.
“Não vamos levantar muros entre o Bem e o Mal. São termos anacrônicos, fósseis primitivos, superados; nada se exclui inteiramente, pois tudo é relativo”, dizem os relativistas.
Será mesmo?
O sim é mais simpático, pelo menos à primeira vista.
Numa pesquisa, constatei que ele está registrado 462 vezes na Bíblia, em 435 versículos, enquanto o não tem 8.409 registros, em 6.772 versículos.
Portanto, vitória esmagadora do não!
Surpreendente? Por que isso é assim?
É porque Deus realmente nos ama, e uma de suas palavras de amor mais frequentes é o não.
O não muitas vezes é luminoso. E o sim por vezes é tenebroso.
A clareza pede frequentemente o não, por paradoxal que pareça.
Eis algumas palavras da Sagrada Escritura que exprimem ódio e exaltam, ainda que sem citá-lo, o não:
“Odiei os iníquos” (Salmo 118, v.13);
“Mentirosos, bestas perversas” (Epístola de São Paulo a Tito, cap. 1, vers. 12);
“Sois filhos do demônio” (Evangelho de São João, cap.8, vers. 44 ).
São Paulo chega a recomendar: “Repreende-os com dureza” (Epístola de São Paulo a Tito, cap.1, vers.13) etc.
Veja-se o que ensina a propósito o Papa São Pio X em sua Carta Apostólica Notre Charge Apostolique, de 25-8-1910:
“O mesmo acontece com a noção de fraternidade, cuja base eles colocam no amor dos interesses comuns, ou, além de todas as filosofias e de todas as religiões, na simples noção de humanidade, englobando assim no mesmo amor e numa igual tolerância todos os homens com todas as suas misérias, tanto as intelectuais e morais como as físicas e temporais. Ora, a doutrina católica nos ensina que o primeiro dever da caridade não está na tolerância das convicções errôneas, por sinceras que sejam, nem na indiferença teórica e prática pelo erro ou pelo vício em que vemos mergulhados nossos irmãos, mas no zelo pela sua restauração intelectual e moral, não menos que por seu bem-estar material.”
Um mundo sem o sim e o não apresenta — concluo com palavras de Plinio Corrêa de Oliveira:
“Um horizonte em que o céu aparece baixo e plúmbeo, nenhuma aragem de fé, nem sequer de idealismo, sopra no ar estagnado.
E do pantanal da terra apenas se elevam o odor e os miasmas de uma pobre humanidade entregue inteiramente ao ceticismo, à dúvida e à satisfação irrestrita de suas próprias paixões”.
.
Fonte: abim.inf.br
.
.
* * *
.