Há preciosas lições para a vida cotidiana proporcionadas por essa comemoração: como enfrentar os sofrimentos, cumprir as obrigações para com Deus e a necessidade de recorrer à Auxiliadora dos Cristãos são apenas algumas delas. Leia a seguir a origem e importância desta festividade:
Dia da Apresentação de Nossa Senhora
A Apresentação de Nossa Senhora é a festa estabelecida pela Santa Igreja para consagrar a memória de um solene acontecimento na vida de Maria Santíssima, sendo Ela ainda criança.
Uma tradição constante, cuja origem remonta aos primeiros tempos do Cristianismo nos informa que a Virgem Santíssima, aos três anos de idade, foi apresentada ao Templo de Jerusalém, onde se consagrou em corpo e alma ao Senhor.
O Oriente foi o primeiro a celebrar tal festa, como atesta um tópico da constituição do Imperador Manuel Commeno, em 1143. Dois séculos mais tarde tal comemoração passou ao Ocidente. O Papa Gregório XI introduziu-a no calendário romano, por volta de 1373.
A festa da Apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria no Templo, além de celebrar esse episódio da vida de Nossa Senhora, busca recordar também todo o período que vai desde seu nascimento até a Anunciação do Anjo.
Ao celebrá-la, a Igreja visa iluminar, tanto quanto possível, o silêncio existente na Sagrada Escritura a propósito do primeiro período da vida de Maria Santíssima.
Dotada da plenitude de suas faculdades, Nossa Senhora fez a Deus voto de castidade, tendo sido a primeira a portar esse sagrado estandarte, sob o qual se alistaram depois legiões de virgens.
Os judeus costumavam consagrar seus filhos ao serviço do Templo e fazer educar as meninas à sombra tutelar do sagrado edifício.
Tendo sabido Maria que seu pai e sua mãe – Joaquim e Ana, cujos nomes significam respectivamente preparação do Senhor e graça – fiéis a tão venerável costume, haviam prometido ao Senhor, ao pedir-Lhe um filho, que Lho ofereceriam, adiantou-se ao seu desejo e quis Ela mesma consagrar-se ao Senhor.
E foi a primeira a lhes suplicar que cumprissem sua promessa.
“Ana não vacilou, afirma São Gregório de Nissa, em aceder ao seu desejo; levou-A ao Templo, e A ofereceu ao Senhor.“
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Legiões de Anjos acompanham Maria Santíssima de Nazaré a Jerusalém
Vejamos como Ana e Joaquim fizeram a Deus o oferecimento d’Aquela que mais amavam no mundo.
Eles saíram de Nazaré para Jerusalém, levando nos braços sua querida filha, que era muita pequena para enfrentar as fadigas de uma viagem de trinta léguas.
Associou-se a eles um reduzido número de parentes.
“Porém os Anjos, diz São Gregório de Nicomédia, seguiam-nos e acompanhavam em numerosa corte à terna e pura Virgem, que ia oferecer-se no altar do Senhor.”
Quando os santos viajantes chegaram ao Templo, Maria Santíssima voltou-se para seu pai e sua mãe, osculou (beijou) suas mãos, pediu-lhes a bênção e, sem vacilar um instante, subiu ao santuário.
Exemplo para nós: devemos cumprir o dever para com Deus sem delongas e com entusiasmo, recordando-nos daquela frase da Escritura: “Maldito o que faz a obra do Senhor com negligência.” (Jer. 48, 10).
O próprio Deus celebrou aquele dia memorável em que viu entrar no Templo sua casta Esposa, porque nunca se havia apresentado uma criatura tão pura e tão santa.
1. Cfr. escritos São Gregório de Nissa, São João Damasceno, Santo André de Creta e São Gregório de Nicomédia — veja Bento XIV, p. 532, e Canísio, lib. I, cap. 12, apud Catecismo de Perseverancia citado na nota 3.