O Memorare: contrição e confiança ilimitada.
Se nunca se ouviu dizer que alguém fosse desamparado, eu sou alguém e, portanto, pedindo a proteção dEla, não serei desamparado..
E, portanto, tenho o direito, mas também tenho a obrigação, de não desanimar nunca. Por mais que a minha situação seja difícil, por mais que eu esteja aborrecido comigo e me faça censuras justas, se eu pedir para que Ela me ajude, Ela me ajudará..
Pode demorar mais tempo ou menos tempo, mas a ajuda d’Ela vem. (Acenda uma vela aqui e faça seus pedidos a Nossa Senhora). Nós estamos muito habituados aos sistemas modernos, por exemplo com a luz..
Eu preciso de luz, aperto um botão, inundo a sala de luz; se quero trevas para descansar, aperto o botão, a sala toda fica nas trevas. Há assim uma espécie de automatismo, por onde a vontade de cada um se faz inteiramente..
Então ficamos com a ideia de que uma oração é assim também: eu aperto aqui o botão, peço a Nossa Senhora para me ajudar, ela imediatamente fica obrigada a me ajudar na hora em que eu pedi, ou em que estou esperando socorro dEla; se não ajudar nessa hora está tudo perdido, eu desanimei. É errado. Nossa Senhora é Rainha, Ela é Senhora..
Não tratemos uma senhora como se trata uma empregada. A uma empregada podemos querer dizer: “Sirva-me um café”, e ela tem que ir para cozinha, preparar o café e trazê-lo..
É o papel dela, de fazer a vontade do patrão. Mas Nossa Senhora não, nós é que esperamos a honra de vir a ser servos dEla. É muito diferente, é profundamente diferente..
Quanto maior a demora, maior será a graça que Ela pode, para o bem de nossa alma, tardar em conceder-nos a graça que estamos esperando..
Mas quanto maior for a demora, maior será a graça. Portanto, a pessoa nunca pode fazer um raciocínio assim: “Nossa Senhora está demorando muito a atender o meu desejo. Isto quer dizer que Ela não está com vontade de atender, então eu vou desanimar”..
É o contrário, isso quer dizer que Ela está querendo me provar, para dar uma graça muito grande..
Fonte: Páginas Marianas (extraído da Revista Catolicismo, Plinio Corrêa de Oliveira).
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