Francisco Marto é interrogado acerca da veracidade das Aparições
Quando, há 100 anos, três crianças afirmaram ter visto Nossa Senhora em cima de uma azinheira na Cova da Iria, ninguém previa que aquele lugar desconhecido junto a Fátima, em Ourém, se tornaria num dos principais centros de culto mariano do mundo, visitado pelos Papas e por milhares de peregrinos todos anos.
Na altura, as três crianças — Lúcia, Francisco e Jacinta — foram interrogadas dezenas de vezes sobre o que diziam ter visto, tanto pelas autoridades civis como pelas religiosas, que, inicialmente, duvidavam da veracidade dos relatos.
O reconhecimento das aparições como fenómeno divino pela Igreja, em 1930, resultou de um longo processo canónico que começou precisamente com os extensos e repetidos interrogatórios às três crianças.
A 27 de setembro de 1917 — já os pastorinhos tinham relatado cinco aparições e anunciavam um grande acontecimento para o dia 13 de outubro –,
o padre Manuel Nunes Formigão Jr., nomeado pelo bispo de Leiria para estudar os acontecimentos de Fátima, deslocou-se à aldeia para falar com os pastorinhos.
Eis o que relata o Padre Formigão:
“No intuito de completar as impressões colhidas […] e habilitar-me com os elementos indispensáveis para fundamentar um juízo, tanto quanto possível,
acertado acerca dos acontecimentos que nos últimos cinco meses se têm desenrolado a três quilómetros ao sul da aldeia de Fátima.
Por isso, fui pela segunda vez na quinta-feira última, 27, àquela pitoresca aldeia, graciosamente alcandorada num dos contrafortes da majestosa serra de Aire. […]
Resolvi ir a casa das crianças que se dizem favorecidas com aparições da Virgem Santíssima e ouvir da boca delas a narração. […]
Chegou primeiro a menina. Chama-se Jacinta de Jesus, tem sete anos de idade e é filha de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus.
Momentos depois aparece o irmão, rapaz de nove anos de idade, que entra com um certo desembaraço […]
Então, principiei sem demora a interrogá-lo sobre o que tinha visto e ouvido desde maio último na Cova da Iria no dia 13 de cada mês durante o tempo da aparição.
Estabeleceu-se entre mim e ele o curto diálogo que segue:
– Que é que tens visto na Cova da Iria nos últimos meses?
– Tenho visto Nossa Senhora.
– Onde aparece ela?
– Em cima duma carrasqueira.
– Aparece de repente ou tu vê-la vir de alguma parte?
– Vejo-a vir do lado onde nasce o sol e colocar-se sobre a carrasqueira.
– Vem devagar ou depressa?
– Vem sempre depressa.
– Ouves o que ela diz à Lúcia?
– Não ouço.
– Falaste alguma vez com a Senhora? Ela já te dirigiu a palavra?
– Não, nunca lhe perguntei nada; fala só com a Lúcia.
– Para quem olha ela, também para ti e para a Jacinta, ou só para a Lúcia?
– Olha para todos três; mas olha durante mais tempo para a Lúcia.
[continua…]
Fonte: Observador.pt
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