A perseguição católica na China não é uma novidade e cada dia que passa o cenário fica pior.
É o que apontou o Relatório Anual de Perseguição da ChinaAid, que destaca que a pressão do governo contra as igrejas e contra os fiéis.
Um exemplo disso é quando conhecemos a história do Monsenhor Tegusbilig, também conhecido como Ma Zhongmu, que é um testemunho impressionante de devoção e coragem dentro do catolicismo, especialmente na China.
A sua vida está intrinsecamente ligada à pequena comunidade católica da Mongólia e à diocese chinesa de Ningxia, onde viveu como o único bispo mongol clandestino na história da Igreja Católica até cerca de três anos atrás. Sua jornada foi marcada por desafios extraordinários e realizações notáveis.
Nascido em 1919 em Borobalgasu, na Mongólia Interior, Tegusbilig, batizado com o nome cristão de José, cresceu em uma região onde os missionários da congregação belga dos missionários de Scheut tinham começado a espalhar o cristianismo no século XIX, unindo fiéis mongóis e chineses han.
Depois de frequentar o seminário, ele foi ordenado sacerdote em 1947 pelo bispo belga Carlo van Melckebeke, dos missionários de Scheut.
No entanto, quando os comunistas assumiram o poder em 1949, ele interrompeu seus estudos e retornou à província de Ningxia, onde começou seu ministério.
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Durante a Revolução Cultural, Tegusbilig enfrentou prisão e perseguição por se recusar a aderir à Associação Patriótica. Ele passou oito anos na prisão e mais três anos adicionais após fazer uma “homilia” ao diretor da prisão. Sua firmeza em manter sua fé e recusar a submissão às autoridades comunistas é um exemplo notável de resistência.
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Após sua libertação em 1969, ele retornou à sua cidade natal e trabalhou como operário em um projeto de irrigação agrícola.
Somente em 1979, ele pôde retomar seu ministério sacerdotal. Ele dedicou-se a reunir os católicos na região de Ordos, tanto os chineses han, quanto os mongóis, que ainda estavam receosos de praticar sua fé abertamente devido ao trauma da Revolução Cultural.
Em 1983, Tegusbilig foi secretamente consagrado bispo da diocese de Ningxia, embora nunca tenha sido reconhecido pelas autoridades chinesas.
Sua liderança espiritual não se limitou apenas aos aspectos religiosos; ele também trabalhou incansavelmente para melhorar as condições de vida de sua comunidade.
Além disso, ele desempenhou um papel crucial na tradução de textos religiosos para a língua mongol, incluindo a Bíblia e o Missal Romano, permitindo que os católicos mongóis tivessem acesso à sua fé na língua nativa.
Tegusbilig também apoiou órfãos e estudantes, proporcionando-lhes oportunidades educacionais.
Além disso, ele liderou a construção de uma nova igreja na área de Chagantologai em 1987, que se tornou um símbolo de esperança para os católicos mongóis na região.
Em 2005, ele se aposentou como bispo, mas continuou a servir como sacerdote até que um derrame o deixou acamado em 2016.
Ele faleceu em 25 de março de 2020, aos impressionantes 101 anos de idade, deixando para trás um legado de fé, dedicação e resistência que é lembrado com carinho por todos aqueles que o conheceram.
Monsenhor Tegusbilig foi, de fato, um exemplo de “bom cristão e bom cidadão”, como o Papa Francisco o descreveu. Sua vida é um testemunho inspirador da perseguição enfrentada pelos católicos na China e da determinação de manter viva a fé.
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Vela da Reparação
Através dessa vela, pediremos incansavelmente perdão a Nossa Senhora por todos os pecados e sacrilégios que são cometidos contra Vós.
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