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Os festejos do carnaval, ano após ano, tornam-se mais extravagantes e imorais;
Cenas grotescas, bebedeiras, uso de drogas, práticas de nudismo e até orgias, são ostentadas torpemente, arruinando moralmente muitas famílias.
Apesar de todos essas depravações e escândalos, sabemos que o carnaval é impulsionado pelas autoridades do País, por exemplo, com a massiva distribuição de preservativos, sob o ridículo pretexto (melhor se diria ilusão) do denominado “sexo seguro”.
Essas libertinagens carnavalescas nos levam a uma reflexão:
…seria possível alguém, durante os três dias de carnaval, entrar na “folia” – violando gravemente os princípios da moral católica, portanto infringindo os Mandamentos da Lei de Deus – e depois voltar à normalidade?
Esta pergunta foi admiravelmente respondida por Plínio Corrêa de Oliveira, em artigo publicado em “O Legionário”, de 15-2-1942:
“Lembro-me de que, quando era menino, certo professor jesuíta do colégio São Luiz me contou que um diplomata japonês, tendo assistido [no Brasil] ao carnaval — que em sua pátria não se comemorava —, enviou ao seu governo a seguinte descrição:
‘durante três dias ficam todos loucos e praticam os maiores absurdos; depois, repentinamente, o senso lhes volta e recobram juízo’.
A observação, que muito me impressionou na ocasião, é realmente interessante. Muitas pessoas já a têm feito. Entretanto, cumpre acentuar que ela não reflete toda a realidade.
Com efeito, há uma regra de moral que afirma: ‘Nada de péssimo se faz subitamente’.
É contra todas as regras da psicologia humana supor que pessoas muito dignas, muito moralizadas, muito sensatas…
…conseguem depor inteiramente as suas ideias durante os três dias do carnaval, e depois repô-las intactas, imaculadas, inteiriças, após os dos festejos de Momo.
Ideias não são roupas que se vestem ou se despem.
Se alguém procede, durante o carnaval, de modo extremamente leviano, é isto uma prova de que anteriormente já havia uma falha na couraça moral dessa pessoa.
Por outro lado, se essa falha pode ter ocasionado a renúncia momentânea a certas atitudes e a certas ideias durante o carnaval, como é difícil voltar depois à primitiva linha de moral!
Não nos iludamos. Erram, e erram miseravelmente, os que supõem que o carnaval constitui apenas um parêntese de loucura.
Ele é um tumor que explode, e através de suas secreções se pode bem avaliar todo o vulto da infecção que…
…de maneira mais ou menos disfarçada, já minava anteriormente o organismo.
Três dias depois esse tumor se cicatriza, na aparência.
Fá-lo, entretanto, deixando uma base sempre mais profunda, sempre mais dolorosa, sempre mais perigosa, para o tumor do ano que vem”.
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Fonte: abim.inf.br
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