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Num país em que ter filhas mulheres é razão de tristeza, o dr. Ganesh Rakh navega contra a corrente.
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PUNE, Índia, 16 de Fevereiro de 2016 (LifeSiteNews) – Quando criança, o dr. Ganesh Rakh queria ser um lutador. Hoje ele luta contra um dos preconceitos mais destrutivos da Índia.
O hospital onde ele começou, em 2007, a servir os pobres da cidade de Pune, 60 milhas a sudeste de Bombaim, realiza agora partos de bebês do sexo feminino gratuitamente;
Como parte de seus esforços por reverter a preferência assassina – e crescente – por crianças do sexo masculino.
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“Como um profissional da área médica, eu tenho visto a tortura a que uma mãe é submetida quando descobre que deu à luz uma menina”;
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Contou o dr. Bakh aos repórteres, “porque as normais sociais regressivas não são só anti-mulher, mas também anti-meninas.”
Com frequência designada erroneamente de infanticídio, a preferência dos indianos por filhos homens levou a um número estimado de 12.700.000 abortos de meninas por razões de seleção de sexo no período de 2000 a 2014, de acordo com o pró-vida Instituto de Pesquisa Populacional.
O diretor executivo do instituto com base na Virgínia, Stephen Mosher, disse que o generocídio indiano é especialmente forte entre a classe média;
Que permite que para cada 1.000 meninos nascidos nasçam 800 meninas (a proporção global é de 927:1.000).
“O número mais baixo de garotas computado é encontrado em algumas áreas urbanas de Punjab, onde vivem pessoas das castas mais altas: ali apenas 300 meninas a cada 1.000 meninos sobrevivem à gestação,” afirmou Mosher.
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O uso generalizado de exames de ultrassom para determinar o sexo dos nascituros está vinculado a esse alto índice entre os indianos mais ricos, que preferem ter filhos homens;
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Pois ter filhas mulheres implica em os pais pagarem o dote quando elas forem se casar; além disso, os filhos homens são os responsáveis por cuidar dos pais na velhice.
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Entre os pobres, a preferência é indicada por uma taxa mais alta de mortalidade entre as meninas do que entre os meninos.
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O dr. Bakh, que foi recentemente assunto de uma reportagem da BBC Índia, contou que os médicos testemunham isso o tempo todo na reação dos parentes que acompanham as gestantes ao hospital para acolher a criança.
“Não sou só eu que testemunho no hospital como os parentes festejam e abraçam-se uns aos outros quando nasce um bebê do sexo masculino e simplesmente fogem quando nasce uma menina,” disse em uma entrevista.
“Outros médicos observam isso todos os dias nas camas dos hospitais.
A tensão da gestante durante nove meses é tão severa e aguda que é possível vê-lo pelas flutuações nos níveis de sua hemoglobina e na pressão sanguínea.”
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Em 2012, o dr. Rakh decidiu demonstrar uma atitude mais acolhedora com relação às filhas (ele tem uma), fazendo seus partos gratuitamente.
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Desde então, o hospital onde trabalha trouxe ao mundo 432 bebês do sexo masculino. Sua equipe estava cética quando ele sugeriu a ideia.
Mas ele perseverou e provou que os ganhos com outros procedimentos podem pagar por aquele serviço gratuito.
Hoje sua equipe faz bolos para os parentes celebrarem o nascimento de uma menina.
Com a publicidade, muitos de seus colegas da escola de medicina o imitaram, e gradualmente foi crescendo o movimento até o ponto em que…
…cerca de 3.000 médicos em todo o estado de Maharashtra, onde está localizada Pune;
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Voluntariaram-se para oferecer algum tipo de desconto na realização dos partos ou se recusam a fazer testes para determinar o sexo do bebê.
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Rakh também iniciou a Campanha para Salvar a Bebê do Sexo Feminino e dá palestras em vilarejos para promover a causa.
A campanha do dr. Rakh ganhou a aprovação da dra. Mitu Khurana, quelutou contra o sistema legal indiano durante muitos anos, para poder acusar seu marido de ter conspirado…
…para fazer um ultrassom ilegal quando ela estava grávida e depois pressioná-la para abortar suas filhas gêmeas, tendo chegado a agredi-la fisicamente na tentativa de induzir um aborto.
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“O problema do ódio às filhas é tão profundamente arraigado na psicologia do indiano que o máximo que puder ser feito tem de ser feito,” disse ela ao LifeSiteNews.
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“Ele [o dr. Rakh] está fazendo o que pode para acabar com a discriminação das filhas e, portanto, deve ser apreciado.”
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Fonte: http://notifam.com/pt/2016/medico-indiano-luta-contra-o-generocidio-fazendo-partos-bebes-do-sexo-feminino-de-graca/
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