São Cosme e São Damião
Os Santos Cosme e Damião eram irmãos, descendentes de nobre e piedosa família da Arábia. A mãe, Theodata, deu aos filhos uma educação muito boa e fez com que os belos talentos se lhes pudessem desenvolver sob a direção de sábios mestres. Fazendo os estudos na Síria, especializaram-se em medicina.
Pelo preparo cientifico e não menos pela pureza de costumes, mereceram a estima e a admiração de todos, até dos próprios pagãos. Aproveitando-se desta última circunstância, de preferência procuraram exercer a profissão de médico entre as famílias pagãs, para desse modo terem ocasião de ganha-las para o Catolicismo. Deus abençoou-os de tal maneira, que não parecia haver doença que lhes resistisse à medicação. Era visível esta proteção sobrenatural.
A admiração e o pasmo dos pagãos cresciam ainda mais, vendo que os médicos cristãos não aceitavam a mínima gratificação. Eram outras riquezas que os atraiam. Era a conversão das almas, que viviam nas trevas do paganismo, o objeto principal de toda sua atividade. Realmente conseguiram deitar a semente da doutrina cristã em muitos corações, e numerosas foram as conversões de pagãos ao Cristianismo.
Assim viveram alguns anos, como, médicos missionários em Egra, na Cilicia. Essa atividade havia de chamar a atenção das autoridades, como de fato chamou. Tendo recebido ordens terminantes do governo imperial de Diocleciano com referência à religião cristã e seus adeptos, uma das primeiras medidas coercitivas do governador Lysias, quando apareceu em Egra, foi a prisão dos dois médicos, que lhe foram indicados como inimigos acérrimos das divindades pagãs.
Citados perante o tribunal de Lysias, este os interpelou sobre sua pátria e profissão. Deram as informações exigidas, declarando que eram naturais da Arábia, e exerciam gratuitamente a ciência médica. Protestaram contra a denúncia de entregarem-se às práticas da feitiçaria.
– Curamos as doenças – disseram ao governador – mais em nome de Jesus Cristo, do que pelo valor da nossa ciência.
Lysias bradou:
-É preciso que adoreis aos deuses, sob pena de cruel tortura!
Responderam eles:
– Teus deuses nenhum poder têm; adoramos ao Criador do céu e da terra.
Para fazei-os mudar de convicção, Lysias mandou aplicar-lhes tormentos bárbaros. Vendo, porém, que eram inúteis esses processos, deu ordem para que fossem decapitados. Cosme e Damião morreram mártires em 303. Os corpos foram transportados para Cyra, na Síria, e depositados numa igreja que lhes recebeu o nome.
O mesmo Imperador, vendo-se favorecido em grave doença, construiu em Constantinopla uma igreja em honra destes padroeiros. Parte das relíquias chegaram no século VI a Roma e a Munich (Baviera), onde repousam no altar mor da igreja de São Miguel. Deus glorificou com muitos milagres o nome dos seus dois servos.
Fonte: Arsenal Católico
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