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Plinio Corrêa de Oliveira
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A fisionomia de Nossa Senhora neste quadro está completamente distendida.
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Não se nota um músculo que esteja contraído. Sua expressão é tão somente a de contentamento por estar com o Menino Jesus nos braços.
Só está pensando n´Ele. Não tem outra preocupação. O mundo inteiro não existe para Ela, mas apenas o Menino.
Ela não está olhando propriamente para Ele. Está fixando quem reza diante d´Ela.
Mas, percebe-se que o fato de a face da Virgem Santíssima tocar na fronte de Seu filho faz com que Ela experimente certa espécie de degustação da presença d´Ele;
De alegria daquele contato de corpo, que é sobretudo um contato de alma muito íntimo e que A enche de satisfação.
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A bondade, a ternura, a proteção d´Ela para com o Filho fazem-se notar muito na posição do pescoço e da cabeça.
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O Menino está suspenso n´Ela e A agarra pelo pescoço, a ponta de Sua mão aparece por detrás. E isso explica que Ela esteja com o pescoço ligeiramente inclinado pelo peso d´Ele.
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A intimidade do Divino Infante para com a Mãe é extraordinária. Ele A agarra como uma pessoa que está habituadíssimo a fazê-lo.
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E Ela deixa-se agarrar, como quem já foi segura mil vezes. E, até julga agradável de sentir-se curvada diante de um peso tão suave, tão doce e tão deleitável.
O Menino Deus está unido a Sua Mãe como quem não quer tomar conhecimento do mundo exterior.
Ele apenas degusta a alegria de estar ligado à Mãe, de sentir-se protegido por Ela e unido à Sua progenitora.
Está todo entregue a Ela, como a Mãe está toda dedicada ao Divino Filho.
Essa Criança não está pensando em bola, em doce, não está pensando em nada disso.
Seu único pensamento: Mamãe. E no espírito d´Ela há somente uma idéia: “Meu Filho”.
Toda intimidade constitui uma relação fechada entre pessoas, exclui os que dela não participam.
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O pintor soube — aliás, a meu ver, esse quadro foi pintado por um Anjo —, a meu ver, criar uma impressão curiosa, que é uma intimidade aberta.
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Tem-se a impressão de que, chegando-se perto da pintura entra-se no circuito dessa intimidade: é-se amado por Ela, caso seja-se amado por Ele; e que se é entendido pelos dois, socorrendo ambos a pessoa que se aproxima deles.
Qualquer um que se aproxime desse quadro pode sentir-se íntimo a ele, pode experimentar o aconchego que a presença da pintura incute no espírito.
Seja uma alma reta, seja um pecador, seja até um inimigo: caso se aproxima, degusta tal aconchego.
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Nossa Senhora está sorrindo? Olhando para os lábios d´Ela, vê-se que não. Mas, há qualquer coisa de ligeiramente risonho, irradiado por todo o rosto.
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É um certo comprazimento para com o Filho; mas, de outro lado, também é uma complacência para com o devoto, com o fiel que se achega.
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Está insinuado no quadro: quem se aproxima, também é irmão do Menino Jesus, é, portanto, filho d´Ela.
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Esse quadro poder-se-ia chamar Adoção, porque o devoto que simplesmente se avizinha dele, sente-se filho adotivo, ou até mais que adotivo.
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Nota: Ontem dia 26 de abril a Santa Igreja celebrou a festividade de Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano, cujo miraculoso quadro é venerado, desde 1467, na pequenina e encantadora cidade de Genazzano (Itália), na Basílica do mesmo nome.
Em homenagem à Mãe do Bom Conselho transcrevemos a seguir uma análise da pintura. Trata-se de um comentário feito de improviso pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em 29 de junho de 1974, durante uma conferência para sócios e cooperadores da TFP.
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Fonte: http://www.abim.inf.br/nossa-senhora-do-bom-conselho/#.Vx_HQ_krLIW
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