O Milagre do Sol, “para que todos acreditem” – Última Aparição de Fátima
O significado e o alcance daquele acontecimento são, obviamente, muito maiores do que a própria mensagem de Fátima.
“EM OUTUBRO FAREI O MILAGRE, para que todos acreditem”, disse Nossa Senhora aos três pastorzinhos de Fátima, em 13 de setembro. O “Milagre do Sol” – como ficou conhecido o evento sobrenatural que se deu na Cova da Íria. Um mês depois – transformou o que era uma mera “revelação privada” em um autêntico apelo de Cristo à Sua Igreja.
Não só o conteúdo da mensagem de Fátima dizia respeito à Igreja do mundo inteiro (afinal, quem está dispensado de rezar o Rosário ou fazer penitência pela conversão dos pecadores?), como a sua própria comprovação se deu publicamente, de maneira extraordinária: no dia 13 de outubro de 1917, “o sol dançou” diante de mais de 70 mil pessoas, homens e mulheres, pobres e abastados, sábios e ignorantes, crentes e descrentes.
Endossamento profissional
No dizer de um eminente professor de ciências de Coimbra, o que aconteceu naquele dia foi que o sol “girou sobre si mesmo num rodopio louco”. “Houve também mudanças de cor na atmosfera”.
E, por fim, “o sol, girando loucamente, parecia de repente soltar-se do firmamento e, vermelho como o sangue, avançar ameaçadamente sobre a terra como se fosse para nos esmagar com o seu peso enorme e abrasador”.
O parecer do Dr. José Maria de Almeida Garrett se conclui com uma perplexidade: “Tenho que declarar que nunca, antes ou depois de 13 de Outubro, observei semelhante fenómeno solar ou atmosférico“.
Para o povo mais simples, o milagre se resume em bem menos palavras. Simplesmente, “o Sol dançou”. Mais do que descrever fisicamente o fenômeno, o que interessava à maioria das pessoas era o que não se podia ver, mas que ficara patente por aquela portentosa obra que eles tinham diante dos olhos: Nossa Senhora verdadeiramente apareceu a três humildes pastorzinhos em Fátima.
A Lúcia, Jacinta e Francisco, mais do que verem o físico e pressentirem o espiritual, foi lhes dada uma visão abrangente da realidade: a Virgem.
“Abrindo as mãos, fê-las reflectir no sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projectar-se no sol. (…)
Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul”.
Quando o caminho da santificação humana, o casamento, se encontra obstruído pela pornografia e pelos “pecados da carne”. Estes, segundo a resposta da Virgem, são a classe de pecados que mais ofende a Deus.
O resultado é uma perda incalculável de almas (realidade a que Maria já tinha aludido, quando deu às crianças a visão do inferno).
A questão do divórcio
Tal cenário desolador já tinha começado a delinear-se em Portugal, com a aprovação do divórcio, em 1910, e a separação entre Estado e Igreja. Compreensível, pois, que, soado o alarme, Nossa Senhora descesse do Céu para renovar à humanidade o apelo divino à conversão e à penitência.
Naquele 13 de outubro, em particular, a Virgem Santíssima tinha um pedido em especial, que ficaria gravado no coração dos pastorinhos. “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”, ela dizia. Antes da agitação que se seguiria ao Milagre do Sol, é esta a mensagem que porta aos homens a toda santa Mãe de Deus: que os homens parem de pecar e ofender a Deus.
A observadores mundanos, tal recado, combinado com a ameaça de um severo castigo, poderia parecer “arcaico” ou mesmo “irrealista” para o homem moderno.
Um “espírito” que vem dos céus para falar de “pecado”? Em que século a autora dessas aparições acha que estamos? – Pois bem, é justamente no século XX que Nossa Senhora aparece, e é a mesma mensagem de dois mil anos atrás que ela carrega consigo: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).
Os tempos mudaram, mas o ser humano continua o mesmo e os perigos que rondavam a humanidade na época de Cristo não mudaram. Para ser católico e seguir Jesus, nada tão básico quanto o apelo de Fátima: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor”.
A necessidade do Milagre
Ali, o Milagre do Sol não existia apenas para confirmar a aparição de Maria. Mas para realizar um outro milagre, muito maior e mais extraordinário que qualquer outro prodígio: a justificação das almas, a conversão dos pecadores.
“Para que todos acreditem” em Jesus e, pois, acreditando, tenham a vida eterna. De modo a que, de inimigos de Deus e habitantes do inferno, os homens se transformem em amigos de Deus e herdeiros do Céu. Para que se diga, enfim, desta civilização pagã e ateia, o que foi dito dos primeiros convertidos à fé: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5, 20).
Esta foi a história completa do Milagre do Sol!
Fonte: Equipe Christo Nihil Praeponere.