“Por esse motivo, Deus os entregou a paixões degradantes, pois suas mulheres mudaram o uso natural em outro uso que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, abrasaram-se na mútua concupiscência, praticando uns com os outros o que é indecoroso e recebendo em si mesmos a paga, que era devida aos seus desregramentos. E como não procuraram ter de Deus conhecimento perfeito, entregou-os Deus a um sentimento pervertido, a fim de que fizessem o que não convinha” (Rom. 1, 26-28).
A ideologia da homossexualidade quer impor-se a toda a Europa e conta com possantes aliados no próprio seio das instituições europeias. Tal é, em suma, a denúncia formulada pelo Cardeal Giacomo Biffi, ex-Arcebispo de Bolonha, de acordo com extractos de uma nova versão das suas memórias, publicados no blog do conhecido vaticanista Sandro Magister e em outros sites. Limito-me a oferecer aos leitores de língua portuguesa uma tradução, com pequenas adaptações de estilo.
“É preciso nos prepararmos para uma nova forma de perseguição, executada pelos homossexuais facciosos, pelos seus cúmplices ideológicos e também por aqueles cujo dever seria o de defender a liberdade intelectual de todos, inclusive a dos cristãos”, lê-se nova edição aumentada de Memorie e digressione d’un italiano cardinale (Cantagalli, Siena, 2010).
Mas em que consiste essa ideologia da homossexualidade? Como se opõe à doutrina católica? Explica o Cardeal, a respeito do problema emergente da homossexualidade, que a concepção cristã nos ensina ser preciso distinguir sempre duas coisas: uma é o respeito devido às pessoas; outra é a recusa, que é justa, da “ideologia da homossexualidade”, hoje frequentemente exaltada em detrimento da realidade matrimonial e familiar.
Remetendo à epístola do Apóstolo São Paulo aos Romanos, mostra que a palavra de Deus nos propõe, em contrapartida, uma interpretação teológica do fenômeno da aberração cultural que se espalha nesse domínio. Essa aberração – afirma o texto sagrado – é ao mesmo tempo a prova e o resultado do fato de que Deus é excluído da atenção colectiva e da vida social e da reserva em Lhe render a glória que a Ele é devida (Rom. 1, 21).
A exclusão do Criador provoca um disparate universal da razão: “antes se desvaneceram nos seus pensamentos, obscurecendo-se, deste modo, o seu insensato coração. Considerando-se sábios, tornam-se dementes” (Rom. 1, 21-22). Em consequência da cegueira intelectual, produziu-se uma queda comportamental e teórica que se traduz na devassidão a mais completa: “Por isso, Deus, segundo os desejos dos seus corações, os entregou à impureza, a fim de que neles se degradassem os próprios corpos” (Rom. 1, 24).
E, de maneira a impedir qualquer leitura equívoca ou acomodatícia, o Apóstolo continua com uma análise impressionante, formulada em termos inteiramente explícitos:
“Por esse motivo, Deus os entregou a paixões degradantes, pois suas mulheres mudaram o uso natural em outro uso que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, abrasaram-se na mútua concupiscência, praticando uns com os outros o que é indecoroso e recebendo em si mesmos a paga, que era devida aos seus desregramentos. E como não procuraram ter de Deus conhecimento perfeito, entregou-os Deus a um sentimento pervertido, a fim de que fizessem o que não convinha” (Rom. 1, 26-28).
São Paulo acrescenta outras características perfeitamente aplicáveis aos defensores da ideologia da homossexualidade, mas não citadas na notícia de imprensa sobre as memórias do Cardeal Biffi. O Apóstolo dos gentios toma, entretanto, o cuidado de notar que atinge-se o sumo da abjecção quando os que se entregam a tais actos “não só os cometem, como também aprovam os que os praticam” (Rom. 1, 32).
Trata-se aqui de uma página do livro inspirado que nenhuma autoridade terrena pode nos obrigar a censurar, acrescenta a análise. E, se queremos ser fiéis á palavra de Deus, não temos mesmo o direito de deixar passar esta página sob silêncio por medo de não parecer “politicamente correctos”.
Devemos ao contrário ressaltar o interesse, notável para nossa época, desse ensinamento da Revelação: fica bem claro
que o que São Paulo apontava como sucedendo no mundo greco-romano corresponde profeticamente ao que se passa na cultura ocidental no decurso dos últimos séculos. A exclusão do Criador – até essa proclamação grotesca há alguns decénios, da “morte de Deus” – teve como consequência (e quase como punição intrínseca) a difusão de uma interpretação aberrante da sexualidade, desconhecida (na sua arrogância) em épocas anteriores.
A ideologia da homossexualidade – como acontece frequentemente às ideologias, quando elas se tornam agressivas e chegam a tornar-se politicamente vitoriosas – revelam-se uma armadilha para a nossa legítima autonomia de pensamento: aqueles que não as aprovam correm o risco de ser condenados a uma espécie de marginalização cultural e social.
Os atentados contra a liberdade de julgamento começam pela linguagem. As pessoas que não se resignam a dar boa acolhida à homofilia (ou seja, a boa opinião teórica a respeito das relações homossexuais) são acusadas de homofobia (etimologicamente o “medo da homossexualidade”). Que fique bem claro: quem foi fortalecido pela luz da palavra inspirada e que vive no temor de Deus não tem medo de nada, salvo da estupidez, diante da qual, dizia Bonhœffer, ficamos sem defesa. Agora chega-se por vezes até a lançar contra nós a acusação incrivelmente arbitrária de “racismo” – um termo que, aliás, nada tem a ver com esse problema, e que, em todo caso, é totalmente estranho à nossa doutrina e à nossa história.
O problema de fundo que se perfila é o seguinte: é ainda permitido, em nossos dias, ser discípulos fiéis e coerentes do ensinamento de Cristo (que, há milênios, inspirou e enriqueceu toda a civilização ocidental), ou será preciso que nos preparemos para uma nova forma de perseguição levada a cabo pelos homossexuais facciosos, junto com seus cúmplices ideológicos, e também por aqueles cujo dever seria o de defender a liberdade intelectual de todos, inclusive a dos cristãos? (veja aqui um vídeo sintomático)
Colocamos uma questão em particular aos teólogos, aos biblistas e aos responsáveis da pastoral: Como pode ser que, no actual clima de valorização quase obsessiva da Santa Escritura, a passagem da epístola aos Romanos I, 21-32 de São Paulo nunca tenha sido citada por ninguém? Como pode ser que ninguém se preocupe um pouco mais em torná-la conhecida aos crentes e aos não-crentes, apesar de sua evidente atualidade?
Fonte: Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
3 Comentários
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15, 12).
Eu também sou contra a estas pessoas assim. nada haver.
EU PEÇO A NOSSA SENHORA DE FÁTIMA SUA COMPAIXÃO A ESSES HOMOSEXUAIS ( NÃO SEI COMO DIZER), MAIS SEI QUE VIRÁ O SENHOR E MUDARÁ TUDO ISSO. POIS EXISTE SÓ PERIGO PARA ESSE POVO ENGANADO ( DOENÇAS, SÃO ASSASSINADOS, PERSEGUIDOS, POR MONSTOS QUE MATAM BRICANDO). SEI COMO ISSO É HORRÍVEL E ABORRECE O SENHOR. MAS SEI QUE O SENHOR CRIOU E VAI SALVAR ESSES GOROTOS. SE O JUIZ AINDA NÃO VEIO, QUEM SOMOS NOS PARA CONDENAR? VAMOS ESPERAR A VINDA DO SENHOR E O SEU JULGAMENTO. POIS NOS HUMANOS(?) SOMOS CAPAZ DOS JULGAMENTOS PIORES E COM A LÍNGUA FERINA MATAMOS MUITOS INOCENTES. EU QUE O DIGA: QUANTA VEZES FUI FERIDA COM FALSOS COMENTÁRIOS! MIL VEZES? MAIS QUE ISSO! E EM TODAS AS VEZES EU ESTAVA EM CASA ORANDO OU LENDO A PALAVRA. COM ISSO TOMEI PAVOR DOS HUMANOS FALSOS E PASSEI A CUIDAR DAS PLANTAS QUE, NÃO FALAM E NOS DÃO LINDOS PRESENTES.