A conversa da Irmã Lúcia que converteu o cônsul comunista
O contexto é: 1945, a Irmã Lúcia ainda era irmã doroteia em Tuy. É sobre um cônsul português em Espanha que, contrariado, acompanha a Embaixatriz Brasileira, numa visita ao convento.
Durante esta visita foi mudando de opinião e passado alguns dias volta com a mulher.
Passaram toda a tarde sentados, à sombra, no jardim. O Senhor Cônsul contou à Irmã Lúcia, em síntese, o percurso da sua vida.
De ideias comunistas e depois de ter exercido a diplomacia por vários países, onde essas ideias se tinham tornado mais arraigadas, tinha sido enviado para a Espanha, onde não se encontrava muito a seu gosto.
Lúcia descreve-nos o tema da conversa:
— Exercendo a sua carreira, percorreu várias Nações; para esclarecer as suas ideias comunistas, fez algumas viagens à Rússia, e agora, dizia lamentando-se: «tive a infelicidade de ser enviado para uma nação onde o comunismo não é compreendido»,
e continuava lamentando a situação dos pobres, sujeitos a ser criados dos ricos, sem possibilidades para se elevar na sociedade igualando-se, etc.
Depois de ter ouvido, interrompi e perguntei:
— Está o Sr. Cônsul disposto a distribuir todos os seus bens pelos pobres para que se elevem e se lhe igualem?
Depois de um momento de silêncio respondeu:
— Irmã, não é bem isso.
— Não é bem isso? Porque então acabámos nós de assistir em Espanha à morte violenta de tantos capitalistas, dizendo que era para distribuírem esses bens pelos pobres e nunca em Espanha se viu tanta miséria! Onde estão esses capitais?
— Vejo que a Irmã é uma adversária!
— Sim, Sr. Cônsul e não vale a pena discutir.
Aproveitando o momento, sem perder tempo, sempre com os olhos fitos no bem de quem dela se aproximava, perguntou ao Sr. Cônsul se tinha fé.
Ele confessou não a ter perdido de todo, mas que já tinha esquecido tudo o que aprendera para a Primeira Comunhão. Por ser de Braga tinha muito devoção a Nossa Senhora do Sameiro – era a sua Madrinha.
Com a permissão da Superiora, a Irmã Dores foi buscar um catecismo que ofereceu ao seu ilustre visitante, pedindo que recordasse o Pai Nosso e a Ave Maria, enquanto ela faria dois terços, para ele e a esposa poderem rezar,
e pediu a promessa de o fazerem. Então ouviu com surpresa que, às vezes, escutavam a transmissão das cerimónias de Fátima, e ele confessou que se comovia, ao ouvir aquela multidão a rezar.
Passados uns cinco meses do primeiro encontro, tiveram uma grande surpresa. Deixemos que a Pastorinha nos diga essa grande alegria. Foi no dia 8 de Abril de 1946.
Indo neste dia ao Consulado, por motivo de certa documentação, como de costume o Sr. Cônsul recebe-nos com singular satisfação e conduz-nos à sala de trabalho, aí disse:
— Sabe Irmã, estamos resolvidos a confessar-nos e a comungar, mas com a condição que a Irmã nos arranje um confessor português.
— Isso não é nada difícil. Aqui mesmo em Carvalhinho está um sacerdote português que costuma vir a Tuy com certa frequência.
É franciscano, Fr. Luís, vou ver se ele poderá para o próximo dia 13, aniversário do seu casamento, não acha que seria uma linda maneira de festejar esse dia?
— Ó! E como foi a Irmã lembrar-se dessa data?
E notei que se comovia.
De volta a casa, contatou o Sacerdote que se disponibilizou não só a confessar o casal, mas a fazer-lhes uma boa preparação, durante três dias para recomeçarem a sua vida cristã.
E no dia 13 de manhã, a Irmã Dores teve a consolação de os ver à Mesa da Comunhão, depois de se terem confessado na capela da casa de Tuy. Que alegria para o seu coração poder ajudar a reencaminhar estas almas a Deus!
Fonte: ‘Um caminho sob o olhar de Maria‘, Carmelo de Coimbra.
****
A graça tão necessária em sua vida Nossa Senhora do Rosário pode obtê-la para você.
Para isso, acenda uma vela clicando AQUI (ou no botão abaixo) e deixe seu nome e seus pedidos para a Santa Missa que será celebrada no próximo sábado.