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Nesta época do ano já é possível notar que o santo Natal se aproxima, lojas e casas decoradas, papais noéis tirando fotos com crianças, anotando seus pedidos e, sobretudo, pessoas correndo de um canto para outro atrás de presentes de familiares e do amigo secreto, produtos para a ceia, uma roupa especial e assim por diante.
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Mas o que toda essa produção e correria tem a ver com o Natal? Será que isso tudo é feito para melhor celebrar o nascimento do Menino que veio à terra para nos salvar?
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O Natal, como aprendemos no catecismo, é a data do aniversário de Jesus, o qual sendo a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, encarnou-se no seio da Virgem Maria e nasceu, em uma pobre gruta em Belém.
O principal motivo que fez com que o Menino Deus descesse do Céu foi o Seu amor pelos homens, pois pela culpa de nossos primeiros pais, Adão e Eva, não poderíamos mais desfrutar da presença sublime de Deus.
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Por isso Ele veio entregar-se em sacrifício por nós para que, dessa forma, pudéssemos entrar no reino dos Céus.
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Parem e meditem no tamanho da graça que nos é entregue!
O profeta Isaías já havia antecipado “Porquanto um menino nasceu para nós, e um filho nos foi dado”(Is 9,6). Sem sombra de dúvidas, esse é o maior presente recebido por nós e que nunca será equiparado!
Eis aí o motivo para nos colocarmos em festa.
Só que em nossos tempos, essa origem santa foi sendo embotada pelo respeito humano, consumismo exagerado, e, sendo bem francos, pelo esquecimento de Deus por parte de seus filhos ingratos.
Isso quer dizer que não devemos trocar presentes e fazer festas? Não necessariamente.
Um primeiro passo é lembramos a nós mesmos o real motivo da alegria natalina e assim poder passar para nossos familiares e amigos.
Rezar a novena de Natal, montar o presépio, fazer uma oração de ação de graças são gestos simples, mas de grande eficácia.
Agora, gostaria de sugerir um outro ponto para aprofundar mais ainda o amor a Deus neste santo Natal.
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Imagine que você vai ao aniversário de alguém muito querido e fica sabendo que ele está muito triste, pois é desprezado e esquecido por todos.
É de cortar o coração, não é mesmo?
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Pois essa é a situação de Jesus:
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“Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões.”
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Nossa Senhora, ao aparecer aos três pastorinhos, em Fátima, avisa que Seu Filho não aguenta mais ser ofendido por tantos pecados, ainda mais daqueles que prometeram segui-lo de perto; por isso, pede reparação e penitência pelos pecados cometidos aos Sagrados Corações de Jesus e Maria e pela conversão dos pecadores.
A Virgem mais brilhante que o sol pergunta aos pequenos pastores se gostariam de oferecer sacrifícios a Deus, fazendo eco ao pedido do Mestre aos seus discípulos “Se alguém quer vir após de mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz todos os dias e siga-me” (Luc 9,23).
É evidente que a vida do cristão sério, que deseja realmente ir ao Céu é perpassada por espinhos; entretanto, a vida vai passando e, muitas das vezes, a gente fica a esperar aquela grande situação para se oferecer, mas ela nunca vem!
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E o que fazer então? Sacrificar-se nas pequenas coisas que nos aparecem a cada dia.
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Deus sabe da nossa fraqueza e inconstância, por isso provê que cada dia, nós tenhamos a oportunidade de oferecer-Lhe, de modo singelo, uma reparação, uma oferta de amor.
E há ocasião melhor do que a do Natal e as demais festas de fim de ano?
É a uva passa no arroz, a maçã na salada de maionese, o parente longínquo inconveniente, o presente recebido indesejado, etc.
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São ocasiões excelentes para mortificar a vontade e oferecer a Deus em sacrifício. Garanto que não há presente que O deixe mais contente. Não será fácil colocar isso em prática.
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Há sempre uma batalha entre o que queremos fazer e o que devemos, todavia, a promessa que Nossa Senhora fez a Lúcia, de que estaria sempre com ela, estende-se a nós também, se nos abandonarmos aos seus braços, pedindo para que nos prepare para nos entregar a Jesus, para sermos seus fiéis seguidores.
Rezemos o terço todos os dias, desagravemos o Imaculado Coração com a prática dos cinco primeiros sábados, entregando tudo a Jesus pelas mãos maternais de Nossa Senhora, pois como Ela mesma disse:
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“Por fim meu Imaculado Coração triunfará!”
Que Nossa Senhora do Rosário de Fátima esteja presente em nossos lares ajudando a bem viver este santo Natal!
Virgem de Fátima, rogai por nós!