A última confissão de São Francisco Marto
Este texto mostra os detalhes da última confissão de São Francisco Marto, narrado por sua prima Lúcia.
Na antevéspera da morte, Francisco mandou, de madrugada, chamar Lúcia a quem declarou:
— É que me vou confessar, para comungar e morrer depois. Queria que me dissesses se me viste fazer algum pecado, e que fosses perguntar à Jacinta se ela me viu fazer algum.
— Lúcia, respondeu: Desobedeceste algumas vezes à tua Mãe, — continuou: quando ela te dizia para você ficar em casa e tu te escapavas para o perto de mim e depois se escondia.
— É verdade! Tenho esse. Agora vai perguntar à Jacinta se ela se lembra de mais algum.
Lá fui, e a Jacinta, depois de pensar um pouco, respondeu-me:
— Olha: diz-lhe que, ainda antes de Nossa Senhora aparecer, roubou um dinheiro do pai, para comprar um realejo (instrumento musical) ao José Marto, da Casa Velha; e que, quando os rapazes de Aljustrel (município de Portugal) atiraram pedras, ele também atirou algumas.
Quando lhe dei este recado da Irmã, respondeu:
— Esses já os confessei, mas torno a confessá-los. Se calhar, é por causa destes pecados que eu fiz que Nosso Senhor está tão triste! Mas eu, ainda que não morresse, nunca mais os tornava a fazer. Agora eu estou arrependido.
E pondo as mãos, rezou a oração:
— Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as “alminhas” todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem.