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Na foto, a rainha Elizabeth, em traje da Ordem da Jarreteira, encontra-se numa carruagem aberta, acompanhada por sua guarda de honra e lacaios.
Observem o menino e a menina.
Duas crianças, duas mentalidades completamente diferentes.
A menina, bobinha, olhando para tudo e para nada, como uma trouxa, sentada, rindo de qualquer coisa que não é a rainha, com a atenção posta em outro ponto.
Muito diferente é a posição do menino.
Notem que ele está numa atitude como se visse passar uma procissão.
Altamente enlevado com o aparato que cerca a rainha, de tal maneira que suas mãos estão postas como em oração.
Toda a atitude dele é de recolhimento, verdadeiramente de devoção, maravilhado, enlevado com a pompa tradicional da Inglaterra.
Poder-se-ia dizer que essas duas crianças simbolizam as duas Inglaterras.
A menina tem a fisionomia de preservadinha, mas sem predisposição de vigilância, de luta para manter a virtude.
O ambiente dela é, provavelmente, meio preservado.
Uma menina direitinha, mas sem força e sem princípios.
Assim, crescendo, poderia dar numa versão feminina de playboy ou de hippie; como poderia dar também numa secretária ou funcionária comum.
Ela representa o tipo de uma Inglaterra materialista, terra-a-terra, do gozo da vida.
Enquanto o menino é de outro tipo, representa a Inglaterra tradicional.
Ele não está pensando em si, em seu conforto, em sua carreira;
Está pensando no quanto é bonito e glorioso o cortejo da rainha — o que o deixa alegre.
Caso conhecesse o hino Gloria in excelsis Deo, ele diria à rainha:
“Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam” (Nós vos damos graças por vossa imensa glória)
“Muito obrigado, por causa da grande glória que vos cerca”, e agradeceria pela glória dela.
Ele diria isso não por vantagem pessoal, mas pelo fato de a rainha ser como é.
O que é compreensível na medida em que as coisas terrenas são imagens de Deus e em que o chefe de Estado representa Deus.
Assim se pode conceber perfeitamente que o aparato que cerca a rainha seja para o menino um aparato de significação religiosa.
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Fonte: abim.inf.br
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