Por Plinio Corrêa de Oliveira
Se, em todas as épocas da História cristã, a data de Natal abre uma clareira alegre e tranqüila no curso normal e laborioso da vida de todos os dias, em nossa época a trégua natalina assume um significado especial, porque vale por um grande e universal “sursum corda” [elevemos nossos corações], clamado a uma humanidade tumultuosa e sofredora, que vai imergindo aceleradamente no caos da mais completa dissolução moral e social.
Nossa época é um vale sombrio entre duas culminâncias: a civilização do passado, da qual decaímos através de sucessivas catástrofes, que começaram com a pseudo-Reforma e culminaram com os totalitarismos da direita e da esquerda; e a civilização do futuro, para a qual caminhamos através de lutas e de dissabores, que enchem a cada momento de cruzes o nosso caminho.
Por isso mesmo, porque vivemos nos últimos minutos de um mundo que expira, e já vemos os sinais precursores de um outro mundo que nasce, a lição do Natal tem para nós um significado profundo, que devemos meditar no dia de hoje.
(Trecho extraído de “O Legionário” de 25-12-1938)
Fonte: Catolicismo