Assim como a estrela de Belém pairou nos céus do paganismo antigo para indicar aos Reis Magos onde se achava a salvação, assim também a mensagem de Fátima paira sobre o neopaganismo moderno, mostrando aos homens de todos os povos e nações os rumos que deverão tomar os acontecimentos humanos até o triunfo final do Imaculado Coração de Maria.
Em uma certa viagem a Fátima, na homilia que pronunciou em 13 de maio durante a Missa celebrada para 500 mil pessoas na Esplanada do Santuário, Bento XVI teve estas palavras que repercutiram mundialmente:
“Possam os sete anos que nos separam do centenário das aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade”
Eis o triunfo que devemos desejar com todas as veras da alma.
Mas, ao predizer o triunfo da Virgem, a Mensagem de Fátima nos mostra que ele será alcançado depois de grandes sofrimentos e provações, afastando assim todo e qualquer otimismo estúpido, como o de certas pessoas que acham que a vida é fácil e a vitória se alcança sem esforço.
A fé nos mantém na certeza de que o Imaculado Coração da Virgem Santíssima vai triunfar. Quem triunfará com Ele? A fé e a lógica se unem, nesta incontestável resposta:
Aqueles que nas horas amargas permanecerem fiéis; os que não dobrarem o joelho diante das máximas do neopaganismo moderno; os que preferirem a dor às alegrias vãs, a luta à acomodação fácil, a fé ao invés da adoração aos ídolos de horror e maldição que se sucedem no palco deste século.
Palavras ilustram, mas é o exemplo que arrasta, por isso reproduzo para o leitor a narração de um fato admirável, feita por Irmã Emmanuel. Refere-se a uma pequena cidade dos Bálcans, que durante a dominação comunista resistiu galhardamente à onda de imoralidade propagada pelos corifeus do ateísmo.
“Em nossa cidade croata de 13.000 habitantes, nunca houve divórcio. Como explicar isso? O comunismo está à nossa volta, e as pessoas sofrem cruelmente com as perseguições diárias que enfrentam. Em Herzegovina a cruz representa o maior dos amores, e o crucifixo é o tesouro de cada lar. Quando dois católicos se casam, lhes é dito: ‘Vocês acharam sua cruz. É uma cruz para ser amada, para ser carregada, uma cruz para não ser atirada de lado, mas para ser estimada com carinho’. Durante a cerimônia, a noiva e o noivo juntam suas mãos, segurando o crucifixo, e depois osculam, não um ao outro, mas a cruz. Caso um queira abandonar o outro, não poderá fazê-lo sem abandonar Jesus Crucificado. O crucifixo é o ponto central do lar”.