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VIII – A Arca da Aliança
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1. Na Ladainha Lauretana invoca-se: Arca da aliança. Indica bem a síntese da missão única de Nossa Senhora:
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a) quanto a Deus, maternidade divina;
b) quanto aos homens, medianeira universal;
c) e quanto a Si mesma – Rainha do Céu e da Terra.
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2. A arca continha:
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a) as Tábuas da Lei;
b) um vaso de ouro cheio de maná;
c) a vara – que floresceu – de Aarão.
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Nossa Senhora conteve:
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a) o Autor da Lei;
b) o Pão Vivo descido do Céu, simbolizado pelo maná;
c) Aquele que instituiu o sacerdócio eterno, simbolizado pela vara de Aarão.
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3. A Arca da Aliança era construída com madeira incorruptível. É a representação da dignidade esplendorosa da Santíssima Virgem. Ela nunca esteve sujeita à corrupção moral nem física. Imune da corrupção moral, posto que não foi manchada pela culpa original nem pela culpa atual.
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Imune de toda corrupção física, porque permaneceu sempre virgem, embora sendo mãe, e escapou da corrupção do sepulcro devido à sua gloriosa Assunção.
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4. A arca era toda revestida, por dentro e por fora, de ouro puríssimo. Nossa Senhora estava revestida do “ouro puríssimo” de uma ardente caridade para com Deus e para com o próximo.
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5. Para ser transportada, a Arca da Aliança tinha nos pés quatro asas de ouro. Nossa Senhora teve, de modo todo singular, as quatro virtudes cardeais –– às quais se reduzem todas as virtudes morais –– de forma a lhe ser facílimo ascender ao mais alto cume da perfeição.
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IX – Templo de Salomão
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A ideia e a preparação de um templo para a Arca da Aliança foram de David. Ele havia designado, no monte Mória, uma área para a construção. Preparou os materiais (ouro, prata, ferro, etc.), designou os construtores e idealizou os planos para a edificação.
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Mas David, como castigo por seu pecado de adultério, não foi admitido como executor desse nobre empreendimento. Tão grande honra foi reservada a seu filho Salomão. Este, desde o início de seu reinado, iniciou a construção do templo. Tomou como modelo o tabernáculo feito por Moisés sob a orientação de Deus. Dizia Salomão: “Quem poderá pois edificar uma casa digna d’Ele? Se o Céu e os Céus do Céu não O podem conter, quem sou eu que possa edificar-lhe uma casa?”.
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Duzentos mil artesãos e operários trabalharam durante sete anos contínuos. Tudo nele era maravilhoso, tanto no conjunto quanto nos detalhes. Nada havia que não estivesse coberto de ouro. Dir-se-ia uma “casa de ouro”. As mais preciosas pedras o adornavam. Era o encanto de quem o visitava, e a glória de Salomão e de toda a Palestina.
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Há várias analogias entre o Templo de Salomão e a Santíssima Virgem. Nas ladainhas do Peru existe até mesmo a invocação de Nossa Senhora como “Templo de Salomão”.
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1. Desde o início do seu reinado, Salomão se dedicou à construção do templo. Deus, desde toda a eternidade — e ao longo dos séculos — preparou o “templo místico”, no qual haveria de habitar seu divino Filho.
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2. Em razão da infinita grandeza daquele que deveria habitá-lo, Salomão construiu um templo grandioso. Igualmente, em razão da infinita majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o “edifício espiritual” que Ele iria habitar deveria ter proporções grandiosas.
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3. O Templo de Salomão era todo revestido de ouro e pedras preciosas. Maria Santíssima é toda revestida do mais puro ouro da caridade para com Deus e o próximo, e de pedras preciosas das mais exuberantes virtudes, dons e privilégios, verdadeira obra-prima de Deus.
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4. O Templo de Salomão causava sobressalto e admiração em quem o visitava, tanto que – conforme comentário do grande exegeta Cornélio a Lápide (III Reg., X) –– a rainha de Sabá o denominou “novo milagre do universo”. Nossa Senhora foi –– e sempre será, no decorrer dos séculos –– objeto da mais alta admiração de quem A contempla, estuda e tem verdadeira devoção para com Ela: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada”, diz Ela no Magnificat.
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5. O templo foi a glória de Salomão e de toda a Palestina. Maria Santíssima, templo místico, foi e será a glória de Deus, da Igreja e dos verdadeiros católicos.
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X – Torre de David
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Após derrotar os jebuseus e tomar Jerusalém, David a embelezou e fortificou, de modo que ela passou a se chamar “a cidade de David”. Para segurança contra represálias dos vencidos e incursões das nações vizinhas, ele erigiu num lugar abrupto e sobre os precipícios do monte Sião uma torre alta e muito sólida, chamada “Torre de David”.
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Ela era recoberta com os escudos de seus melhores guerreiros. (Can, 4,4). Os raios do sol batiam sobre essas armas de ferro e as faziam brilhar de modo a ofuscar a vista e infundir um sagrado terror aos inimigos do povo eleito.
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O divino Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo – de quem David era uma prefigura – erigiu na Igreja uma verdadeira torre: a Santíssima Virgem.
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A Torre de David tinha três finalidades:
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a) Adorno para a cidade: por isso era belíssima;
b) Servir de refúgio contra ataques dos inimigos;
c) Servir para defesa contra os mesmos ataques: por isso era muito alta.
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Maria Santíssima:
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a) Em primeiro lugar, é uma “torre” belíssima, o adorno mais formoso de toda a Igreja (igreja militante, igreja padecente e, inclusive, para a igreja triunfante);
b) Em segundo lugar, é uma “torre” altíssima, porque com a graça, com suas virtudes e com seus méritos, elevou-se acima de todos os “edifícios”, ou seja, acima de todos os santos e anjos;
c) Terceiro, constitui uma “torre” fortíssima, refúgio seguro de quem a Ela recorre contra os seus inimigos: o mundo, o demônio e a carne. Com efeito, aqueles que a Ela recorreram sempre obtiveram vitória.
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XI – A nuvem (Fonte Selada)
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Maria Santíssima é simbolizada ainda por duas nuvens: a descrita pelo profeta Isaías e a nuvem vista pelo servo de Santo Elias.
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O profeta Isaías (19, 1): “Mensagem sobre o Egito. Eis o que diz o Senhor, cavalgando uma nuvem célere: Entra no Egito; à sua chegada, ruem os ídolos do Egito, e o coração dos egípcios desfalece-lhes no peito. Açularei egípcios contra egípcios, e uns se defrontarão contra outros, homem contra homem, cidade contra cidade, reino contra reino. Confundir-se-á entre eles a mente dos egípcios, e os privarei de conselho, por mais que recorram aos ídolos e aos feiticeiros, aos nigromantes e aos adivinhos”.
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Sobre a nuvem vista pelo servo de Santo Elias, narra a Sagrada Escritura: Havia uma grande fome na Samaria. Elias subiu ao cume do Monte Carmelo e, prostrando-se por terra, pôs seu rosto entre os joelhos. E disse a seu servo: sai e olha para o lado do mar. Ele saiu, e depois de ter olhado, disse: não vejo nada. Elias, então: volte por sete vezes. O servo obedeceu, e na sétima vez viu uma pequena nuvem, do tamanho do rasto de um homem, que subia do mar. Pouco a pouco o céu se escureceu, e se seguiu uma grande chuva.
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1. A nuvem é composta de vapor condensado, suspenso na atmosfera. O vento a leva de um ponto para outro do céu. Embora revestida do peso da carne, a Santíssima Virgem não o sentiu e, como uma nuvem ligeira, foi movida com toda facilidade pelo espírito de Deus. Reproduzindo trecho da Sagrada Escritura, afirma santo Ambrósio: “Eis que o Senhor vem sentado numa nuvem ligeira”.
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2. A nuvem passa sobre o horizonte sem se poluir com as sujeiras da terra. Maria Santíssima passou sobre a terra sem roçar nas baixezas terrenas.
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3. A nuvem cobre com sua sombra o que está embaixo. Nossa Senhora cobre com a sua proteção a todos seus verdadeiros devotos.
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4. A nuvem faz cair a chuva sobre a terra seca e a torna fecunda. Nossa Senhora, consentindo livremente na Redenção, fez vir a “chuva” da graça divina sobre a Terra tornada árida por causa do pecado, e a fez sobrenaturalmente fecunda.
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A fonte selada
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A “Fonte Selada” era a fonte que estava próxima ao sul de Jerusalém. Através de condutos subterrâneos, essa fonte abastecia de água a cidade de Jerusalém e os grandes reservatórios construídos por Salomão ao redor de seu palácio.
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Sobre a Santíssima Virgem, São Jerônimo tece o seguinte comentário: “Fonte privilegiada pelo selo da adorável Trindade, donde nasceu o rio da vida sem sequer romper a barreira virginal” (Epist. ad Paul. et Eust.).
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Considerando que Jerusalém era o símbolo da Cidade Eterna — ou seja, do Céu — pode-se conjeturar o papel de Nossa Senhora, inclusive na bem-aventurança eterna.
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Fonte: Os doze emblemas da Santíssima Virgem por Marcos Aurélio Vieira extraído da Revista Catolicismo
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Boletim Devotos de Fátima
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