A Vida de São Francisco de Assis
Hoje, dia 4 de outubro, a Igreja celebra pois a memória de São Francisco de Assis, ilustre criador da Ordem dos Frades Menores (O.F.M) e de sua Ordem Terceira.
Nasceu então em 1182, tendo partido para a Eternidade em 1226, aos 44 anos de idade. Na região e na época em que viveu era grande o apego ao luxo e às riquezas, o que minava a sociedade e causava danos à Igreja.
Propôs ele um novo ideal de pobreza, obediência e castidade, tendo fundado a Ordem dos Frades Menores (franciscanos), que se expandiu pelo mundo através de várias ramificações. Também, com Santa Clara, fundou a ordem das Clarissas.
Havia se iniciado o século XIII. O jovem filho de um bem sucedido comerciante da cidade de Assis, até então apegado às amizades, aos bens materiais e às atrações do mundo, como a quase totalidade dos rapazes de sua idade, começa a inclinar-se à carreira das armas.
Em uma batalha foi preso, tendo de aguardar cerca de um ano até ser resgatado, quando então foi prostrado por uma doença. Recuperado, tentou novamente engajar-se em um exército, porém o chamado de Deus foi mais forte: o jovem João, apelidado Francisco (nome pelo qual se tornou conhecido), voltou-se para o Criador, pois passou a vê-lo com os olhos do espírito ao considerar as virtudes através das quais Ele se revelava.
A juventude e a conversão
Francisco trabalhava como comerciante, e mesmo gostando de obter lucros jamais se prendeu desesperadamente ao dinheiro e às riquezas, gostando, por vezes, de ajudar os pobres.
Era muito rico, mas não avarento, e sim pródigo e gastador; um negociante esperto, mas ao mesmo tempo esbanjador insensato. Era gentil, paciente, afável e manso, mas nem sempre as qualidades se sobressaíam naquele jovem que tinha por objetivo a vida mundana.
Certa vez um pobre adentrou a loja em que estava Francisco ocupado com os negócios, para pedir uma esmola pelo amor de Deus, sendo despedido com rispidez sem nada ganhar. A consciência de Francisco logo o acusou, dizendo:
“Se ele tivesse pedido algo em nome de algum conde ou barão, com certeza o terias atendido; quanto mais não o deverias ter feito pelo Rei dos reis e Senhor de todos”.
Tomou ali Francisco a decisão de nunca mais negar o que lhe fosse pedido em nome de tão grande Senhor.
Francisco passou a dar generosas esmolas aos pobres que encontrava, inclusive distribuindo suas roupas e outros bens, procurando assim seguir o mandamento do amor ao próximo tantas vezes ilustrado pelos fatos e parábolas narrados nas Sagradas Escrituras.
Passou então a ser alvo de críticas e deboches por parte dos habitantes da região, e de grande raiva por parte de seu pai, dotado de profundo apego a todos os bens e riquezas que acumulara no comércio de tecidos em que enriquecera.
A rejeição ao mundo e a entrega à pobreza
O conflito familiar chegou pois a tal ponto que o pai de Francisco, Pedro de Bernardone, levou o caso ao bispo, acusando o filho de dissipar sua fortuna e exigindo uma compensação por tudo o que fora por ele retirado de sua loja para dar aos pobres.
Então o jovem, inspirado pelo Espírito Santo, tomou a decisão inimaginável por todos os que ali presenciavam a cena: entregou ao avarento progenitor tudo o que tinha consigo, inclusive as próprias roupas, e disse:
“Adiante, não pois direi “meu pai Pedro de Bernardone”, e sim “Pai nosso que estais no Céu”.”
Renúncia ao mundo
Coberto apenas pelo cilício (um áspero couro animal destinado a incomodar a pele, que usava sob as roupas para combater certos impulsos corporais), Francisco foi então abrigado pela capa cedida pelo bispo, ali renunciando publicamente à herança; pediu a bênção episcopal e partiu para a vida de pobreza. Passando depois a ter por companheiros vários amigos que quiseram seguir a mesma via de perfeição.
Não chegara sequer aos 25 anos quando esses fatos ocorreram. Era o início da família franciscana, que não se restringiu ao sexo masculino, pois Francisco, com a jovem Clara – que se inclinou a seguir os passos desse santo homem. Clara fundou o ramo feminino, que obteve do papa Inocêncio III o reconhecimento do direito de ser pobre e de nada possuir.
Diz-se que Francisco e a Pobreza contraíram um casamento místico. Na verdade, conforme estudos aprofundados feitos nos antiquíssimos escritos históricos e alegóricos a respeito do Fundador e dos primeiros franciscanos, nota-se que o que Francisco fez foi uma vassalagem mística com a Pobreza, a quem se entregou para servi-la. A ela se referia como “minha senhora”, expressão que na época caracterizava uma obediência e com a qual se entregava àquela virtude que tanto admirava.
Entre as mais famosas e importantes virtudes, que no homem preparam pois um lugar para Deus e ensinam o caminho melhor e mais rápido para chegar até Ele. A santa Pobreza sobressai então a todos por uma certa prerrogativa e supera os títulos das outras por uma beleza singular.
Ela é fundamento e pois guardiã das virtudes todas, e entre as conhecidas virtudes evangélicas ela tem, merecidamente, um lugar de honra. Essas palavras iniciam pois o texto alegórico que mostra a relação mística entre o Fundador franciscano e a Senhora Pobreza, esposa de Cristo.
Oração de São Francisco à Virgem Maria
“Salve ó Senhora, Rainha Santa,
Mãe Santa de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita Igreja,
escolhida pelo Santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu Santíssimo e
dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito.
Em vós residiu e reside toda plenitude da graça e todo o bem.
Salve, ó Palácio do Senhor!
Tabernáculo do Senhor!
Morada do Senhor!
Manto do Senhor!
Serva do Senhor!
Mãe do Senhor!
Salve vós, todas santas virtudes derramadas,
pela graça e iluminação do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis
em servos fiéis de Deus!”
Amém.