O que Santo Tomás diria sobre os videogames?.
Pode parecer impressionante, mas Santo Tomás de Aquino, do longínquo século XIII, possui uma das reflexões mais interessantes e profundas a respeito de jogos e diversões — e isso numa época em que não existia vídeo games.
A atualidade do Doutor Angélico mostra como o ser humano é essencialmente o mesmo: ainda que mudem os tempos, “nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1, 9).
Estas breves considerações que pretendemos fazer, no entanto, são mais do que necessárias nos últimos anos, à medida que se aperfeiçoam os gráficos dos videogames e em que aumentam.
Especialmente para os jovens, mas não só para eles, os riscos de “refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual”.
Partamos logo, então, à madura análise de Santo Tomás de Aquino sobre esse assunto, que se encontra na Suma Teológica, II-II, q. 168.
A primeira coisa que faz este santo Doutor é examinar se pode haver alguma virtude nas atividades lúdicas.
Pode até parecer estranho para alguns, mas a sua resposta é positiva.
O Aquinate explica:
Assim como o homem precisa de repouso para refazer as forças do corpo, que não pode trabalhar sem parar, assim também é preciso que o cansaço mental se dissipe pelo repouso mental.
O repouso da mente é o prazer, como acima se explanou ao se falar das paixões.
Daí a necessidade de buscar remédio à fadiga da alma em algum prazer, afrouxando o esforço do labor mental.
Essas palavras e ações nas quais não se busca senão o prazer da alma chamam-se divertimentos ou recreações.
Lançar mão delas, de quando em quando, é uma necessidade para o descanso da alma. Por isso, é preciso praticá-los de vez em quando.
Com isso, Santo Tomás afasta desde o princípio o extremo da grosseria excessiva de quem:
“Se retirar até a recreação honesta e saudável”.
“Nas ações humanas”, continua ele:
“Tudo o que vai contra a razão é vicioso. Ora, é contra a razão ser um peso para os outros, não lhes proporcionando, por exemplo, nenhum prazer e impedindo o prazer deles.”
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Fonte: padrepauloricardo.org
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