Santa Catarina Labouré, a silenciosa propagadora da Medalha Milagrosa
Nascimento e Infância
Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, nasceu Irmã Catarina, batizada por seus pais como Zoé a 2 de maio de 1806. É a nona dos onze filhos de Pierre Labouré e Madeleine Gontard, honestos e religiosos agricultores.
Aos nove anos de idade, Zoé perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira, tirou uma imagem de Nossa Senhora de cima de um móvel, beijou-a e pediu à Santíssima Virgem que substituísse sua mãe falecida.
A morte foi súbita. As duas filhas menores, Zoé e Tonete, irão para a casa de tia Marguerite, irmã do pai, onde aprenderão as tarefas domésticas.
Três anos depois, Maria Luísa, sua irmã mais velha entrou para o convento das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Couberam a Zoé, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Primeira Comunhão.
A vida na fazenda era rude. Despertava as 4 horas da manhã no verão e o dia nunca era suficientemente longo para dar conta de todo o trabalho a fazer.
Aos 14 anos, Zoé começou a jejuar às sextas-feiras e aos sábados ao longo do ano todo e sua irmã mais nova temeu que ela fraquejasse. Contando para o pai, este deu razão à caçula, mas o propósito estava tomado e do jejum Zoé extraia forças para sua longa e exaustiva jornada de trabalho.
A vocação religiosa
Em certa noite, em oração, Zoé vê um velho sacerdote que lhe aparece e celebra a Santa Missa. Era São Vicente de Paulo, fundador das Filhas da Caridade dos Padres da Missão (Lazaristas).
Ao final da Missa, fez-lhe, entretanto, sinal para que se aproximasse. Ao sair da igreja, foi visitar uma doente (sempre em sonho); o velho padre a reencontrou e disse:
“Minha filha, é bom cuidar dos doentes, Foges de mim agora, mas um dia ficarás feliz em me procurar. Deus tem seus desígnios para ti. Não te esqueças.”
Certo dia, Zoé foi ver as religiosas na Rua de La Juiverie, em Châtillon, onde vivia sua irmã religiosa.
No vestíbulo deparou-se com um retrato. Não seria o padre que ela vira em sonho? Quem seria ele? “Nosso pai, São Vicente de Paulo”, informaram as irmãs.
A decisão de Zoé já estava tomada. Mas o que fazer? A entrada no postulado exigiria o consentimento do pai, o que estava fora de questão…
Mas, eis que, em 3 de maio de 1827, ela completava 21 anos. E dessa vez declarou ao pai sua firme decisão. Ele a rejeitou com veemência.
Mudando de tática, para tentar convencer a filha a abandonar a vocação, Pierre Labouré envia-a para ajudar o irmão Charles, em Paris, com seu comércio de vinhos.
Pois bem, Zoé foi ajudá-lo. Lá, sofreu diversas provações, no entanto, ficou firme na sua decisão de entregar-se a Deus.
Graças e Favores celestiais
Então uma cunhada a convidou a ir para sua casa, em Chatillon, onde mantinha uma escola para moças. Ali Zoé podia ir frequentemente ao mosteiro das Filhas da Caridade, que ficava perto.
E foi nessa casa religiosa que ela entrou a 22 de janeiro de 1830, quando seu pai deu-lhe finalmente a devida permissão.
Zoé tinha então 24 anos de idade e foi aceita como noviça na Casa-Mãe em Paris na Rue do Bac. Ali, recebeu o nome de Irmã Catarina.
E foi neste mesmo ano de 1830 que lhe apareceu também Nosso Senhor confortando-a frequentemente.
Em 18 de julho, Nossa Senhora lhe apareceu convidando-a a confiança nEla e em Deus, e por mais duas vezes, mostrando-lhe a Medalha Milagrosa e mandando que a propagasse.
De início, Irmã Catarina encontrou resistência até do seu diretor espiritual, Padre João Maria Aladel, mas afinal as autoridades eclesiásticas convenceram-se da verdade das aparições e mandaram cunhar a medalha pedida pela Virgem Maria.
Muitos milagres, curas de doentes e conversões Deus quis conceder por meio da Medalha Milagrosa.
Uma vida escondida com Cristo em Deus
Em 3 de maio de 1835, domingo do Bom Pastor, Irmã Catarina pronunciou, enfim, seus votos perpétuos na modesta capela de Enghien.
Era responsável pela acolhida aos pobres que batiam à porta – problema constante ao qual não se esquivava e tentava resolver de todo o coração. “Ninguém nunca se queixou de sua acolhida”, testemunhou Irmã Combres.
Apesar de tudo, confidencialmente informada da vidência de Irmã Catarina, Irmã Joana Dufès, a superiora, a tratava com severidade. Irmã Catarina, embora inocente, não se justificava. Parecia-me, no entanto, que em sua alma se travava uma luta…a luta terminou com o triunfo da humildade.
Irmã Catarina desejava ficar oculta, levava uma vida de silêncio e pobreza e dedicava aos doentes e feridos toda a sua generosidade.
Como uma vela que se apaga docemente
No dia 31 de dezembro de 1876, estava responsável por fazer pequenos pacotes para a comunidade com medalhas milagrosas a serem distribuídas. Nesse ínterim, não tendo o número suficiente, pediu mais medalhas.
Irmã Tranchemer, chegando, diz:
– Irmã Catarina, aqui estão as medalhas.
Mas ela não respondeu. Partia silenciosa na hora da morte assim como fora durante a vida.
Docemente, Catarina expirou, apagou sem agonia… Ela tinha partido. Fecharam-lhe os olhos. Eram sete horas da noite.
E, enfim, Deus glorificou sua fiel serva: foi beatificada por Pio XI em 28 de maio de 1933, domingo entre a Ascensão de Nosso Senhor e Pentecostes, e solenemente canonizada por Pio XII em 27 de julho de 1947.
A cada ano, milhões de peregrinos se dirigem até lá para implorar a intercessão de Maria Santíssima e de Santa Catarina Labouré.
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