30 mártires brasileiros: “Insurreição Pernambucana”.

Nas regiões nordestinas, à medida que recrudesciam as perseguições aos católicos, com o intento de arrancar-lhes a fé e obter-lhes a perversão ao protestantismo, cresciam as indignações contra os intrusos holandeses.
Batalha dos Guararapes, berço de muitos mártires.
Créditos na imagem.

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Nas regiões nordestinas, à medida que recrudesciam as perseguições aos católicos, com o intento de arrancar-lhes a fé e obter-lhes a perversão ao protestantismo, cresciam as indignações contra os intrusos holandeses.


Começou-se a organizar as reações para dar um basta ao plano de conquista de uma parte do Brasil pela heresia protestante.

Nascia uma verdadeira cruzada — a “Insurreição Pernambucana” — para expulsar os invasores e impedir a implantação da “Nova Holanda” no Nordeste brasileiro.

Pernambuco, então capitania governada por Mathias de Albuquerque (1580–1647), já estava sendo dominado pela Holanda, que ali estabeleceu a “Companhia das Índias Ocidentais”.

Seu objetivo era explorar e comercializar as riquezas de nosso território, então pouco povoado, valendo-se para isso de poderosa esquadra e milhares de soldados.

O exército holandês no século XVII era considerado moderno, numeroso e com muito poder de fogo.

Por seu lado, não contando os heroicos pernambucanos com um exército, deviam contentar-se em fazer apenas escaramuças contra os soldados batavos — assim chamados, pois originários da Batávia, antigo nome dos Países Baixos.


No entanto, pouco a pouco, católicos resistentes do Nordeste foram se organizando, sobretudo com a liderança de João Fernandes Vieira (1610-1681), rico senhor de engenho.


Juntaram-se a este heroico líder o paraibano André Vidal de Negreiros, o índio potiguara Antonio Felipe Camarão, o líder negro Henrique Dias, bem como outros senhores de engenho, que representavam a aristocracia da terra.

Unindo providencialmente brancos, negros e índios, representando as três raças constitutivas do autêntico Brasil, forjava-se a grandeza da nacionalidade de um país nascido católico e que passou a lutar para expulsar o invasor herege do solo pátrio.

 

Vitória sobrenatural alcançada no Monte das Tabocas


Após algumas escaramuças contra os hereges holandeses, em 3 de agosto de 1645 travou-se a memorável batalha do Monte das Tabocas, atualmente Vila da Vitória de Santo Antão.

A luta foi árdua, sobretudo devido à escassez de recursos dos resistentes nordestinos, com suas espadas enferrujadas, contra o poderio formidável das armas dos batavos, além da enorme diferença numérica entre os combatentes.


Num momento em que tudo parecia perdido, por iniciativa de um sacerdote, rezaram pedindo a intervenção da Santíssima Virgem;

Tendo Fernandes Vieira prometido construir duas igrejas: uma dedicada a Nossa Senhora de Nazaré, e outra a Nossa Senhora do Desterro.


Afinal, a vitória foi alcançada graças a uma intervenção sobrenatural!

Insurgentes católicos testemunharam ter ouvido soldados hereges presos confessarem que viram aparecer do céu:

“Uma mulher muito formosa com um menino nos braços, e junto a ela um velho venerando, vestido de branco;

Os quais davam armas, pólvora e balas aos nossos soldados;

E que era tanto o resplendor que a mulher e o menino lançavam, que lhes cegava os olhos e não podiam olhar para eles de fito a fito.

E que esta visão lhes fez logo virar as costas e retirar-se descompostamente”.

 

As duas vitórias obtidas nos Montes Guararapes


Quase três anos depois da batalha do Monte das Tabocas, travou-se a primeira batalha dos Montes Guararapes (19 de abril de 1648), também comandada por João Fernandes Vieira.

Este, no período entre as duas mencionadas batalhas, continuou treinando os insurgentes católicos e realizando escaramuças para atormentar e enfraquecer os calvinistas.

Na primeira batalha de Guararapes, apesar da desproporção numérica — 2.200 brasileiros contra 7.400 holandeses —, nossos insurgentes saíram vitoriosos, mas não foi suficiente para quebrar o ânimo batavo.

Entretanto, na segunda batalha de Guararapes, travada em 19 de fevereiro de 1649, os hereges holandeses perceberam que o fim de sua permanência no Brasil estava chegando.

Somente nesse combate eles tiveram cerca de 2.000 baixas, enquanto apenas 47 brasileiros perderam a vida — entre os quais, infelizmente, o líder negro Henrique Dias, que morreu lutando heroicamente.


Mesmo enfraquecidos pela grande perda de soldados, armas e munições, apreendidas pelos católicos insurgentes nessas batalhas, os calvinistas conseguiram permanecer no Nordeste até 1654.


Nesse ano, a resistência católica conseguiu reconquistar dos batavos alguns fortes importantes.

Percebendo estes que chegara seu fim, capitularam.


Assinaram a rendição no dia 27 de janeiro de 1654 e retornaram para onde não deveriam ter saído.


Com o triunfo dos heróis da “Insurreição Pernambucana”, João Fernandes Vieira foi aclamado “governador da independência” e tomou posse da capital naquele histórico dia.

Também nascia, sob o patrocínio dele, de Felipe Camarão e de Henrique Dias, o glorioso Exército brasileiro, para proteção de nosso território.

 

Escandaloso silêncio, revelador das intenções de muitos


Chama a atenção o fato de a grande mídia, mesmo publicando matérias sobre a canonização dos mártires de Cunhaú e Uruaçu, não as tenha relacionado com a epopeia da “Insurreição Pernambucana”;

Uma vez que esta nasceu da indignação contra as perseguições perpetradas pelos protestantes holandeses.

Nos dias posteriores à canonização acompanhamos de perto os grandes jornais do País, não encontramos neles uma linha sequer estabelecendo essa correlação.


Por que esse silêncio?


A mesma pergunta poder-se-ia fazer às nossas autoridades eclesiásticas que, mesmo falando da canonização, também não fizeram tal vinculação dos fatos.

Refletindo nesse silêncio, parece mais triste do que a “censura” da mídia, pois os eclesiásticos, mais do que ninguém, têm a missão de ressaltar a beleza da resistência católica contra a heresia.


Por que silenciar tão belas e gloriosas páginas da História do Brasil e da Igreja?

 

Nova resistência católica no Brasil de hoje


Rezemos aos nossos santos-mártires pedindo-lhes que, assim como do sangue que verteram venceu a “Insurreição Pernambucana” contra o herege invasor do território nordestino;

Suscitem também no Brasil de hoje nova “insurreição” — no sentido de uma autêntica cruzada em defesa da verdadeira fé — para não se permitir que a Religião católica, em nosso País ou em qualquer parte do mundo, seja perseguida e aviltada como tem sido ultimamente em muitos lugares.


Por exemplo, através de exposições blasfemas, sacrílegas e pornográficas.


Para citar apenas um caso recente: à guisa de “apresentação teatral”, um homem inteiramente nu ralou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e lançou seu pó sobre a plateia!

Em face de tais agressões anticatólicas, convidamos nossos leitores a oporem uma resistência pacífica, mas firme.

Outro convite que poderíamos acrescentar:

Fazermos o propósito de sempre que mencionarmos os novos santos-mártires de Cunhaú e Uruaçu, estabelecermos a vinculação deles com a gloriosa “Insurreição Pernambucana” contra a dominação protestante.

Tema de suma importância nestes dias em que se comemoram os 500 anos de Lutero;


O heresiarca em face de cuja religião os santos-mártires potiguares preferiram morrer a se perverterem.

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Fonte: abim.inf.br

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Lembre desses heróis que defenderam nossa Fé!

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BotaoVela

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