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Sobre a vida Santa Bernadette Soubirous, Virgem, a quem Nossa Senhora apareceu, em Lourdes, o conceituado hagiógrafo Rorbacher diz o seguinte:
“Bernadette Soubirous era uma criança em tudo igual às outras. Nela só se destacavam a expressão do olhar de invulgar inocência”.
“Na primeira aparição, Bernadette só pode fazer o Sinal da Cruz depois que Nossa Senhora o fez.
Mas segundo numerosas testemunhas, depois dessa visão, em toda a vida de Bernadette, seu Sinal da Cruz era inigualável e realmente inesquecível.
Um sinal inimitável, pois a vidente o aprendera com a Santíssima Virgem.”
“Uma ocasião, no convento, insistiam com a Irmã Bernarda para que dissesse como era o vestido com o qual Nossa Senhora lhe aparecia.
Uma das religiosas dizia que era desta fazenda, outra, daquela. Respondeu-lhe Bernadette:
`Eu não disse que o vestido era disso ou daquilo. Era de um pano que nunca vi. Ademais, se querem saber tanta coisa, fazei Nossa Senhora voltar outra vez e vede bem’.
“Grande era sua humildade. Quando alguém a procurou certa vez para que dissesse algumas palavras de edificação às noviças, respondeu sorrindo:
`Ai, nada sei. O que se pode arrancar de uma pedra, minha Irmã?’
Perguntou-lhe sua superiora se não se sentia orgulhosa por ter sido escolhida por Maria para lhe ser a confidente. Respondeu: `Que idéia a senhora faz de mim?
A Santíssima Virgem escolheu-me porque eu era a mais ignorante. Se Ela achasse uma outra mais ignorante do que eu, ter-lhe-ia escolhido certamente.’”
“Os contínuos sofrimentos e vômitos de sangue aniquilavam lentamente a vidente. Seu aspecto físico demonstrava esse aniquilamento e a santa, ao lado disso, buscava apagar-se no convento.
Conseguiu-o de tal maneira que uma postulante, ao entrar para o convento, declarou que queria conhecer Bernadette, Justamente quando ela passava no momento, a mostraram dizendo: “Bernadette, é isto” (“Bernadette, c’est ça”).”
Quando a gente lê qualquer vida dos santos, a gente fecha o livro exclamando: Que grande santo!
Porque o santo é uma tão grande coisa que sempre que a gente lê, a gente diz: eu não pensava que isto existisse.
Santa Bernadette era uma camponesa de uma zona dos Pirineus meio espanholada e que constitui uma síntese entre a Espanha e a França. Ela tinha mais cara de francesa até do que de espanhola.
O rosto é ligeiramente dado para o quadrado, traços regulares e bem feitos, um olhar preto, grande, e com uma fixidez hispânica que o olhar francês não tem.
O olhar francês é muito rápido e passa de um lado para outro. Ela tem um olhar espanhol que crava as verrumas e que olha mesmo.
Ela possuía um nariz espanhol, que é um traço de coerência de toda a fisionomia.
O feitio de espírito dela era taxativo. Era de dizer as coisas no duro.
Era ela uma pessoa educada com muita simplicidade, tinha muita elevação de alma, mas o que ela pensava, ela dizia mesmo.
O todo dela era de um degagé completo: como quem no fundo não pretende ser nada.
Ela era humilde diante de todo mundo, mas no serviço de Nossa Senhora.
Por exemplo: ela ia para as aparições e podia se envaidecer, porque imagine uma multidão enorme ali reunida para vê-la falar com Nossa Senhora!
Quanto mais pequena é a cidade da gente, mais a gente dá importância a ela. É mais fácil um paulistano falar mal de São Paulo, do que um birigüense falar mal de Birigüi.
Então, compreende-se o que seria para Santa Bernadette, Lourdes inteira estar ali. Era uma coisa colossal.
Mas, ela não se envaidecia, não dava importância nenhuma, continuava a ter toda a naturalidade diante de todo mundo.
Chamada pela polícia para tratar das suas revelações, ela se portava em relação aos policiais com desassombro e naturalidade extraordinários.
Entretanto, em relação aos pais e às pessoas respeitáveis, como o vigário dela e sua superiora religiosa, era um modelo de respeito e obediência.
Aí está bem o espírito de verdadeira ultramontana, da verdadeira católica, da verdadeira santa, que não liga para as pompas deste mundo;
Que não dá importância a ser tida em grande ou pequena conta e que por causa disso calca tudo aos pés.
Porque se eu dou importância a que me aplaudam, acabo não tendo liberdade de me mover a não ser na medida em que aplaudirem. Eu danço conforme tocam.
Para eu ter sobranceria, é preciso não ligar ao mundo. Gostou? Gostou. Não gostou? Gostasse. Eu sou assim e faço assim porque cumpro meu dever, porque a Santa Igreja Católica manda.
Você achou feio? Fique achando, porque a coisa é exatamente assim: essa era esta atitude de Santa Bernadette Soubirous.
Mas, diante das autoridades legítimas, o sumo de obediência e respeito, porque um há princípio sobrenatural em jogo.
Para os fatores meramente humanos, zero. Para aquilo que tem uma raiz religiosa e que vem de Deus, todo o respeito devido.
Santa Bernadette Soubirous converteu inúmeras pessoas durante as visões por causa do Sinal da Cruz.
Ela tomou um amor ao sofrimento, um amor à cruz de Cristo, de onde algo da unção de Nossa Senhora passava por ela quando ela fazia o Sinal da Cruz.
A vida inteira foi para todos uma edificação ver como ela fazia o Sinal da Cruz, que tantas vezes a gente faz sem dar importância.
Quando começava a visão, ela se transfigurava. E ela, simples camponesa, tornava-se de uma majestade que impressionava todo mundo.
Uma senhora da sociedade que a viu durante a revelação, disse que nunca viu uma moça da aristocracia que tivesse o porte e a figura de Santa Bernadette durante as revelações.
Porque ela estava tratando com a Rainha do Céu e da Terra algo de régio esta Rainha comunicava a alma dela um estado de virtude.
Muita gente vendo isto percebia que Nossa Senhora estava falando com ela. Não porque visse Nossa Senhora, mas porque via nela um espelho de Nossa Senhora.
E ela era uma espécie de Speculum Mariae, na ocasião das revelações.
As virtudes de Nossa Senhora se comunicam aos seus devotos, e os seus devotos inalam aquilo que está em Nossa Senhora. Há uma comunicação de Nossa Senhora a seus devotos que é admirável.
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Por exemplo seu dito: “Se quiserem saber tanto sobre Nossa Senhora, tratem de ver que Ela apareça”.
Ela tinha muitos ditos engraçados assim. A superiora dela várias vezes burilou, poliu e no fim ela deixou.
Nossa Senhora escolheu-a porque era ela a mais ignorante de Lourdes. Ela era uma boa menina, mas não era uma santa antes das revelações.
Nossa Senhora a escolheu, porque um dos argumentos extraordinários para confirmar as revelações era a ignorância dela.
Santa Bernadette era muito baixinha, viva, mas passava facilmente desapercebida.
A Santa Bernadette Nossa Senhora revelou um segredo e sobre este segredo ela nunca disse nada.
Então, três grandes aparições mariais, as três com segredos: Nossa Senhora da Salette: segredo; Nossa Senhora de Lourdes: segredo; e Nossa Senhora de Fátima: segredo.
Peçamos a Santa Bernadette que nos obtenha uma grande devoção a Nossa Senhora; que faça com que cada vez mais se dê essa comunicação das virtudes de Nossa Senhora para nós.
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Fonte: Blog Lourdes 150 Aniversário das Aparições
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