;
E se em algum momento Deus vos devolver os templos, será necessário o mesmo convencimento:
A Fé é mais importante que os templos.”
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Fonte: abim.inf.br
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