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Santo Afonso de Ligório compreendeu;
Que o caminho que leva à perda da fé começa muitas vezes pela tibieza e frialdade na devoção à Virgem.
E, em sentido contrário, o retorno a Jesus começa por um grande amor a Maria.
Por isso, difundiu por toda parte a devoção mariana e preparou para os fiéis, e em especial para os sacerdotes, um arsenal de;
“Materiais para a pregação e propagação da devoção a essa Mãe divina”.
A Igreja sempre entendeu que:
“Um ponto totalmente particular na economia da salvação é a devoção à Virgem, Medianeira das graças e Corredentora, e por isso Mãe, Advogada e Rainha.
Na verdade — afirma o Papa João Paulo II —, Afonso sempre foi todo de Maria, desde o começo da sua vida até à morte“.
Cada um de nós deve ser também “todo de Maria”, tendo-a presente nos seus afazeres ordinários, por pequenos que sejam.
E não devemos esquecer-nos nunca, sobretudo se alguma vez tivermos a desgraça de afastar-nos;
De que ” a Jesus sempre se vai e se ‘volta’ por Maria“. Ela conduz-nos ao seu Filho rápida e eficazmente.
Santo Afonso morreu muito idoso, e o Senhor permitiu que os últimos anos da sua vida fossem de purificação.
Entre as provas pelas quais passou, uma muito dolorosa foi a perda da vista.
E o Santo distraía as horas rezando e pedindo que lhe lessem algum livro piedoso.
Conta-se que certo dia, entusiasmado com um livro que lhe liam;
Perguntou quem tinha escrito tais maravilhas, tão cheias de piedade e de amor a Nossa Senhora.
Como resposta, quem o acompanhava leu o título:
” As Glórias de Maria, por Afonso Maria de Ligório”.
O venerável ancião cobriu o rosto com as duas mãos, lamentando uma vez mais a perda da memória;
Mas alegrando-se imensamente com aquele testemunho de amor à Santíssima Virgem.
Foi um grande consolo que o Senhor lhe concedeu no meio de tantas trevas.
Os conhecimentos teológicos do Santo e a sua experiência pessoal levaram-no à convicção de que a vida espiritual e a sua restauração nas almas devem ser alcançadas;
Conforme o plano divino que o próprio Deus preestabeleceu e realizou na história da salvação;
Por meio da mediação de Nossa Senhora, por quem nos veio a Vida e que é o caminho fácil de retorno ao próprio Deus.
Deus quer — afirma o Santo — que todos os bens que procedem d’Ele nos cheguem por meio da Santíssima Virgem.
E cita a conhecida sentença de São Bernardo:
“É vontade de Deus que tudo obtenhamos por Maria”.
Ela é a nossa principal intercessora no Céu, quem consegue tudo aquilo de que necessitamos.
Mais ainda: muitas vezes, a Virgem adianta-se às nossas orações, protege-nos;
Sugere no fundo da alma essas santas inspirações que nos levam a viver mais delicadamente a caridade;
Anima-nos e dá-nos forças nos momentos de desânimo, vem em nossa defesa quando recorremos a Ela nas tentações…
É a nossa grande aliada no apostolado:
Concretamente, permite que as nossas palavras, tantas vezes ineptas e mal amanhadas, encontrem eco no coração dos nossos amigos.
Foi esta a freqüente descoberta de muitos santos:
Com Maria, chegamos “antes, mais e melhor” às metas sobrenaturais que nos tínhamos proposto.
A função do mediador consiste em unir ou pôr em comunicação os dois extremos entre os quais se encontra.
Jesus Cristo é o único e perfeito Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2, 5);
Porque, sendo verdadeiro Deus e Homem verdadeiro, ofereceu um sacrifício de valor infinito — a sua própria morte — para reconciliar os homens com Deus (cf. S. Th. III, q. 26, a. 2).
Mas isto não impede que os anjos e os santos, e de modo inteiramente singular Nossa Senhora, exerçam essa função.
“A missão maternal de Maria a favor dos homens não obscurece nem diminui de maneira nenhuma a mediação única de Cristo, antes mostra a sua eficácia.
Porque todo o salutar influxo da Bem-aventurada Virgem a favor dos homens não é exigido por nenhuma necessidade interna;
Mas resulta do beneplácito divino e flui dos superabundantes méritos de Cristo”.
A Virgem, por ser Mãe espiritual dos homens, é chamada especialmente Medianeira;
Pois apresenta ao Senhor as nossas orações e as nossas obras, e faz-nos alcançar os dons divinos.
Maria corrige muitas das nossas petições que não estão totalmente bem orientadas, a fim de que obtenham o seu fruto.
Pela sua condição de Mãe de Deus, faz parte, de um modo peculiar, da Trindade de Deus;
E, pela sua condição de Mãe dos homens, tem a missão confiada por Deus de cuidar dos seus filhos que ainda somos peregrinos.
Quantas vezes não a teremos encontrado no nosso caminho!
Em quantas ocasiões não terá saído ao nosso encontro, oferecendo-nos a sua ajuda e o seu consolo!
Onde estaríamos se Ela não nos tivesse tomado pela mão em circunstâncias bem determinadas?
“Por que as súplicas de Maria têm tanta eficácia diante de Deus?”, pergunta-se Santo Afonso.
E responde:
“As orações dos santos são orações de servos, mas as de Maria são orações de Mãe;
E daí procedem a sua eficácia e o seu caráter de autoridade;
E como Jesus ama imensamente a sua Mãe, Ela não pode pedir sem ser atendida”.
E, para prová-lo, recorda as bodas de Caná, em que Jesus realizou o seu primeiro milagre por intercessão de Nossa Senhora:
“Faltava vinho, com a conseqüente aflição dos esposos.
Ninguém pediu à Santíssima Virgem que intercedesse junto do seu Filho pelos consternados esposos.
Mas o coração de Maria, que não pode deixar de compadecer-se dos infortunados […];
Impeliu-a a encarregar-se pessoalmente do ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre, apesar de ninguém lho ter pedido”.
E o Santo conclui:
“Se a Senhora agiu assim sem que lho pedissem, o que teria feito se lhe tivessem suplicado?”
Como não há de atender às nossas súplicas?
Peçamos a Santo Afonso Maria de Ligório que nos alcance a graça de amarmos Nossa Senhora tanto como Ele a amou enquanto esteve nesta terra;
E nos anime a difundir a sua devoção por toda a parte.
Aprendamos que, com Ela, alcançamos antes, mais e melhor aquilo que, sozinhos, nunca alcançaríamos;
Metas apostólicas, defeitos que devemos dominar, intimidade com o seu Filho.
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Fonte: padrepauloricardo.org
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